A Cabeça Bem-Feita

A Cabeça Bem-Feita Edgar Morin




Resenhas - A Cabeça Bem-feita


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Eduardo 08/01/2011

Li com cuidado esse livro, pois precisava fazer um fichamento pra facu. (citações no histórico). Achei Morin um cara super inteligente. a mudança no sistema de ensino brasileiro é urgente. ao mesmo tempo, parece distante. Morin é um dos pensadores da educação que defendem mudanças nos currículos. sua tese aqui é que tudo começa na mudança do pensamento... essa nova forma de pensar pode ser sintetizada na frase de pascal (vide histórico). Claro que gostei. Claro que aprovei a ideia da união das culturas humanas e científicas. Mas, porra, o livro não sai disso. Se considerarmos esse livro como um pontapé para uma teoria (que, esta sim, irá propor melhor uma forma de unir as culturas), aí sim, está ótimo. Problema é que Morin fica dando voltas e voltas.

Tudo bem, talvez eu esteja querendo ser muito pragmático, esperando tudo explicado, todos os passos a seguir. Na verdade, o que eu esperava era algo mais que isso:

"Atualmente, a Pré-história é uma ciência policompetente e multidisciplinar. Esse exemplo mostra que a constituição de um objeto e de um projeto, ao mesmo tempo interdisciplinar e transdisciplinar, é que permite criar o intercâmbio, a cooperação, a policompetência."

OK, eu percebi. mas os exemplos concretos dessa multidisciplinariedade não vão além desse caso da Pré-História. Queria que morin fosse além desse exemplo.

PS: essa crítica não encontrou campo no seminário que fizemos. Acho que todo mundo *amou* o livro. achei ele bem inteligente e certamente vou relê-lo. todavia, quanto a esse livro, tenho essa reserva..
Rafael.Giuliano 27/06/2013minha estante
Tenho em minhas mãos para ler e depois argumentarei com sua crítica!




Lílian 08/06/2012

Morin é um cara "viajadão".
Ele traz umas ideias bem interessantes, por vezes óbvias, por vezes doidas, por vezes revolucionárias, de como reformar o pensamento, a educação e a cabeça dos homens, diante da vida que temos levado e da organização atual da sociedade.
Karen.Strong 27/11/2019minha estante
Eu concordo com você , gostaria muito que ele fosse mais específico, gostei do livro mas também esperava um pouquinho mais, O grande problema desses caras é que ficam na linguagem muito filosófica e pouco descentrada.




Tauana Mariana 08/04/2013

Repensar a reforma, reformar o pensamento
Sobre o livro

Morin é Morin. Em um livro curtinho, fácil de ler e compreender, Edgar Morin propõe-se a refletir sobre a reforma do pensamento e repensar a reforma. Oferece-nos discussões acerca do ensino, da educação, da Universidade, dos professores. Afirma que ter conhecimento é ter uma cabeça bem-feita, e não uma cabeça cheia. Ou seja, de nada adianta termos inúmeras informações na cabeça, se não soubermos processá-la, discerni-la e compreendê-la. Mas para isso, é preciso pensar globalmente, de forma complexa e com paixão. Para Morin, educar deve ser feito com amor, pois é uma missão: é a missão da transmissão.

Resumo

Este livro é dedicado, de fato, à educação e ao ensino, a um só tempo. Esses dois termos, que se confundem, distanciam-se igualmente. p. 10


Capítulo I - Os Desafios

[...] a hiperespecialização impede de ver o global [...]. p. 13

[...] o retalhamento das disciplinas torna impossível apreender "o que é tecido junto", isto é, o complexo, segundo o sentido original do termo. p. 14

Uma inteligência incapaz de perceber o contexto e o complexo planetário fica cega, inconsciente e irresponsável. p. 15

Devemos, pois, pensar o problema do ensino, considerando, por um lado, os efeitos cada vez mais graves da compartimentação dos saberes e da incapacidade de articulá-los, uns aos outros; por outro lado, considerando que a aptidão para contextualizar e integrar é uma qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida, e não atrofiada. p. 16

O conhecimento só é conhecimento enquanto organização, relacionado com as informações e inserido no contexto destas. p. 16

