Resenhas - A Terceira Onda

the_sheeper 05/01/2022

A Terceira Onda
No livro, Samuel Huntington analisa o que ele chama de Terceira Onda de Democratizações compreendidas a partir de 1974, com a revolução dos Cravos. Para isso, o autor explica o que ele compreende por uma onda de democratização, as principais características e funcionamento dos processos. É uma análise bem minuciosa no qual ele explora de forma abrangente as experiências de cerca de 30 países que foram democratizados nesse período. É uma leitura muito fluída e interessante, no entanto, é possível ver algumas limitações tanto históricas da análise do autor, quanto de conceitos e pré-conceitos de sua análise.

Raul Maciel 18/03/2012

A Terceira Onda
Nesse livro, o cientista político Samuel P. Huntington analisa a chamada terceira onda de democratização, explicando como surgiu e deixando a questão sobre até quando poderá durar. Ele divide as ondas de democratização (seguidas de ondas reversas) assim:
1828 - 1926: Primeira onda de democratização
1922 - 1942: Primeira onda reversa
1943 - 1962: Segunda onda de democratização
1958 - 1975: Segunda onda reversa
1974 - 1990: Terceira onda de democratização (que pode ter passado um pouco de 1990, quando as pesquisas para o livro foram encerradas).

Essa terceira onda de democratização é basicamente a mudança que vários países fizeram, passando do regime não-democrático (ou autoritário) para o regime democrático; e ocorreu em países da Europa, Ásia e América Latina.

Conforme o autor explica no segundo capítulo, a insatisfação com o desempenho de alguns governos e a quase conseqüente perda de legitimidade do poder contribuem para que houvesse essa onda democrática; bem como motivos econômicos e até mesmo religiosos contribuíram para que a onda não se estendesse, por exemplo, ao continente africano, conforme ele explica no segundo capítulo.

Nos capítulos terceiro e quarto, Huntington foca o processo de democratização e analisa caso a caso países que tiveram o processo de democratização (se, por exemplo, a democratização ocorreu com ou sem "revolução", com ou sem apoio popular ao regime autoritário, com ou sem uma oposição forte).

Nos capítulos quinto e sexto, é colocada em questão o fato de ser possivel ou não uma terceira onda reversa. São traçadas no capítulo cinco as possibilidades de como cada governo pode lidar com os representantes do regime anterior (que cometeram vários crimes em nome de seu regime autoritário), questão à qual ele usa aplica a definição "processar e punir vs. perdoar e esquecer". E ele coloca fatos como desempenho econômico e em outros indicadores para pôr em questão a possibilidade de manutenção dessa democracia ou então uma terceira onda reversa.