Carol 25/07/2016Uma crítica social, que aos moldes da própria maratona, não leva a lugar nenhum-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
“Excelência”, disse Epstein, “colocamo-nos à mercê da justiça. Este rapaz admite ter matado a moça, mas estava apenas prestando um favor. ”
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O cenário é a Hollywood da década de 30. Desolada, monótona, assolada pela miséria pós-29. Na primeira página já se sabe que Robert mata Glória. Não há mistério e isso não é crucial. A graça da narrativa, alternada entre uma maratona de dança e o julgamento de Robert, está em saber como ele chegou a tal atitude.
Na maratona, na qual os casais circulam em uma arena durante dias na esperança de serem os últimos a cair e ganharem o prêmio de $1000, McCoy encontrou a metáfora perfeita para vida naqueles anos: violenta, niilista, sem sentido.
Mas não se mata cavalos? é um clássico da literatura noir da década de 30 e Simone de Beauvoir o nomeou como “a primeira novela existencialista da literatura americana”. É também um dos 1001 livros para ler antes de morrer. Um livro curtinho, bem escrito. Gostei.