O desafio cultural: a cultura das humanidades tende a se tornar um moinho despossuído do grão das conquistas científicas sobre o mundo e sobre a vida, que deveria alimentar suas grandes interrogações; a segunda, provada da reflexão sobre os problemas gerais e globais, torna-se incapaz de pensar sobre si mesma e de pensar os problemas sociais e humanos que coloca. p. 18

O desafio sociológico: a informação é uma matéria-prima que o conhecimento deve dominar e integrar; [...] o conhecimento deve ser permanentemente revisitado e revisado pelo pensamento; [...] o pensamento é, mais do que nunca, o capital mais precioso para o indivíduo e a sociedade. p. 18

O desafio cívico: o enfraquecimento de uma percepção global leva ao enfraquecimento do senso de responsabilidade [...], bem como o enfraquecimento da solidariedade [...]. p. 18

O desafio dos desafios: a reforma do ensino deve levar à reforma do pensamento, e a reforma do pensamento deve levar à reforma do ensino. p. 20


Capítulo 2 - A cabeça bem-feita

A primeira finalidade do ensino foi formulada por Montaigne: mais vale uma cabeça bem-feita que bem cheia. O significado de "uma cabeça bem cheia" é óbvio: é uma cabeça onde o saber é acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido. "Uma cabeça bem-feita" significa que, em vez de acumular o saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de: uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; princípios organizadores que permitem ligar os saberes e lhes dar sentido. p. 21

A filosofia é, acima de tudo, uma força de interrogação e de reflexão, dirigida para os grandes problemas do conhecimento e da condição humana. p. 23

[...] o conhecimento comporta, ao mesmo tempo, separação e ligação, análise e síntese. p. 24

Trata-se, ao mesmo tempo, de reconhecer a unidade dentro do diverso, o diverso dentro da unidade; de reconhecer, por exemplo, a unidade humana em meio às diversidades individuais e culturais, as diversidades individuais e culturais em meio à unidade humana. p. 25

Enfim, um pensamento unificador abre-se de si mesmo para o contexto dos contextos: o contexto planetário. Para seguir por esse caminho, o problema não é bem abrir as fronteiras entre as disciplinas, mas transformar o que gera essas fronteiras: os princípios organizadores do conhecimento. p. 25

[...] as ciências biológicas progridem em múltiplas frentes mas essas frentes não estão coordenadas umas às outras e levam à ideias divergente. p. 32

A História [...] tende a tornar-se a ciência da complexidade humana. p. 32


Capítulo 3 - A condição humana

O que essas ciências [cosmologia, as ciências da Terra e a Ecologia] é apresentar um tipo de conhecimento que organiza um saber anteriormente disperso e compartimentado. p. 35

Trazemos, dentro de nós, o mundo físico, o mundo químico, o mundo vivo, e, ao mesmo tempo, deles estamos separados por nosso pensamento, nossa consciência, nossa cultura. Assim, Cosmologia, ciência da Terra, Biologia, Ecologia permitem situar a dupla condição humana: natural e metanatural. p. 37

Conhecer o humano não é separá-lo do Universo, mas situá-lo nele. p. 37

Tudo isso deve contribuir para a formação de uma consciência humanística e ética de pertencer à espécie humana, que só pode ser completa com a consciência do caráter matricial da Terra para a vida, e da vida para a humanidade. p. 39

[...] a condição humana foi autoproduzida pelo desenvolvimento do utensílio, pela domestificação do fogo, pela emergência da linguagem de dupla articulação e, finalmente, pelo surgimento do mito e do imaginário ... [...]. p. 40

[...] em toda grande obra, de literatura, de cinema, de poesia, de música, de pintura, de escultura, há um pensamento profundo sobre a condição humana. p. 45


Capítulo 4 - Aprender a viver

É, pois, na literatura que o ensino sobre a condição humana pode adquirir forma vívida e ativa, para esclarecer cada um sobre sua própria vida. p. 49

Literatura, poesia, cinema, psicologia, filosofia deveriam convergir para tornar-se escolas de compreensão. p. 51

Explicar não basta para compreender. Explicar é utilizar todos os meios objetivos de conhecimento, que são, porém, insuficientes para compreender o ser subjetivo. p. 51

Ainda não existe, infelizmente, uma noologia, destinada ao âmbito do imaginário, dos mitos, dos deuses, das ideias, ou seja, a noosfera. p. 53

