Está na Bíblia. Os Versículos Católicos

Está na Bíblia. Os Versículos Católicos Dave Armstrong




Resenhas -


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Polliana 16/10/2020

Exegese objetiva e respeitosa
O Dave Armstrong (creio que por ter sido protestante antes de se converter ao catolicismo) é muito respeitoso em todo o livro. Isso me impressionou bastante, pois já li alguns livros de exegetas católicos que deixariam qualquer protestante irritado ao ler a primeira página, e provavelmente não retornariam à leitura nunca mais.

Nos meus diálogos futuros com protestantes ou com pessoas de qualquer outra crença, tentarei levar a linguagem dele comigo, pois acho que o diálogo deve sempre envolver amor, mesmo que a outra parte odeie (talvez inconscientemente) o catolicismo.

Vejo muitos católicos que acreditam de verdade que os protestantes são burros ou que permanecem no erro porque querem, e, excluindo-se as poucas exceções que certamente existem, os protestantes, em sua maioria, apenas nunca pararam para analisar cada uma das coisas nas quais acredita. Seria maravilhoso se o católico estivesse sempre preparado para dar a razão de sua fé, como nos recomenda São Pedro, a qualquer um que lhe desse abertura, sempre com muito amor e compaixão, não importando o quão ridícula a questão lhe possa parecer, ou quantas dezenas de vezes terão que repetir as mesma coisa para diferentes pessoas (pois são sempre as mesmas questões).

Na Introdução, o Dave fala algo que é muito verdadeiro e que pode ajudar os católicos a terem mais paciência com os protestantes e os seus constantes ataques: "Na provável maioria dos casos, eles não estão sequer conscientes da possibilidade de que um católico possa usar uma passagem bíblica para provar qualquer coisa contrária ao Protestantismo. Habitualmente, nem mesmo consideram a possibilidade, pois para muitos protestantes, tal situação seria literalmente impossível e, portanto, não é algo que possa acontecer. Quando católicos e protestantes se engalfinham sobre a Bíblia e sua interpretação, protestantes devem sempre vencer (ou assim eles supõem, despreocupadamente)." Eu me senti descrita nesse trecho (antes de começar a estudar o catolicismo), assim como muitas outras pessoas que conheço.

Creio que ter essa percepção de que não é maldade, não é mau-caratismo, não é burrice, etc. (é apenas a forma como foi educado, e jamais passa pela cabeça da pessoa que possa o catolicismo estar certo,) pode fazer toda a diferença num diálogo.
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Karol 19/06/2020

Um livro de debate
É um livro bastante interessante e impactante, elenca 95 passagens em contraposição as de Lutero. O autor desenvolve os capítulos oferecendo ao leitor a argumentação contraria dos protestantes e os contra argumentos, defendendo a fé católica somente utilizando a bíblia, como os protestantes fazem. Dessa forma, mostrando aos católicos que é possível debatermos com os protestantes, por que a nossa fé tem como base a bíblia. Por se tratar de um ex-protestante e de participar de vários debates, o autor possibilita trazer uma visão maior na interpretação das passagens. Super recomendado!
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Marcio 22/06/2023

Estudo Bíblico
Livro apresenta versículos principalmente do novo testamento para embasar diversos pontos da doutrina católica. Também inclui citações dos principais apologistas evangélicos, dos mais antigos aos contemporâneos, traçando paralelos e oposições ao longo dos séculos de debates.
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Luiz 31/12/2023

"Está na Bíblia" mostra que o biblicista às vezes a nega
Livro: Está na Bíblia - 95 passagens bíblicas que fundamentam a doutrina católica
Autor: Dave Armstrong


Na condição de um ex-protestante, Dave Armstrong, sabe exatamente como um protestante entende e interpreta a bíblia, e assim neste livro a proposta é mostrar que como os protestantes, que acreditam que toda a sua doutrina se baseia nas Escrituras, o católico também pode defender sua fé com base nas Escrituras. Porém uma questão fundamental se coloca, o Protestantismo interpreta a escritura com base no seu corpo doutrinário, mas como todo corpo doutrinário protestante, muitas questões permanecem em aberto e contradizem umas às outras, justamente por não abarcarem a totalidade da fé, enquanto que o no catolicismo isto não acontece.

