@freitas.fff 04/05/2021
Dores em cores
Ter lido "Caderno de um ausente" por si só já foi uma experiência transformadora. O tipo de livro poético, intenso, profundo e que ainda assim consegue dizer um tudo de forma leve, suave, doce, mesmo contra sentimentos amargos.
A trilogia do adeus que reúne três personagens de Anzanello a escrever sobre o nascimento e a morte de forma tão natural, que por mais dolorida que seja, ainda se faz reconfortante para quem o ler. A forma como seus personagens descrevem dores e alegrias, conquistas e derrotas, chegadas e partidas, e todos os ganhos em meio as continuas perdas, é surreal e extremamente prazeroso de se descobrir, e descobrir-se no meio de tudo isso.
Para esse nosso tempo suspenso em pandemônio, é preciso ler alguém que fala do luto assim de forma tão respeitosa, amável, reconhecendo toda a dor e a rebentação que nos causa, sem deixar a verdade soar tão assustadora, tão infinita e mortal como a vemos.
É sobre família, é sobre morte, é sobre crescer e ser humano, mas sobretudo é de amor que cada livro fala, um complementar ao outro, e todos a complementarem você. Leia.