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Correspondências Clarice Lispector




Resenhas - Correspondências


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DIRCE 22/06/2010

Clarice desmistificada?
Esperava encontrar nesse livro uma Clarice Lispector desmistificada e penso que posso dizer que encontrei. Acho que encontrei mais do que isso: acredito que me deparei com uma mulher carente, que mendigava respostas das cartas enviadas, cartas que, de certa forma, preenchiam o seu isolamento decorrente do espaço geográfico e do seu temperamento.
Encontrei também uma mulher que conseguia brincar, zombar, contar piadas, ser irônica (de forma deliciosa) e mais: encontrei a Clarice “amiga do peito”( aquela que queremos ter como amiga), a Clarice MÃEZONA – não só para os seus filhos, mas também para suas irmãs e a Clarice cidadã preocupada com o cenário político.
“Correspondências” além de me permitir “conhecer” uma Clarice ( será que eu posso afirmar desmistificada?), me permitiu“conhecer” pessoas encantadoras como Bluma Warner - suas cartas (como bem disse a Ju) são sensíveis e cheias de saudades.
Entretanto, devo confessar que fui tomada por certa frustração: a de não conhecer algumas respostas às cartas remetidas pela Clarice, principalmente àquelas enviadas ao seu filho Paulo.
AMEI.

PS.: Deixo aqui duas provocações aos amantes de Clarice que ainda não leram esse livro - apenas para sentirem um “gostinho”.

Provocação 1:
Berna, 31 de outubro 1946.
Alô, Lúcio,
isto é apenas para perguntar como você vai.
O que? Ah, estou bem obrigada(...)
O que? desculpe, não estou mais ouvindo,
a distância é grande, minha "aura"está
acabando e o esforço dessa comunicação
é sobre- humano que mal tenho forças
para assinar
Clarice.
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Provocação 2:
Washington, 7 de setembro de 1956.
Sexta –feira, 10 horas a.m

Prezados Sr e Sra E. Veríssismo,
Como é do conhecimento dos senhores, meu marido e eu, não tendo infelizmente religião (por enquanto)[...]Desejo perguntar se acreditam na possibilidade de padrinhos leigos.Eu acredito. No caso do sr. É e da senhora Fal também acreditarem , essa carta os convida a serem padrinho e madrinha de Pedro e Paulo. A condição única é continuarem gostando deles. [...] Mas a verdade é que por três anos, vocês têm sido os padrinhos deles, por tácito, espontâneo e comum acordo. Restaria apenas legalizar uma situação que aos poucos estava se tornando escandalosa.[...]
Na esperança do convite ser aceito, ouso assinar
Comadre Clarice
(sempre tive secreta inveja da comadre Luiza).
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Lilix / outrasbagatelas 23/12/2009

para ter na cabeceira.
Adoro cartas e as da Clarice são trocadas com pessoas inteligentíssimas e de grande sensibilidade.

Vale: a troca entre Clarice e Daniela, filha de seu terapeuta, de 9 anos e que escreve lindamente.

Poesia pura!
Itati 21/04/2022minha estante
Concordo totalmente: para ter na cabeceira!!!




Ayla.Candido 02/09/2022

As Cartas de Clarice
São de uma sensibilidade maravilhosa, nos toca a alma porque são redigidas para amizades reais, em um contexto de distância e solidão em meio a tantas pessoas, num país distante da sua terra, através das cartas, Clarice traz os amigos e familiares para perto de si. E para enriquecer mais ainda a leitura, nas cartas mencionam todo o contexto histórico da época, em uma Europa em guerra e cheia de incertezas.Recomendo a leitura.
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Kamila 19/11/2011

“Correspondências” cumpre muito bem seu papel de nos querer deixar mais próximos de Clarice. Sentimos, no decorrer da leitura do livro, que estamos compartilhando um pouco da intimidade dela, da vida dela longe do Brasil, das relações que ela construiu. Um ponto legal do livro é a perspectiva que ele nos traz de como algumas célebres pessoas sentiam a obra de Clarice. Rubem Braga foi muito feliz, neste sentido: “é engraçado como você me atinge e me enriquece ao mesmo tempo que faz um certo mal, me faz sentir menos sólido e seguro. Leio o que você escreve com verdadeira emoção e não resisto a lhe dizer muito e muito obrigado por isso”.
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Charleees 28/03/2023

Correspondências - Clarice Lispector | Organização: Teresa Monteiro

Muito utilizado na comunicação cotidiana, as cartas hoje para nossa geração não passa de um gênero textual, algo de um passado longínquo. A principal característica desse gênero é a existência de um emissor e um receptor.

Diferente das biografias, nas cartas conseguimos invadir o mais íntimo das pessoas que as escreveram e as receberam, seus sentimentos mais verdadeiros, suas angústias cotidianas e de alma, seus pensamentos e relacionamentos com as pessoas em sua volta.

Ler as cartas de Clarice é para mim como se eu estivesse em boa conversa com ela. Clarice foi uma pessoa única, que imprimiu seu jeito de ser, pensar e estar no mundo em seus escritos, seu amor às palavras transcendia - não era só o seu trabalho, era parte de sua vida, sua alma também.

Neste livro, lindamente e cuidadosamente organizado pela Teresa Montero, encontramos correspondências trocadas entre Clarice e as suas irmãs Tânia e Elisa, Lúcio Cardoso que era uma espécie de mentor literário para a escritora, Fernando Sabino que durante muitos anos manteve uma intensa troca de cartas com ela, Érico e Mafalda Veríssimo padrinhos dos filhos de Clarice, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Bluma Wainer amicíssima de Clarice Lispector, casada com o jornalista Samuel Wainer, mulher ligada à intelectualidade, que dava notícias de um Brasil naufragado na má política para a Clarice que há anos vivia fora daqui, são muitas pessoas e muitas histórias para contar.

No ano do centenário da escritora, está mais perto dela foi com certeza um ganho e tanto para aumentar ainda mais minha adoração a ela.
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genas 04/07/2023

" [...] pois tudo o que você propõe tem sempre essa explosão dolorosa. É uma angústia terrivelmente feminina, dolorosa, abafada, desesperada e guardada."
- de Fernanda Montenegro
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Serena 01/08/2011

Diferente do "Minhas Queridas", mesmo porque este é anterior mas o li depois daquele, nos dá uma visão maior do quanto era amada e admirada por possuir cartas enviadas à ela e não só as enviadas por Clarice. Mais uma vez fez-me sentir um pouquinho parte deste universo todo hermético e doce.

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
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Lala 25/10/2023

Uma maravilha
Amei demais ?entrar? na vida de Clarice com as cartas, poder enxergar como ela vivia e escrevia pra seus queridos.
Muito encantador
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Isinhaps 16/11/2009

Quero carta de Clarice
A Clarice era um mistério pra si mesma, talvez. E talvez sejamos assim para nós mesmos. Sua sensibilidade e força estão todas aí, percebemos em suas cartas duras e amorosas e nas cartas saudosas dos amigos, que ansiavam sempre por carta.

Para quem gosta de Clarice, nada mais gratificante do que ter a ilusão de que a conheceu um pouquinho...
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Lacerda 19/03/2010

As cartas de Clarice não fogem a qualidade de seus livros. São escritas com sensibilidade e mostram quem era Clarice dentro de casa, suas preocupações, seu carinho pelos amigos e todo seu cuidado para com aqueles que ela amava.
As cartas com Sabino são lindas, com Bluma são sensíveis, afetuosas. As cartas a Andréa Azulay tem um poético pueril que faz qualquer um perceber o porquê de Clarice ser o ícone da Literatura nacional.
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