Cassia 01/12/2017
UMA EXCELENTE LEITURA. MESMO!
Neste livro, os dois escritores discorrem sobre o conceito de Caridade, no âmbito do Cristianismo e no que tange às principais correntes religiosas influenciadas por ele aqui no Brasil (Catolicismo, Evangelismo, Espiritismo e Umbanda), tal como ele foi conceituado por Jesus e como ele foi pervertido ao longo do tempo - quer por traduções errôneas ou interpretadas literalmente e sem contexto ou aprofundamento, quer por interpretações equivocadas de lideranças religiosas.
Ambos os escritores são Pais-de-Santo e estudiosos das Religiões. E entendem muito do assunto que decidiram abordar. Em linguagem clara e acessível, eles discorrem sobre o tema, não se atribuindo o posto de autoridades absolutas ou querendo dar o ponto final sobre um tema tão polêmico e tão amplo (eles mesmos deixam muito claro que o grande intuito da obra é levar o leitor à reflexão e à discussão) – e levando seu leitor, se estiver disposto a ser “chacoalhado”, a profundas reflexões.
Sem passar a mão na cabeça ou subestimar a inteligência do leitor, eles chamam a atenção para o fato de que o conceito de Caridade, tal como ensinado por Cristo, tem como base o Amor em sua forma mais elevada. Contudo, infelizmente, diversas circunstâncias acabaram tornando a Caridade uma forma moderna das nefastas indulgências religiosas da antiguidade; ou mesmo, no que diz respeito ao cidadão religioso comum, a praticá-la mais por razões egoístas e equivocadas do que por sua verdadeira natureza.
Sem exagero, esse é um desses raros livros verdadeiramente ecumênicos, que deveria ser leitura obrigatória para todos aqueles que se interessam por Religião – seja ela qual for, quer sejam praticantes ou não – devido à importância dos questionamento e reflexões que provoca.
Um livro pequeno, mas que pode seguramente ser definido por aquele ditado que prega que "é nos menores frascos que estão os melhores perfumes". Leitura super recomendada!