Resenhas - O Ano do Pensamento Mágico

Jordananobre 01/02/2023

Bom !
Dedicada ao luto, é um acalanto para os indivíduos com uma vulnerabilidade similar.

A morte repentina de John Gregory Dunne não apenas foi o acontecimento chave para a escrita de O Ano do Pensamento Mágico, mas também o momento que mudou o cotidiano de Joan Didion. Em apenas um instante, o seu marido estava morto na mesa durante o jantar. Momentos antes do infarto, o casal estava justamente visitando sua filha Quintana, em coma na UTI com uma grave pneumonia.

A experiência devastadora do luto e as reminiscências de memórias de décadas passadas são descritas por Didion com muita sinceridade. A autora não é melancólica ao relatar sua dor, visto que ela mesma sempre julgou a autopiedade e seus traços. O tom triste do livro é devido as desgraças que a vida entregou à autora de uma vez só. As páginas retratam a neurose em entender o que tinha ocasionado a morte de seu marido, as circunstâncias da doença da filha e os momentos significativos do passado.

Confesso que esperei bem mais do livro ! Mas, vale a leitura .
Talvez eu tenha criado muita expectativa.

Luana Reis 31/01/2023

Sobre perda e saudade
Um dos relatos mais bonitos já visto sobre a perda e a saudade deixada por quem se ama. Neste livro, Joan Didion se debruça sobre o dia em que seu marido, John, faleceu, e como foi encarar o pós-acontecimento. Na mesma época, a filha deles, Quintana, estava internada e a jornalista relata como foi enfrentar ainda a evolução da doença da moça. Um livro que abraça quem já perdeu alguém. Mais que recomendo!

Martha 29/01/2023

Sobre sentimentos que ninguém quer sentir.
Profundamente tocada pela história, pela escrita, pelas referencias nuas e cruas sobre o luto.
Eu enxergo a confusão, a sensação de afogamento, a solidao, a confusão metal e fisica que o luto deixa. E para alem disso, essa biografia do luto, mais que da vida, tras todas as adversidades que ela teve que passar no seu momento de luto.
É difícil escrever sobre o livro estando tbm nesse processo, mas me senti acolhida e representada durante a história. Aprendi que meus devaneios são vórtices de memorias e que eles ainda vão seguir por muito tempo, mas principalmente nesse primeiro ano. (Mas não entendi o título)
Escrita fluida que te toma e arrebata com força e não da vontade de parar de ler.

lebaptista 23/01/2023

O luto e a vida
Para quem nunca teve uma experiência como essa, é um livro amedrontador - no início. A perda do marido e a quase perda da filha acontecem com pouquíssimo intervalo de tempo para Joan. E o leitor empático mas desavisado, como eu, sente náuseas, dor, pena.

Aí que a história começa. A autora descreve trajetória sensível e cheia de altos e baixos, que escancara e desmistifica esse processo tão dolorido. Entre o luto e a vida, ela sobrevive e, acima de tudo, reaprende a viver.

Retalhos e Prefácios 20/01/2023

Esperava bem mais...
Acho que temos aqui um típico caso de "muita expectativa e pouco resultado!

Criar expectativas sobre algo é muito ruim, já que, dificilmente, elas são atendidas e/ou superadas. Vivo falando sobre isso... Mas, também são inevitáveis... Paciência!

Recebi esse livro em 2018, pouquíssimas semanas após meu, então, marido, falecer. Confesso que, apesar de se tratar de uma autora conhecida e respeitada, eu não conhecia nada sobre ela. Tampouco, sobre o exemplar que estava recebendo da Editora. Li a sinopse e acabei não conseguido iniciar a leitura.

Não era o momento, ainda, para que eu lesse algo sobre o luto de uma esposa.
Algum tempo depois, tudo isso mudou completamente. Passe a ler vários livros que tratassem desse tipo de luto e, alguns, me ajudaram bastante com minha própria dor.

No entanto, por este eu ter recebido tão recente com minha perda, acabei não lendo e, depois, "esquecendo-o" na estante.

Ao separar os 6 livros para 2022, lembrei dele e incluí-lo logo na lista. A essa altura, já bastante empolgada com ele e, ainda, cheia de recomendações positivas.

A leitura é fácil e simples. Algumas passagens são interessantes. Mas, no geral, achei um livro raso no que parecia se propor, e repetitivo de certa maneira.

Mat 17/01/2023

"Agora estava tentando apenas reconstruir a colisão, o colapso da estrela morta."

Eu tenho medo da morte. Eu nunca a presenciei de fato, com exceção da minha gata de estimação que tive por quase 10 anos. De fato, nunca a presenciei em sua forma humana, com exceção de alguns parentes distantes que me geraram apenas compaixão. Nunca fui a um enterro ou a um leito de morte em um hospital. Então acredito que meu medo possa ser do desconhecido.

Partindo desse lugar, "O ano do pensamento mágico" foi para mim como uma aula. Joan Didion explica a morte em suas várias dimensões, seus aspectos biológicos, psicológicos e sociais - incluindo a burocracia da morte, enquanto tenta reconstituir a perda de seu esposo e suas memórias juntos.

