Guerra e Paz

Guerra e Paz Leon Tolstói




Resenhas - Guerra e Paz


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Lude 14/08/2014

Liev Tolstói = Titã
Numa cena do filme "Kill Bill Vol. 2" a personagem Ellie Driver comenta: "Eu amo a palavra 'colossal'. Não é uma pena que não tenhamos mais chances de usá-la?" Bem, eis aqui uma boa oportunidade de usar a tal palavrinha.

A fama de "Guerra e Paz" o precede: as milhares de páginas, as centenas de personagens... Ainda me lembro de um episódio dos Peanuts que assisti quando era criança, no qual Charlie Brown tinha que ler "Guerra e Paz" para uma de suas disciplinas na escola. O coitado era então obrigado a andar por aí arrastando consigo um calhamaço quase do tamanho dele próprio - e sempre pegando no sono tão logo começava a lê-lo. Anos depois, no colegial, um amigo meu começou a lê-lo e descreveu a experiência como "intensa". Eu associaria esta palavra ao livro dali em diante. "Guerra e Paz" se tornou para mim um Everest da literatura, um empreendimento que exige preparação, fôlego, perseverança e coragem. E tal como a montanha nevada, se me afigurava ameaçador em sua imponência.

Não obstante, logo entendi que eu teria de encarar o magnum opus de Tolstói algum dia. Resolvi lê-lo neste meu 25º ano de vida, como uma espécie de rito de passagem entre meu primeiro quarto de século e o próximo. Cumprido o rito, achei por bem escrever esta resenha.

"Guerra e Paz" é um daqueles livros que te fazem parar no meio da leitura para olhar para sua capa alguns instantes, embasbacado, perguntando-se como pode ele ser tão bom. É um livro que convida a aplicar adjetivos superlativos, tais como magnífico, genial, assombroso ou o já mencionado colossal, tão amado pela vilã caolha de Tarantino. Enorme também não cai mal - o tamanho não tem como passar despercebido, especialmente quando você estiver procurando uma posição confortável para segurar o calhamaço. Tolstói dá uma contundente aula de descrição, diálogo, caracterização de personagens, condução de tramas e subtramas, etc., daquelas de fazer qualquer escritor de gaveta (como eu) colocar o rabo entre as pernas. Ele consegue discorrer sobre paixonites adolescentes e manobras militares e políticas com a mesma familiaridade. Até agora me pergunto como ele conseguiu falar com tanta propriedade de tantas facetas diferentes da experiência humana numa mesma obra. É como se ele alternasse constantemente entre um telescópio e um microscópio: com um observa o movimento dos corpos celestes no espaço, com outro, estuda as interações dos micro-organismos que vivem numa gota d'água.

Tenho para mim que todo leitor que se preze deve passar por "Guerra e Paz" algum dia. Seja para amá-lo, seja para odiá-lo, todos deveriam pelo menos tentar lê-lo. E para aqueles que perseverarem até o fim, não será pequena a recompensa. Sem falar que para estes o conceito de livro grande nunca mais será o mesmo...
Douglas 18/11/2014minha estante
Estou muito ansioso para comecar...obg pela resenha,magnifica


larissa dowdney 09/12/2014minha estante
belíssima resenha!


Carol 12/05/2015minha estante
Que resenha mais linda. Nem vou usar palavra mais elaboradas, é só linda mesmo. Fiquei especialmente encantada com a metáfora da alternância entre o microscópio e o telescópio, que me fez até mesmo lembrar das longas descrições de batalhas e cenas de guerras com menos ódio do que eu vinha fazendo. Provavelmente sempre vou pensar que o livro teria sido melhor apenas com a análise microscópica, mas obrigada por me fazer colocar essa ideia em dúvida.


Dailton 24/07/2016minha estante
Parabéns pela resenha, Lude. Não precisa colocar o rabo entre as pernas rs. Você é um excelente escritor.


Gabriel 10/04/2017minha estante
Cheguei ao meu vigésimo terceiro aniversário e começo a achar que está na hora de encará-lo.


Kelvin 12/01/2018minha estante
Cara, só por você ter citado Kill Bill numa resenha sobre Guerra e Paz já tô te seguindo, hue


Emilly.Borret 21/04/2020minha estante
Descrição genial, escrita impecável, me deu vontade absurda de ler só pela resenha. Muito bom.


Luis 26/04/2020minha estante
Parabéns pela magnífica resenha. Pegando folêgo aqui para encarar em breve esse ?Everest?.


