spoiler visualizarRenata Cristina 04/11/2012
Como sempre, estou aqui pra resenha o livro da Maratona de Banca com o tempo quase estourado.
Vocês já devem ter se acostumados!
Para o tema Reencontros, escolhi um livro da Lynne Graham. Fazia tempo que não lia Lynne G., e confesso que eu estava com um pouco de saudade do seu estilo “mocinho egoísta/mocinha bobinha”, mas devo confessar que o enredo desse livro em particular não me atraiu. Lynne não estava nos seus melhores momentos quando escreveu esse livro.
Aristandros Xenakis e Ella foram namorados, o relacionamento ia às mil maravilhas até o dia que Ella descobriu que Aris queria que ela largasse a carreira pra se dedicar exclusivamente a ele depois de casados. Ella rompe com Aris, e este, obviamente, encara o término como uma afronta, porque afinal “como assim ela não iria abandonar todos seus sonhos pra se dedicar exclusivamente a ele? Quanta audácia!!” Aahh sim, ele é um mocinho grego. Anos se passam e agora Aris e Ella são levados ao reencontro.
A irmã de Ella não podia ter filhos, então Ella doa seus óvulos para que sua irmã e o marido, primo de Aris, possam ser pais. Assim, o casal tem uma menina, Callie, a qual Ella nunca teve a permissão para conhecer. 17 meses após o nascimento do bebê, os pais de Callie morrem num acidente de carro deixando a guarda da menina para Aris.
Ella quer a guarda de Callie, que é sua filha biológica. Assim, Aris se aproveitará disso para se vingar do pé na sua bela bunda grega que levou anos atrás. O plano é simples, ele permite que Ella viva com Callie, se Ella aceitar acatar todos os desejos de Aris, e quando digo todos…são “todos”!
— Meus termos são rígidos — declarou Aristandros. — Você quer Callie. Eu quero você, e Callie precisa de uma mulher para cuidar dela. Se somarmos tais necessidades, chegaremos a um acordo que servirá a nós três.
(…)
— Está sugerindo que, se eu fizer sexo com você, irá permitir que eu veja Callie? — ela perguntou num tom incrédulo.
— Não sou tão rude assim, glikia mou — respondeu»-ele. — Nem tão facilmente satisfeito. Estou até mesmo preparado para lhe oferecer algo que nunca ofereci para uma mulher antes. Quero que você vá morar comigo...
— Morar com você? — ecoou Ella, atônita.
— Morar e viajar comigo como minha amante. De que outra maneira poderia cuidar de sua sobrinha? É claro, haveria condições — continuou ele suavemente. — Você não poderia trabalhar fora. Viver comigo e cuidar de Callie seriam ocupações de período integral.
Resumindo: Ella seria uma prostituta para Alex. Eu queria usar algum eufemismo, mas não deu! Isso, sinceramente, não me irritou, essa não é a primeira vez que pego um livro de banca e leio acordos como esse. O que me desagradou na leitura foi a tamanha passividade da mocinha.
Novamente, Aris obriga Ella a abandonar tudo que conquistou para viver ao lado dele. Ella é médica e entende-se que tanto sua carreira como suas finanças são ótimas, e ela abandona tudo sem muito protestos. Entendo que uma mãe pode ser capaz de tudo para ter sua filha por perto, mas logo percebemos que ter Callie por perto era apenas uma desculpa para viver ao lado de Aris. A sintonia entre Callie e Ella foi instantânea, mas mesmo assim, foi uma desculpa.
Uma noite Ella descobriu que Callie estava com febre, mas teve que deixá-la com a babá, porque Aris tinha uma festa e queria sua companhia. Não sou mãe, mas sei que uma mãe zelosa não deixa a filha bebê em casa e sai pra festa com o companheiro. Ella não teve coragem de contestar a ordem de Aris que queria ela junto a ele na festa, porém deu o maior piti e o deixou plantado na festa sozinho quando viu o mesmo dançando Conga com uma modelo. whatthefuck?
A leitura pra mim foi muito monótona e não consegui criar simpatia pelo casal. O mocinho faz esse acordo absurdo e inicialmente não possue muito laço afetivo com Callie. Quando Ella aceita o acordo e passa a morar com Aris, imaginei que aos poucos ela iria começar a impor sua vontade, transformando o modo arbitrário com que Aris trata inclusive as pessoas que ama. Isso não acontece, a mudança ocorre, mas é apenas devido ao fato que Aris realmente ama Ella e a convivência faz com que ele perceba isso.
A mocinha é tida por seus familiares e por Aris como uma mulher independente e dona de suas vontades, mas suas ações demonstram o contrário. A história também não tem nenhum elemento que nos chame a atenção, ela se resume às ameaças de Aris e às parcas objeções de Ella. Por fim, embora goste de Lynne Graham e já tenha me acostumado com seu estilo, ela não estava na sua melhor forma quando escreveu Herança de Paixão.
Alguém aí me recomenda algum da autora que tenha adorado?
Beijos!!!
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