Eu, como um aluno que aprende sobre desastres naturais ou doenças horríveis, li a maior parte de seu livro atônito ao mesmo tempo que tentava absorver tudo o que Didion tinha a ensinar. Foi em seus últimos capítulos que "O ano" se revelou para mim como um relato sensível sobre os estágios do luto e a busca por sentido e significado para a vida, mesmo diante de sua perenidade e abruptidão.

Eu me emocionei com os questionamentos de Didion sobre a sorte ou o azar. Também me perguntei como a vida se equilibra - se quando as notícias ruins chegam para todos ou quando as notícias boas sucedem as ruins? Eu me sensibilizei com seus relatos sobre meio século dividindo seu dia a dia com alguém. E agora me sinto exposto ao sentir que "eu" presenciei momentos tão ternos, tristes, sagrados. Sinto vontade de agradecer a Didion pelo que me ensinou.

"Os olhos de Deus não contemplavam o pardal. Ninguém olhava por mim."

brendaminah 17/01/2023

informação é controle, ou pelo menos, assim o achamos.
nessa obra, joan didion, como a jornalista sagaz que é, destrincha de forma crua, nada organizada e de certa forma burocrática, o processo pessoal do luto por seu marido falecido em dezembro de 2004.
beira o inacreditável o quanto joan domina as palavras a ponto de te fazer se interessar por dados e pequenos trechos de informações sobre questões médicas e burocráticas.

ana clara :) 11/01/2023

?era preciso acompanhá-la?
acho que ninguém nunca ta, verdadeiramente, preparado pro luto. do mesmo jeito que a joan não tava, mas ela escreveu pra que a gente, de alguma forma, estivesse. e ainda não estaremos pra quando acontecer, mas é assim mesmo.
ver o jeito que a joan não se permitiu sofrer o luto e a forma que ela foi perdendo a fé com passar do ano foi uma das coisas mais verdadeiras que eu ja li. didion, todo o meu respeito (por mais que às vezes a leitura tenha sido devagar. o livro era mais pra ela do que pra mim, de qualquer forma). se você não quiser, não leia, mas é excepcional

Sabrina 04/01/2023

Um relato forte sobre a perda, o luto, as memórias de uma vida em comum, as fugas pra evitar o sofrimento e encarar a nova realidade após a morte súbita do companheiro. Paralelo a isso lidar com a filha que, tbm adoecida, tem risco de morte. Ao mesmo tempo que é doloroso, triste, carrega uma sensibilidade que o torna bonito tbm. Vale muito a leitura, não era o meu momento de ler, mas pra quem passou recente por uma experiência de perda é uma boa pedida.

Carolina 31/12/2022

Um diário honesto
Gostei do livro, mesmo que em muitos momentos a leitura tenha sido cansativa e arrastada.
É uma obra sobre o luto: como seguir vivendo depois da morte (repentina) de alguém importante.
A vida e a morte são inerentes a todes e por isso muitos questionamentos postos pela autora nos faz refletir sobre nossa própria realidade, valeu a pena lê-lo.

Priscila 31/12/2022

Verdades sobre a vida e a morte
A autora me fez pensar sobre um tema que pouco li na vida, que é o luto.
Com a morte súbita do marido, Didion entra num vale em busca de respostas que nos envolvem a refletir sobre o quão triste é a morte de alguém que amamos.

laiszanella 29/12/2022

não sei exatamente o que eu achei
Gostei, mas não recomendaria, talvez eu leia novamente quando a vida pedir.
É um livro pesado, não achei que leria tantos detalhes, mas como esperado é um livro que relata o processo de luto que a autora passou após a morte do marido.
Algumas coisinhas na edição me incomodaram: erros na grafia de palavras e termos repetidos não intencionalmente. Não foi só uma vez que notei erros de tradução.
Na metade do livro eu lutei um pouco para não abandonar a leitura, mas, persisti, sabia que as considerações finais seriam o principal.
Encontrei lições lindas e reflexões espetaculares.

gabriela cardoso 23/12/2022

o ano do pensamento mágico
"somos seres imperfeitos, conscientes dessa mortalidade mesmo quando negamos, traídos por nossa própria complexidade, tão incorporada que quando choramos a perda de seres amados também estamos chorando, para o bem ou para o mal, por nós mesmos. perda daquilo que éramos. do que não somos mais. do que um dia não seremos de todo"

Geisi.Ferla 20/12/2022

Sobre o luto
Um livro sobre o luto, a perda, o medo, a dor e superação.
Será que é possível superar a perda de um amor ou será que nos acostumamos com a ausência?

Babi 16/12/2022

Ao longo das páginas desse livro vamos acompanhando as recordações e reflexões de Joan Didion no primeiro ano da morte do esposo.
A escrita de Joan flui de uma forma agradável e apesar de ter uma carga dramática forte, não é um livro triste

Amei a experiência e quero ler mais da autora