As ideias não são apenas meios de comunicação com o real; elas podem tornar-se meios de ocultação. O aluno precisa saber que os homens não matam apenas à sombra de suas paixões, mas também à luz de suas racionalizações. p. 54


Capítulo 5 - Enfrentar a incerteza

Aprendemos que tudo aquilo que é só pode ter nascido do caos e da turbulência, e precisa resistir a enormes forças de destruição. O cosmo se organizou ao se desintegrar. p. 56

Conhecer e pensar não é chegar a uma verdade absolutamente certa, mas dialogar com a incerteza. p. 59

E chegamos à grande revelação do fim do século XX: nosso futuro não é teleguiado pelo progresso histórico. p. 60

Todo o nosso ensino tende para o programa, ao passo que a vida exige estratégia e, se possível, serendipididade e arte. p. 62


Capítulo 6 - A aprendizagem cidadã

Um cidadão é definido, em uma democracia, por sua solidariedade e responsabilidade em relação a sua pátria. O que supõe nele o enraizamento de sua identidade nacional. p. 65

O Estado-Nação é uma sociedade territorialmente organizada. p. 66

A comunidade tem caráter cultural/histórico. É cultural por seus valores, usos e costumes, normas e crenças comuns; é histórica pelas transformações e provocações sofridas ao longo do tempo. p. 67

A mitologia matripatriótica suscita uma verdadeira religião do Estado-Nação. p. 68

[...] devemos contribuir para a autoformação do cidadão e dar-lhe consciência do que significa uma nação. p. 74


Capítulo 7 - Os três graus

Primário: a finalidade da "cabeça bem-feita" seria beneficiada por um programa interrogativo que partisse do ser humano. É interrogando o ser humano que se descobriria sua dupla natureza: biológica e cultural. p. 75

À medida que as matérias são distinguidas e ganham autonomia, é preciso aprender a conhecer, ou seja, a separar e unir, analisar e sintetizar, ao mesmo tempo. Daí em diante, seria possível aprender a considerar as coisas e as causas. p. 76

A aprendizagem da vida será realizada por duas vias, a interna e a externa. p. 77

A via externa seria a introdução ao conhecimento das mídias. Como as crianças são imersas, desde muito cedo, na cultura de mídia, televisão, videogames, anúncios publicitários, etc., o papel do professor, em vez de denunciar, é tornar conhecidos os modos de produção dessa cultura. p. 77-78

Secundário: o ensino secundário seria o momento da aprendizagem do que deve ser a verdadeira cultura. p. 78

[...] o círculo da docência não deveria fechar-se como uma cidadela sitiada, sob o bombardeio da cultura de mídia, exterior à escola, ignorada e desdenhada pelo mundo intelectual. O conhecimento dessa cultura é necessário não só para compreender os processos multiformes de industrialização e supercomercialização culturais, mas também o quanto das aspirações e obsessões próprias a nosso "espírito da época" é traduzido e traído pela temática da mídia. p. 80

A Universidade deve, ao mesmo tempo, adaptar-se às necessidades da sociedade contemporânea e realizar sua missão transecular de conservação, transmissão e enriquecimento de um patrimônio cultural, sem o que não passaríamos de máquinas de produção e consumo. p. 82

A reforma da Universidade não poderia contentar-se com uma democratização do ensino universitário e com a generalização do status de estudante. Falo de uma reforma que leve em conta nossa aptidão para organizar o conhecimento - ou seja, pensar.


Capítulo 8 - A reforma de pensamento

É preciso substituir o pensamento que isola e separa, por um pensamento que distingue e une. É preciso substituir um pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento do complexo, no sentido originário do termo complexus: o que é tecido junto. p.89

Um pensamento capaz de não se fechar no local e no particular, mas de conceber os conjuntos, estaria apto a favorecer o senso da responsabilidade e o da cidadania. A reforma do pensamento teria, pois, consequências existenciais, éticas e cívicas. p. 97


Capítulo 9 - Para além das contradições

[...] não se pode reformar a instituição sem uma prévia reforma das mentes, mas não se podem reformar as mentes sem uma prévia reforma das instituições. Essa é uma impossibilidade lógica que produz um duplo bloqueio. p. 99

