Pedrex 13/03/2012
O papa Leão I merece o título popular de "Magno". Certamente, em vida, teve um ministério ativo dentro da Igreja, dentro do Império e nas relações entre o Império e os povos que se estabeleciam em seus territórios.
Essa atividade se manifesta também nos seus sermões. Sem se esquecer da análise das Escrituras e da exortação moral aos fiéis, combate o maniqueísmo e o monofisismo sem trégua. Óbvio que sua fala não cativa da mesma forma que as homilias de João Crisóstomo. Seu estilo, por vezes maçante e monótono, busca colocar às claras, ponto por ponto, a doutrina católica. Uma característica puramente romana, deve-se lembrar, cuja frieza está longe daquele sangue ardente e acalorado da Síria, que encontramos na Boca de Ouro.
Por outro lado, Leão Magno cativa pela forma com que defende a prática do bem, especialmente a caridade para com os pobres. Surpreende ao afirmar que, apesar de todas as virtudes que devemos praticar, é pela caridade prestada aos necessitados que seremos julgados. Certamente esse discurso reflete as necessidades da própria população romana de sua época, marcadas pela fome e pela pobreza resultantes das guerras contra os invasores, com as quais o papa teve de lidar, na ausência de outras autoridades competentes.