fleabookz 27/08/2020
Poderia ser bom, mas é ruim, beirando o péssimo
É tanta coisa pra comentar que estou com o ebook aberto no kindle aqui do lado. Obviamente eu não tinha expectativa de que iria terminar o livro com doutorado em política, porém me irritou bastante o fato de ser "bem mastigado" e repetitivo, o que torna a linguagem fácil, mas ao mesmo tempo deixa a leitura extremamente cansativa. Acredito que facilmente uma coisa que li no primeiro capítulo foi repetida no capítulo 20.
Fora a repetição excessiva, outra coisa da qual não gostei, foi a organização do texto. Muitas vezes o autor utilizou subcapítulos pra estender um assunto, que ao meu ver, não tinha necessidade alguma disso, podendo ser exposto simplesmente num texto corrido, sem mais delongas.
O autor recorre sempre aos Estados Unidos e países europeus como um exemplo de boa política e democracia, NÃO TENHO PACIÊNCIA, Me soa como alguém que idolatra aos EUA e não reconhece nada de bom que tem no Brasil. Síndrome de vira lata, não né, por favor.
Além do mais de uma visão nada imparcial, de culpabilizar os cidadãos dos erros dos políticos, sim, nós elegemos eles, mas acreditando que esses serão honestos e cumprirão o prometido. Tirar a responsabilidade dos políticos, como se eles roubassem só por causa dos eleitores soa ridículo. E ainda tem o discurso sonhador de que podemos de fato combater essa corrupção os denunciando, sendo que ela existe nos três poderes e nos três níveis.
Eu também não gostei de como fica sempre falando que esse livro é perfeito para despertar o cidadão e o tornar ativo politicamente, é muita arrogância afirmar isso com tanta convicção. Por exemplo: "Sou um leigo no assunto que decidiu estudá-lo e agora quer compartilhar o que descobriu. Esta falta de diplomas e títulos para abordar o assunto, ao invés de uma desqualificação, pode ser considerada uma vantagem para a criação de um texto como este..." que autoestima elevada, hein?!
Entrando em algumas partes específicas do livro das quais queria comentar, como: "O fato de não votar ou desligar a televisão durante o horário eleitoral não nos remove da política, mas é um ato político em si, que passa a mensagem de que estamos contentes - ou suficiente acomodados - com a configuração política atual, pois uma atitude de neutralidade favorece a continuidade." Discordo, às vezes as pessoas só estão cansadas ou desacreditadas de a cada 2 anos verem o mesmo discurso que não é colocado em prática.
Para não me estender mais, queria concluir dizendo que gostei das citações trazidas no início de cada capítulo e de algumas explicações dos pensamentos políticos e econômicos, como direita, esquerda, etc.