The Lady Astronaut of Mars

The Lady Astronaut of Mars Mary Robinette Kowal




Resenhas - The Lady Astronaut of Mars


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Paulo 11/08/2020

Este conto foi publicado antes de Calculating Stars, o primeiro volume da série. Ele se passa em momentos bem à frente na série. Se você tiver interesse em ler a série, não leia o conto porque você pode tomar alguns spoiler (bem pouca coisa... bem pouca mesmo). Digamos que o conto possa ser considerado o volume 4,5 da série, mas a autora ainda não tinha pensado em vários dos acontecimentos que se desenrolam em Calculating Stars e Fated Sky. Enfim, o conto pode ser perfeitamente lido de forma independente e por si só, sem qualquer conhecimento prévio.

Na narrativa Elma York começa sendo examinada por uma geriatra. Aparentemente, a geriatra conhece Elma de quando ela era criança ainda na Terra. Isso traz boas recordações a Elma de o quanto o contato com as pessoas lhe fazia bem e aquele senso de aventura a excitava. Ao chegar em casa ela se depara com o seu marido Nathaniel, preso a uma cadeira de rodas, devido a uma doença debilitante. Essa doença parece ser terminal e a relação entre os dois ficou estremecida muito por conta da provável saudade que se aproxima no horizonte. Elma é chamada até a base aeroespacial e recebe uma proposta que, anos antes, seria irrecusável: voltar ao espaço, liderando uma equipe rumo a um planeta habitável em uma galáxia distante. Uma missão de três anos. Só tem um porém: provavelmente, Nathaniel já terá morrido até lá. Elma agora tem a terrível decisão entre voltar ao seu amado espaço ou permanecer ao lado de seu eterno companheiro.

Uma coisa que me fascina na escrita da Mary é em o quanto ela consegue mover os seus personagens do ponto A para o ponto B sem parecer forçado. A gente sabe o que vai acontecer, mas a autora não deixa espaço para acreditarmos que estamos sendo manipulados. Sua escrita é calma e compassada e ela não tem pressa alguma em conduzir sua história. Para mim, que leu Calculating Stars, é como se eu revisse velhos amigos que agora envelheceram. Nathaniel era um personagem que eu adorava (claro que eu amava a Elma) justamente pelo seu papel de marido companheiro. Um easter egg curioso é o da geriatra e a brincadeira não me passou despercebida foi em relação ao seu nome, Dorothy. Me remete imediatamente ao Mágico de Oz. Dorothy veio do Kansas e voou para outro mundo. Neste outro mundo, Marte, ela precisa agora cuidar do mágico, debilitado e incapaz de ajudá-la a retornar ao Kansas. Aliás... não estamos mais no Kansas, como diria aquele ditado americano.

A narrativa é emocionante e mostra a dor da escolha que Elma precisa fazer. No conto, Mary consegue nos mostrar bem a força da personagem. O quanto ela é independente e sabe o que quer para si. O fato de ela estar indecisa não é nenhum tipo de prisão ou chantagem, mas simplesmente porque ela ama o marido. Um marido que lhe apoiou em seus momentos mais difíceis e que agora ela gostaria de estar com ele em seus momentos finais. Não estar com ele seria uma dor terrível. Ao mesmo tempo, essa é a última oportunidade de sua vida de poder ir ao espaço. A autora consegue passar para o leitor todos os ângulos que contornam esta questão sem dar um aspecto de bem ou mal a ela. É simplesmente uma escolha da vida, algo que nós em algum momento vamos passar. Sem entregar muito, o final é tocante e é de deixar o coração apertado. Uma leitura maravilhosa.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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