O ensino deve voltar a ser não apenas uma função, uma especialização, uma profissão, mas também uma tarefa de saúde pública: uma missão. Uma missão de transmissão. p. 101

Onde não há amor, só há problemas de carreira e de dinheiro para o professor; e de tédio, para os alunos. p. 102
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alexjosesilva 18/11/2013

O repensar a reforma, reformar o pensamento
Neste livro dividido em nove capítulos com dois anexos temos uma obra corajosa e bem estrutura de ensaio de reforma educacional que culminará com um reforma de pensamento. Sem data, ou previsão de acontecer porque a mudança de pensamento é uma necessidade historia e ocorre lenta e planetária. Porém, em nossa história existencial temos achance de direcionar e tornar global os efeitos dessa mudança. Como livro sita: uma cabeça bem feita não divide, ela integra e contextualiza.
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mbpedago 14/12/2014

A cabeça bem-feita: reforma x pensamento
A obra de Morin (2005, 11a. edição) trabalha com a ótica da reforma e do pensamento para uma formação contextualizada com a modernidade. Por um lado, Morin (2005) trabalha a ideia de reforma do ensino a partir da sua finalidade e dos problemas e soluções que encontramos e, por sua vez, isso necessita uma reforma do pensamento e das instituições. É importante compreender, ainda, a diferença apontada pelo autor entre ensino (transmissão do conhecimento e cultura) e educação (formação e desenvolvimento humano e auto-didatismo).
O primeiro capítulo (Os desafios) aponta como principal desafio da reforma do ensino e do pensamento a tradição de termos um saber fragmentado e hiperespecializado, que por um lado representa o progresso tecnico-científico e, por outro, gera um uso técnico do conhecimento que (pode) resulta(r) numa regressão da democracia (do conhecimento); ao passo que o novo paradigma do conhecimento exige um saber poli-inter-multi-trans-disciplinar, isto é, um conhecimento que permita a visão global e a complexidade (interrelacional, interdependnte e interativa) do conhecimento.
O segundo capítulo (A cabeça bem-feirta) aborda a inteligência geral por meio da filosofia, da curiosidade e da contextualização. A filosofia é entendida como elemento de questionamento e reflexão; a curiosidade gera a inquietação pelo saber e a contextualização permite compreender as areas interpendentes entre ciência e humanidades e o contexto politico, socioecoonomico, cultural e educacional.
O terceiro capítulo (A condição humana) representa o papel central da filosofia para a discussão da ciência do homem integralmente ligado ao complexo Universo. Nesse sentido, é importante compreender que o conhecimento humano não é separado do universo e torna-se imprescindível responder quem é, onde está, como vive, que relações estabeleceu no processo de (des)enraizamento que um conhecimento novo transforma-se a partir do conhecimento anterior. []
O quarto capítulo (Aprender a viver) releva a filosofia como ética da compreensão e a cultura como uma escola de preparação da vida, que vai desde o ensino primário ao ensino superior, passando pela verificação das percepções contraditórias, pela fundamentação entre racionalidade, lógica e empirismo e o exercício da auto-critica. Além disso, revela a importância da observação do conhecimento como luz e escuridão e, por isso, a convivência, o respeito e a autocrítica são necessários. [Poderíamos considerar uma analogia do Mito da Caverna de Platão].
O quinto capítulo (Enfrentar as incertezas: aprender a viver, continuação) aborda a necessidade de mobilizar todos os conhecimentos para superar as incertezas, perpassando pelas diferentes áreas do conhecimentos. O sexto capítulo (A aprendizagem cidadã) aborda as relações entre educação, cidadania e estado-nação.
O sétimo capítulo (Os três graus) apresenta os conteúdos frente aos níveis de ensino. No ensino primário, Morin (2005) revela a importância do conhecimento global frente a integração destes na compreensão do ser humano; no ensino secundário, a história aparece como eixo articulador da cultura (ciência e humanidades); e, na universidade. A universidade foi reformada no século XIX em departamentos, cuja missão foi considerada transnacional para o desenvolvimento da ciência e modernização da cultura; no século XX, a reforma considerou a adaptação do ensino e da pesquisa às demandas econômicas, tecnológicas e administrativas da sociedade; e, por fim, no século XXI, a reforma exige a universalidade do conhecimento e a sua interdisciplinariedade.
O capítulo oito (A reforma do pensamento) aborda a necessidade de transformação da reforma do pensamento e do ensino a partir dessa exigência do século XXI. Assim, a reforma do pensamento precisa considerar o contexto e a complexidade dos fatos e dos fenômenos que envolve a explicação e a compreensão. O capítulo nove (Para além das contradições) aborda a missão dessa reforma do pensamento e do ensino.
O anexo 1 (Inter-poli-transdisciplinariedade) considera que as disciplinas foram institucionalizadas no século XIX (Universidade Moderna) e transformadas em campos científicos no século XX, passando a ser consideradas e representadas como autônomas dentro das fronteiras de linguagem, técnica e conhecimento. No século XXI, entretanto, a história da ciência revela a ruptura dessas fronteiras disciplinares para a suas relações inter-poli-transdisciplinares. O anexo 2 (A noção do sujeito) traz algumas considerações essenciais para a visão do todo de reforma do pensamento e do ensino.
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Jocélia 13/06/2015