O que falta ao católico é um conhecimento bíblico, entender em que ponto sua doutrina se fundamenta. Enquanto que o Catolicismo surge uma prática, que se converte em Escritura e posteriormente nasce uma teologia, o Protestantismo funda uma teologia com base na escritura. São campos e formas distintas de entender a realidade cristã.

O autor se propõe em apresentar ao católico os fundamentos bíblicos de sua fé, para melhor à defende-la contra um protestante, pois sabemos que pra um protestante, tudo deve ser pautado na Bíblia, ainda que não assumam que sua doutrina turva muita coisa que está escrita, dando o sentido por vezes adverso do que deveria ser, o católico em contrapartida possui as tradições e o magistério que lhe explicam os pontos mais difíceis da doutrina e o que é ou não Dogma.

Dave Armstrong também nos mostra que a medida que o Protestantismo foi se dividindo ao logo dos séculos, seus reformadores em muitos aspectos, concordariam com diversos pontos católicos, enquanto que os protestantes atuais estão extremamente distantes dos seus pais, reformadores, que se encontram perdidos pra responder diversas questões bíblicas.

95 passagens soa como uma resposta às 95 teses de Lutero, mas de forma Católica. Caso Lutero e Calvino estivessem vivos hoje estariam abismado com o como o Protestantismo se desviou de suas crenças iniciais.

Ex:
-->> São Pedro como a Pedra e possuidor das Chaves do Reino

Mateus 16:18-19: "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus."

Isaías 22:20-22: "E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias; E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas mãos e o teu domínio, e será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá. E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá."

Muitos protestantes sentem-se desconfortáveis com Mateus 16:18-19, em primeiro lugar, por suas extraordinárias implicações para preeminência de São Pedro como supremo líder terreno da Igreja, ou papa, nomeado pelo nosso próprio Senhor Jesus. A Igreja, de acordo com Jesus (sob o ponto de vista católico), é construída sobre Pedro. Na figura e liderança de Pedro na Bíblia, a Igreja Católica vê um primitivo (e posteriormente desenvolvido) modelo para o governo da Igreja e para a liderança papal. O papa não é um autocrata ou um ditador, mas o "servo dos servos de Deus".
Além disso, a passagem também expressa indefectibilidade: a ideia de que a Igreja (histórica, institucional) fundada por Jesus nunca pode ser dominada pelos poderes das Trevas; que ela sempre preservá o verdadeiro ensinamento cristão proferido por Jesus aos apóstolos.
[...]
Historicamente, a resposta polêmica dos protestantes para a fraseologia da pedra foi sustentar que ele se referia apenas a fé de Pedro, e não ao próprio Pedro. Dessa forma, evitam o elemento institucional da missão de que o Senhor encarrega São Pedro. Se a fé é a chave exclusiva do significado, então Pedro pode ser visto como um mero representante de um princípio geral, em vez de único no sentido de liderança institucional e jurisdição concretas. Assim, comenta João Calvino, "Nada é dado, aqui, a Pedro, que não fosse comum a ele e seus colegas" (Institutes, IV, 6,4).
[...]
No entanto, Jesus não disse a mais ninguém que edificaria Sua Igreja sobre eles. Ele não renomeou a ninguém como "pedra" e apenas uma pessoa recebeu as "chaves do reino dos céus". Pedro foi singular em todos estes aspectos.
[...]
De todo modo, a sucessão papal é facilmente deduzida a partir de Mateus 16:18-19. São Pedro foi o primeiro líder da Igreja. Ele morreu como bispo em Roma, onde também morreu São Paulo. Foi assim que surgiu o primado romano, porque o sucessor de Pedro era o bispo no local onde ele morreu.
[...]
A sucessão apostólica (contra Calvino) também é um conceito bíblico. Depois que Judas traiu o nosso Senhor, os restantes onze discípulos escolheram seu sucessor, Matias (Atos 1:20-26). São Paulo, da mesma forma, transmite seu cargo a Timóteo (2 Timóteo 4:1-6). A sucessão apostólica foi uma crença mantida desde o início na Igreja, e ao longo dos séculos, até que o protestantismo a negou. Os padres da Igreja fizeram dela um critério central para a determinação do que era uma Tradição verdadeiramente cristã (ortodoxa). Se a doutrina não pudesse ser rastreada até Jesus, tornava-se suspeita.
[...]
Os comentaristas protestantes percorreram um longo caminho em direção à visão católica da primazia petrina, mas eles geralmente deixam de fora um ou outro elemento mais crucial do poder e da jurisdição papais. A visão católica explica todas estas implicações e aspectos (exegético, jurídico e histórico) de forma coerente, ao considerar que Pedro era o líder da Igreja primitiva e um modelo para os futuros líderes que assumiriam seu cargo por meio da sucessão apostólica.
[...]