Bonnie | @bonnielendo 06/08/2020minha estante
Hahaha, adorei a resenha, estou tentada a me arriscar nesta obra em breve!


Biel 15/11/2020minha estante
Que resenha excelente, parabéns! Já tinha muita vontade de lê-lo mas agora tenho mais! Estou aguardando uma boa promoção para comprá-lo.


Ferreira.Souza 12/01/2021minha estante
paixão do autor o atrapalha, e as personagens femininas são de fato toscas
sinceramente tostoi tinha problema com as mulheres .


Paula 01/02/2021minha estante
Amei a sua resenha!


di 26/03/2021minha estante
Gente alguém tem o pdf do segundo livro?


Leitor_aposentado 18/03/2022minha estante
Rapaz, sua resenha foi primorosa. Passei dois anos lendo, entre várias paradas, e terminei há poucos meses, com 15. Talvez tenha antecipado meu "rito de passagem", mas não me arrependo nem por um segundo.


Allan 07/09/2022minha estante
Resenha excelente! Ano que vem cumpro meus 25 anos e passarei pelo mesmo ?rito? de passagem na leitura, ansioso pra escalar esse Everest.
Ps: A referência à Kill Bill foi de um bom gosto colossal


Yasmin 16/11/2022minha estante
Que resenha maravilhosa, ansiosa para ler. ??


Hellen.Galvao 10/01/2023minha estante
Não gosto muito quando ele discorre sobre a guerra pq né perco


Nathaniel.Figueire 04/12/2023minha estante
Eu também tenho essa lembrança afetiva com o romance por causa desse episódio de Peanuts!


JosA225 27/12/2023minha estante
Uma verdadeira epopéia esse livro. A Russia em guerra com Napoleão Bonaparte mas a vida segue sua rotina. Inesquecível. O melhor livro que já li em minha vida.




Clio0 02/04/2020

Se você é um leitor habitual, provavelmente já ouviu falar de Guerra e Paz - considerada por muitos o melhor romance já escrito, por outros também o mais tedioso de ler.

Fama injusta, mas explicável.

A obra de Tolstói é uma imensa crônica de costumes que se entrelaça com as Guerras Napoleônicas pelo ponto de vista de um certo número de oficiais pertencentes a pequena nobreza russa.

Isso por si só já não é a preferência da maioria dos leitores, quando se coloca então o fato de que o autor narra extensivamente e intensivamente as mudanças íntimas e sociais provocadas pelo período supracitado...

Enfim, esse clássico continuará a ser evitado por muitos e celebrado por outros tantos. Devido ao preço que um único exemplar custa, eu o recomendo apenas aos leitores que gostam do estilo.
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Flávia Menezes 26/12/2023

O SABER É A SUBMISSÃO DA ESSÊNCIA DA VIDA ÀS LEIS DA RAZÃO.
?Guerra e Paz? é um romance histórico que foi escrito pelo autor russo Liev Tolstói, publicado no Russkii Vestnik, um periódico da época, entre os anos de 1885 e 1869, e é considerado uma das obras mais volumosas da história da literatura universal.

Narrando a história da Rússia à época de Napoleão Bonaparte (em especial, durante o período das guerras napoleônicas), o romance é dividido em 4 livros mais epílogo.

Quando vi essa parte final, do epílogo, eu fiquei me perguntando que tanto mais o autor tinha a dizer depois de tantas páginas. Mas ao encerrá-lo, foi como se uma trava ouvesse sido tirada dos meus olhos, me ajudando a enxergar tudo o que eu não havia enxergado até aqui com tanta clareza.

Foi quando percebi o motivo pelo qual eu sempre respondia com tanta convicção que, apesar de não ter tanta conexão com a história, algo me dizia que eu devia prosseguir até o final.

Referente a isso, só posso dizer que nunca foi teimosia, mas sempre foi sexto sentido!

Mas de fato durante a leitura do romance, nesta parte inicial de um Tolstói historiador, tirando alguns momentos em que seus personagens me impressionaram ou me tocaram de alguma forma, eu não consegui sentir todo este fascínio pela história, o qual eu via algumas pessoas falando sobre.

Claro que muito da minha dificuldade em mergulhar em toda a magnitude desta história, se deveu parte a uma inexperiência em Tolstói (eu certamente deveria ter lido mais livros pequenos dele, antes de iniciar essa leitura), e por pura ignorância mesmo (eu reconheço!) do contexto sócio-histórico da Rússia nesta época.

