Leandro.Bonizi 30/03/2024
O autor traz uma visão cristã sobre a natureza masculina e feminina que revoltaria os não binários. Cita que o homem foi criado "à imagem e semelhança" de Deus e a maioria das tentativas das mulheres de "moldar" o coração dos homens falha por elas não conhecerem o que há de mais profundo no coração deles. A intenção do livro é que as mulheres melhor os compreendam para ajudá-los a se tornarem bons cristãos. O autor cita frequentemente versículos da Bíblia e filme. Foi leitura muito diferente da qual estou acostumado. Por isso, vou tentar ser o mais objetivo quanto ao conteúdo do livro:
Para o autor, o homem anseia por aventura, com todos os seus requisitos de perigo e selvageria, e ela é um desejo profundamente espiritual que está escrito na alma dele.
E que, com a confusão de gêneros da modernidade, o homem perdeu sua própria natureza. Mais para a frente cita: "Nossa cultura voltou-se contra a essência masculina, objetivando amputá-la se demora — 'The war againat boys' — Hoff Sommers" (p. 112)
O homem possui em sua essência três desejos: uma batalha para lutar, uma aventura para viver e uma bela para resgatar: "Você vê, não é que um homem precise apenas de uma batalha para lutar; ele precisa de alguém por quem lutar. (...) A batalha por si só nunca é o bastante; um homem anseia por romance" (p. 35 e 36)
Fala dos três desejos femininos: que lutem por ela; não querem ser a aventura, mas participar da aventura; e ser a "bela", ter uma beleza "Não para evocar, mas para desvelar" (p. 36 e 37). Sobre a beleza, cita Dostoiévski: "A beleza não é apenas uma coisa terrível, é também uma coisa misteriosa. Deus e o Diabo lutam por maestria nela, e o campo de batalha é o coração dos homens".
Explica o porquê do vício na pornografia:
"Se um homem não encontra essas coisas para as quais seu coração foi feito, se ele nunca é sequer convidado a viver para elas do fundo de seu coração, ele as procurará de alguma outra forma. Por que a pornografia é a armadilha número um para os homens? Ele anseia pela bela, mas sem seu coração destemido e apaixonado, ele não pode encontrá-la, nem a conquistar, nem a manter. Embora seja poderosamente atraído pela mulher, ele não sabe como lutar por ela ou mesmo se deve lutar por ela. Em lugar disso, ela é, para ele, essencialmente um mistério que ele sabe não poder resolver e, assim, no plano da alma, ele mantém a distância. E, privadamente, em segredo, ele se volta para a imitação. O que torna a pornografia tão viciante é que, mais do que qualquer coisa na vida de um homem perdido, ela faz com que ele se sinta como um homem, sem lhe exigir absolutamente nada. Quanto menos um cara se sente um homem de verdade na presença de uma mulher de verdade, mais vulnerável ele está à pornografia.
E, assim, o coração de um homem, levado para as regiões mais escuras da alma, tendo-lhe sido negada a exata coisa que ele mais profundamente deseja, sai para lugares mais escuros. Agora, as lutas de um homem, suas feridas e seus vícios, não são apenas esses, mas esses são os motivos centrais" (p. 69 e 70)
Também fala da masturbação como uma forma de "sabotagem". Seguindo essa linha de raciocínio:
"Este é o medo mais profundo do homem: ser exposto, ser descoberto, ser desmascarado como um impostor, e não realmente um homem. O sonho nada tem a ver com atuação; esse é apenas o contexto para o seu medo" (p. 71)
Tanto Eva quanto Adão perderam sua "essência" ao pecar. No caso de Eva, citando Jan Meyers, uma republicana norte-americana, isso foi passado para toda a sua descendência: "'Quando Eva foi [enganada], a arte de ser mulher deu um mergulho fatal nos lugares estéreis de controle e solidão.' Agora toda filha de Eva quer 'controlar seu ambiente, seus relacionamentos, seu Deus'. Ela não mais é vulnerável; agora estará se agarrando. Ela não quer mais simplesmente compartilhar a aventura; agora quer controlá-la. E, quanto à sua beleza, ela ou a esconde, com medo e raiva, ou a usa para garantir seu lugar no mundo. 'No nosso medo de que ninguém vai falar em nosso favor ou nos proteger ou lutar por nós, começamos a recriar a nós mesmas e a nosso papel da história. Manipulamos nosso ambiente para não nos sentirmos mais tão indefesas.' A Eva caída torna-se ou rígida ou grudenta. Colocando de modo simples: Eva não é mais simplesmente convidativa. Ela ou fica se escondendo em ocupações ou fica exigindo que Adão venha em seu auxílio; geralmente, uma estranha combinação de ambos." (p. 79)
Dá sua explicação para a homossexualidade:
"Os homens que lutam contra a atração pelo mesmo sexo são, na verdade, mais claros neste ponto. Eles sabem que o que falta em seu coração é o amor masculino. O problema é que eles sexualizaram isso. Joseph Nicolosi diz que a homossexualidade é uma tentativa de reparar a ferida, preenchendo-a com masculinidade, seja o amor masculino que nunca receberam ou a força masculina que muitos homens sentem não possuir. Quando a busca se entrelaça com questões sexuais, ela também se torna uma busca sem esperança e é por isso que o esmagador número de relacionamentos homossexuais não dura. Por que tantos gays vão de um homem para outro e por que tantos deles sofrem de depressão e uma série de outros vícios? O que eles precisam não pode ser encontrado ali; não traz a cura para a ferida." (p. 130)
Afirma que para cada batalha o homem encontrará três inimigos: o mundo, a carne e o diabo. Eles formam uma espécie de "trindade profana". A explicação também é religiosa.
E afirma que "A maioria dos homens, veja bem, casa-se por segurança; ele escolhe uma mulher que o fará sentir-se um homem, mas nunca o desafiará a ser um" (p. 245)
Critica o sexo antes do casamento e, no final do livro, há um apêndice para recuperar a "sexualidade autêntica". Ele também disse anteriormente que a verdadeira "masculinidade" é "espiritual".