O Protestantismo, por outro lado, não somente eliminou o papado histórico, imensamente importante na história da Igreja por mais de 1.500 anos, como também abandonou a sucessão apostólica e, em sua maior parte, até mesmo os concílios e bispos. Assim, ele se encontra em radical descontinuidade com o Cristianismo que o antecedeu, bem como com as Escrituras. Para os pais da Igreja, isso seria suficiente para estabelecer uma série e grave dúvida quanto à autoridade do Protestantismo na comparação com o Catolicismo.
Na medida em que o Protestantismo continua a alimentar a pretensão de reformar universalmente a Igreja e retornar às crenças e práticas da Igreja primitiva (a ideia pressuposta na terminologia da "Reforma"), essa é uma enorme dificuldade. As evidências mais nítidas da Bíblia, bem como os fatos históricos relativos à Igreja primitiva (e, até mesmo, da Igreja medieval) simplesmente estão muito mais de acordo com a crença e a estrutura católicas do que com qualquer forma de Protestantismo."
(Dave Armstrong, p.45-50)

Dave Armstrong consegue nos mostrar a controvérsia protestante em muitos casos e temas, e o como eles não entendem e não sabem o fundamento de muitas questões doutrinárias, muitas vezes apenas repetem o que outros disseram, e na maioria das vezes discordando dos pais fundadores do Protestantismo.

É um livro com uma leitura muito boa e fluída, demorei exatos 3 dias pra terminar de ler, é um livro excepcional, de todos os livros que li esse ano de 2023, este ficou em terceiro lugar. Recomendo este livro pra todo bom católico ler e saber defender sua fé em meio às calúnias protestantes. Sem dúvida é um livro que me marcou nesse ano e que adquiri um carinho especial por ele.


-->> A Igreja é o pilar da verdade
1 Timóteo 3:15: "... na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade".

"Os católicos aceitam esta passagem bíblica pelo seu valor de face: a Igreja é o solo ou a fundação da verdade; é infalível; é especialmente protegida pelo Espírito Santo de modo a ser a Guardiã e a Protetora da tradição apostólica, da verdade e da doutrina. Os protestantes (em última análise) não acreditam nisso, o que é a verdadeira razão pela qual eles se referem com muito mais frequência à "autoridade escritural" do que à "autoridade da Igreja" (como se fossem duas coisas opostas uma à outra).
[...]
Esse versículo, portanto, parece afirmar contra o pressuposto fundamental do Protestantismo: Sola Scriptura -- "Somente as Escrituras" -- o princípio formal da autoridade no Protestantismo. A Sola Scriptura defende que nenhuma Igreja instituída é infalível. Uma Igreja está doutrinalmente correta somente até o ponto em que possa ser defendida pelas Escrituras [...]
Os protestantes mais atentos e historicamente bem informados desejam manter uma aparência de autoridade da Igreja e de autoridade da Tradição (sempre subserviente às Escrituras, é claro), mas são incapazes de fazê-lo de forma coerente, pois derrubaram a própria "coluna e firmeza" de autoridade do julgamento individual particular. De acordo com a Sola Scriptura, o protestante, em última análise, é livre para colher e escolher suas doutrinas em um tipo de "Cristianismo de cafeteria" -- desde que ele possa conciliá-las com sua própria interpretação das Escrituras.
[...]
"Se a verdadeira Igreja é 'a coluna e firmeza da verdade' (1 Tim. 3:15), é certo que não há igreja onde a mentira e falsidade usurparam e ascenderam" (Institutes, IV, 2, 1).

Para Calvino, é uma verdade inegável que a Igreja Católica tornou-se irremediavelmente corrupta, aplicando livremente a ela termos como "perversão", "mentiras", "torpes sacrilégios", "superstições intoleráveis", "idolatria e impiedade" e "maldade" (Institutes, IV, 2, 2). Assim, a Igreja Católica não pode, afinal, ser a mesma Igreja referida em 1 Timóteo 3:15."
(Dave Armstrong, p.3-5)
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