Ascese

Ascese Nikos Kazantzakis




Resenhas - Ascese


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Joao.Paulo 26/12/2020

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O livro de Kazantzákis tem uma estrutura quase profética, remetendo diretamente a versículos bíblicos em que podemos quase dissociar a maioria dos parágrafos, usando-os como frases completas por si. Quando se precisa voltar em um parágrafo anterior, não é raro que se faça uma leitura na ordem reversa do parágrafos, e o texto continua intacto em sua argumentação principal.

Também assimila essa ideia cristã de bem e mal, onde, Deus, também é criador do mal no mundo, mas as coisas não são resolvidas em um simples paradoxo. Existe uma inversão de valores muito interessante na ideia de, na realidade, Deus precisar de nossa ajuda para existir; o que também se prova verdade quando a situação é o contrário. Kazantzákis consegue assimilar com grande clareza as contradições do ser humano e sua relação com o divino, que ao mesmo tempo que é um tudo, também se torna um nada.

A partir de uma dupla linhagem consegue desenvolver temas extremamente complexos envolvendo o elemento divino, não forma somente uma força paradoxal, criando um terceiro tema, mas arriscaria dizer que existe até um quarto tema, que seria a superação e união de todos os outros três, o que no final das contas acaba formando um conceito bem junguiano. É mais jornada espiritual pessoal, mas que Kazantzákis consegue expelir de maneira universal, sem um personagem central, só temos a consciência guia. Não é de se espantar que ele tenha tido grande influência nos temas e na maneira de narra de Hilda Hilst.
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