Matheus Fialho 25/06/2014
Já sabíamos o final... mas e daí?
Mostro di Firenze foi o termo cunhado, se não me falha a memória, pelo próprio Mario Spezi quando era responsável por acompanhar o caso que chocou o mundo. Para que você entenda por que o título se aplica tão bem, entenda um pouco "o caso".
Oito assassinatos entre 1968 e 1985 contra casais que mantinham relações sexuais acontecem em Florença (Firenze). O modus operandi do criminoso não deixa dúvidas quanto à sua culpa, os assassinatos ocorreram com a mesma arma, os púbis das vítimas femininas eram arrancados e exceto em uma ocasião o delito sempre se dava com casais apaixonados em seus automóveis.
Não fosse isto suficiente, pense em como o caso afetou a polícia italiana, o escritor Douglas Preston e o jornalista Mario Spezi, que foi preso suspeito de envolvimento, o FBI (contratado para traçar um perfil do criminoso) e até mesmo uma família milionária de grande renome nacional. Pense num caso que levou um inocente ao suicídio e que prendeu vários suspeitos, mas nunca encontrou o verdadeiro criminoso. Agora, leia "O Monstro de Florença".
Por várias vezes discuti com uma amiga que sempre me contava o final dos filmes o quê, caso soubesse o fim, restaria pra assistir no filme. "O monstro de Florença" me fez repensar meu conceito quanto ao "final" da história. Saiba-se que o assassino nunca foi encontrado, e que a história percorreu longamente os jornais. Consegue imaginar o que resta?
Resta uma história (sim, fatos reais) muitíssimo bem narrada e extremamente interessante! Relatos vívidos e que abordam muitas particularidades da cultura italiana, na visão dos próprios italianos e de estrangeiros. Narrativa feita com riqueza de detalhes e leveza, o que torna o livro muito agradável de ler.
História interessante, ótima narrativa, cenário riquíssimo (Florença)... seria injusto não perceber tudo que ainda resta para a leitura, e mais injusto ainda não atribuir à obra um parecer favorável!