Mari 25/11/2012Quatro marinheiros e um bebêA história começa com o assassinato do jovem Billy e sua amante pelo marido traído, seguido de seu suicídio, deixando uma bebê recém-nascida, bastarda e órfã, nas mãos de quatro marinheiros ainda em choque com a morte de seu amigo Billy.
Desesperado e sem saber como cuidar da pequena Annie, a bebê, o capitão Matt pede socorro a sua tia Bess, uma escritora famosa, solteirona, idosa, desbocada, mentirosa e que adora um trago. Tia Bess já está preocupada em ajudar Rose, a neta de uma grande amiga que acabara de falecer, sem deixar nada além de dívidas para a moça. Então surge a ideia de acabar com dois problemas de uma vez, arrumando um lugar para Rose morar e uma babá para Annie. Como não era decente que uma jovem fosse morar em uma ilha com quatro marinheiros, Bess consegue convencer Matt e Rose a se casarem, se nem mesmo se conhecerem. Para isso precisou usar de algumas mentirinhas e brincar com o desespero de Matt, que não achava ninguém para cuidar da criança e de Rose, que já perdera vários empregos em poucas semanas e não tinha mais um centavo na bolsa.
Acabam então casados por procuração, mas assim que assina o contrato de casamento, Rose se arrepende e entra em desespero, afinal, já fora casada e seu falecido marido era um bêbado que só a maltratava, a espancando tanto que ela perdeu a criança que esperava.
Tia Bess então tem a brilhante ideia de acompanhar Rose até a ilha onde Matt morava, para fazer pesquisas para seu novo livro, apresentando Rose como sua secretária e mentindo que a esposa de Matt teve que realizar uma viagem inesperada para cuidar de um parente enfermo. Assim Rose poderia conhecer melhor o marido e caso não gostasse dele, poderia então pedir para anular o casamento.
É claro que essa mentira complicou toda a situação, e o tempo ia passando e elas não tinham coragem de contar a verdade, enquanto Rose ia se apegando cada vez mais ao bebê e ao marido, que andava surtando porque sua esposa não chegava nunca e ele precisava viajar, fora que estava ficando interessado pela secretária de sua tia.
O livro é bem divertido, Rose é uma graça, apesar de toda vida ter sofrido humilhações por sua aparência desajeitada - ela é considerada fora dos padrões de beleza da época, por ser muito alta, com cabelos cor de capim morto e olhos amarelados. Enfim, apesar de se considerar feiosa, ela não se afunda em um poço de autopiedade, ao contrário, consegue rir de si mesma.
E a gente ri dela, de seus pensamentos, de suas conversas com a bebê ou com a mula Angel, de suas tentativas de aprender a cavalgar ou de conseguir ficar cinco minutos dentro de um barco sem passar mal, de sua mania de fazer paisagismo no jardim, que segundo Matt não passava de encher o quintal de matinhos mortos que ela nunca conseguia fazer brotarem.
Os problemas começam quando Matt descobre toda a mentira e resolve se vingar dela, e ainda por cima aparece a tia interesseira de Annie, louca para se apossar não da sobrinha, mas do marido de Rose.