A CABEÇA BEM- FEITA : REPENSAR A REFORMAR, REFORMAR O PENSAMENTO.
O livro trata a necessidade da reforma do pensamento para repensar a reforma do ensino, e na exigência do efeito da cabeça bem-feita como sentido último da educação. Lançando a idéia de ensino educativo, cuja missão não é a de conduzir a um mero saber, mas a uma cultura que permita entender a nossa condição e nos ajude a viver, o autor apresenta a diferença entre uma cabeça cheia e uma cabeça feita. Dentre inúmeras abordagens, o autor classifica uma cabeça bem feita, onde associa-se não a uma cabeça onde o saber é simplesmente acumulado e sim a uma cabeça que desenvolva uma aptidão geral de inteligência, tornando-se capaz de tratar os pensamentos e de organizar os conhecimentos.
Para Morin, quando mais avançada é a inteligência geral, maior é a competência de questionar problemas especiais, estimulando a total aplicação da inteligência para um maior desenvolvimento do conhecimento. Dessa forma, torna-se possível ter agilidade para organizar os conhecimentos e ao longo dessa organização prevenir a acumulação inútil, tendo por resultado uma total distinção da unidade dentro do diverso e o diverso dentro da unidade, enfim, conhecendo as partes pelo todo e o todo pelas partes.
Para o autor, a reforma do ensino deve levar a reforma do pensamento, e a reforma do pensamento deve levar a reforma do ensino. Propondo um novo espírito científico, onde tendo como objetivo favorecer a inteligência geral, o autor também aborda sobre o desenvolvendo da prática da problematização, porém para que isso aconteça é preciso a reforma do espírito da cultura das humanidades tornando-se necessário o desenvolvimento da aptidão de refletir sobre o saber, incentivando a repensar o pensamento, a dês-saber o sabido e a duvidar da duvida.
Uma educação para uma cabeça bem – feita daria a capacidade para se responder aos desafios da globalidade e da complexidade na vida quotidiana, social, política, nacional e mundial, portanto torna-se imprescindível a restauração da finalidade da cabeça bem – feita, nas condições e com os imperativos próprios de nossa época, onde a educação deve favorecer a auto formação da pessoa, ensinando a assumir a condição humana, a viver e a como se tornar um cidadão.
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joao.antoni0 15/11/2016

Uma utopia do pensamento complexo
Em cabeça bem feita Morin deixa claro seu projeto de uma sociedade onde seus sujeitos reformulem o seu pensamento de maneira complexa, de maneira completa. Para isso, ele argumenta que dos desafios que a própria sociedade, pela educação, deve contemplar onde os conhecimentos não sejam fragmentados mas que as pessoas sejam capazes de organizar as informações como parte de um todo, assim contextualizando as disciplinas, ligando a cultura cientifica com a cultura humana. Para isso, Morin, de forma gloriosa, abrange diversas discussões, desde ciências sociais até teoria dos cosmos, desde arqueologia até as ciências quanticas, da filosofia à biologia, e da dinamicidade além delas, esmiuçando o quanto que todos esses conhecimentos humanos abrangem uma complexa globalidade. Há porém o que se prestar bastante atenção em algumas afirmações em discussões que naquela época não era muito debatidas e até em seu atrevimento discursivo quanto algumas temáticas, visto que, propositalmente faz isso justamente para defender seu ponto de vista. O livro é muito bom principalmente em quem procura entender sociedade e busca estudos sobre educação com um princípio. Além disso possibilita uma viagem pela leitura, que particularmente achei muito instigante. Para organizar nosso pensamento, e para isso precisamos de todo conhecimento para moldar ainda mais nossa subjetividade no mundo, vamos percorrer essa viagem que Morin nos desafia?
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Guaracy.Carlos 15/11/2016

Facil Leitura e Rico Conteudo
Como grande parte das obras de Edgar Moran o livro prima pela escrita fluida, solidez dos argumentos e raciocínio lógico. Leitura estimulante.
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Thalita 13/08/2018

Para fazer refletir
Edgar Morin é um mestre da complexidade, suas palavras sempre muito inspiradoras e que nos faz refletir sobre a onda de fragmentar os saberes. Acho que todo mundo devia ler obras assim, para refletir e aprender a buscar o conhecimento de verdade.
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Karisma 17/02/2020

Interessante.
O autor consegue transmitir muito conhecimento em poucas páginas.
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Le 03/07/2020

Livro super estimulante. Trabalha com a ideia de reformar.. a educação, a sociedade, talvez um novo projeto de sociedade, que indiscutivelmente perpassam pela reforma do pensamento. Gostei demais do título, uma cabeça bem-feita é diferente de uma cabeça bem-cheia. Serve muito para o atual momento, a todo instante somos bombardeados virtualmente por uma enxurrada de informações, e o nível de reflexão mantem-se relativamente baixo. Um dos caminhos é dialogar constantemente com a incerteza, buscar conhecer o todo para compreender as partes, e vice versa, combater em dada medida a fragmentação dos saberes, ou melhor a ideia de se manter fechado na caixinha das especializações.
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Kevin 07/10/2020

Um bom livro, gosto muito da questão da complexidade, parece querer dar conta das próprias complexidade que o mundo vive, em alguns momentos, no entanto, sinto um certo eurocentrismo, o qual já vi outros leitores abordarem, claro que ele fala do contexto francês ao falar de educação, etc., mas dada a sua própria noção de complexidade, é transmitida uma ideia etnocêntrica que parece não pensar em outras realidade fora da Europa e França, já que se fala, por várias vezes, de um mundo conectado e das partes com o todo, etc., claro que é uma impressão que fica nesse livro em específico, mais que em outros, como no trecho ?no caso dos franceses, ensinar a filiação à França, à sua história, à sua cultura, à cidadania republicana, e introduzir a filiação à Europa?, percebe-se que fala dos franceses, mas esse postulado não parece coadunar com outro momento em que o autor diz: ?hoje somos vítimas de dois tipos de pensamento fechado: primeiro, o pensamento fracionário da tecnociência burocratizada, que corta, como fatias de salame, o complexo tecido do real; segundo, o pensamento cada vez mais fechado, voltado para a etnia ou a nação, que recorta, como um puzzle, o tecido da Terra-Pátria?, ou seja, ao mesmo tempo que ele põe o ensino ?apegado? ao Estado-nação (uma invenção), também põe esta questão, ao menos em forma mínima, como uma problemática, enfim. No geral, vale a pena ler, possui ideias interessantes, mesmo que, reitero, tenha sentido essa visão eurocêntrica por demais.
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belares 12/01/2021

Saudoso professor Jozimas
Li esse livro obrigatório na faculdade, para o curso de teologia (?). As aulas eram ministradas pelo icônico professor Jozimas, espero que ele esteja bem ?
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Patricia 11/08/2021

A cabeça bem-feita
Nesse curto e complexo livro, o autor reflete sobre a necessidade de reforma do pensamento, da escola e por conseguinte da sociedade.
Reflete sobre a complexidade do mundo e como o ensino não nos prepara para entender a totalidade da nossa realidade. Propõe que o modo de ensino seja alterado, deixando de segregar assuntos e sim passando a criar "cabeças bem feitas" a partir de um estudo interdisciplinar, aberto à complexidade da realidade.
A sociedade altera os modos de ensino, que altera os alunos, que alteram a sociedade.
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