Mas apesar de conhecer meus entraves e limitações, durante a leitura havia essa pergunta que girava constantemente na minha mente, a qual eu não conseguia calar: ?O que o Tolstói está tentando me dizer com esta história?? Uma pergunta que, quanto mais eu me aproximava do final, mais eu desistia de vê-la respondida.

Isso até chegar no epílogo, que surgiu diante de mim não apenas respondendo a minha pergunta principal, mas também a uma série de outras questões que me acompanharam ao longo desses quatro meses e vinte e quatro dias de leitura (com uma sensação semelhante àquele famoso meme do Titanic: Já faz 84 anos!).

Antes de falar sobre esse epílogo, eu preciso dizer que Tolstói nos apresenta uma diversidade de personagens onde, enquanto alguns nos despertam empatia, já outros, nos farão sentir uma intensa repulsa, especialmente aqueles que refletem os pensamentos e atitudes da alta sociedade da época, e que não nos pouparão incômodos com seus comportamentos excessivamente fúteis e vazios.

Porém, entre esse ?amor e ódio?, esta história complexa e desenvolvida com uma presteza de detalhes que apenas um escritor-artista é capaz de conceber, ora estamos diante do ambiente de guerra e das suas inevitáveis fatalidades, ora estamos acompanhando a vida dos seus personagens, sentindo como o efeito da guerra os atinge e vai definindo seus destinos.

Confesso que por muitos momentos eu me sentia irremediavelmente entediada, em especial nas partes da guerra. E isso não acontecia por motivos dos detalhes das descrições, mas sim pela narrativa que assumia um tom muito diferente, de uma arrogância e frivolidade, tornando perceptível a diferença dos efeitos da guerra para aqueles que comandam, daqueles que estão diante da linha de frente.

Em outros momentos, o que muito me entediou, foram os constantes histerismos e futilidades das mulheres mais jovens, e da inconstância de atitudes por parte dos homens no que se refere aos compromissos que assumiam com essas jovens. Claro que existe um contexto de época, mas Tolstói potencializa cada característica para nos provocar, nos instigar?e de fato, reagimos!

Mas quanto a isso, o que aprendi com Tolstói em ?A morte de Ivan Ilitch? é que seus personagens são viscerais, e isso quer dizer que vão nos proporcionar incômodos porque suas atitudes mundanas nos levarão ao limite da paciência. Porém, não é disso que o nosso dia a dia é feito? De pessoas reais repletas de defeitos e mesquinharias que muitas vezes testam os nossos limites?

Apesar de toda a dose de realismo que compõe este trabalho tão minucioso e impecável, eu confesso que já não via a hora de chegar ao final. Mas quando veio o epílogo, consturando e explicando tudo, eu já não queria que acabasse tão cedo!

Abandonando a face do historiador, para nos apresentar um novo Tolstói, vestido como um exímio pensador e filósofo, as suas reflexões finais foram a cereja do bolo, mais parecendo um ?Memória do Subsolo? (do Dostoiévski) ao contrário: onde primeiro ele (Tolstói) nos conta a história, para depois nos levar a uma reflexão mais profunda da vida e do ser humano.

Nesta parte, era como se Tolstói tivesse ouvido meus pensamentos, vindo ao meu socorro para responder às minhas constantes dúvidas e questões, me ajudando (inclusive!) a compreender aquela minha questão inicial: ?O que o Tolstói está tentando me dizer com esta história??

Ser um escritor que se debruça a narrar fatos históricos, não é nada fácil, e no epílogo, Tolstói nos dá uma aula que vai desde o papel do historiador, até as motivações que fazem com que os eventos históricos aconteçam.

Tenho que dizer que é bela e empolgante a forma como Tolstói vai tecendo as suas reflexões sobre a influência que o historiador tem ao fazer História (enquanto ciência), o que muito me lembrou das reflexões do livro ?Os Intelectuais e a Sociedade?, de Thomas Sowell.

Porém, um evento histórico precisa ser contado, e foi aí que eu compreendi que Tolstói não queria que eu entendesse a história através do seu ponto de vista. Mas o que ele queria mesmo era me apresentar os fatos ocorridos, e me lembrar que não existe neutralidade em momentos como esse. Que não há como explicar porque as guerras e rebeliões realmente acontecem, mas que é possível falar de tudo o que influencia a sua ocorrência. De que a liberdade é relativa, resultando na nossa irremediável obediência aos acontecimentos que permeiam o determinismo histórico (que ele tanto acreditava).

Tolstói mergulha com tanta autoridade na essência do ser, nos tirando de onde estamos, para refletirmos sobre a sua visão fatalista da História, que não há como não sentir fascínio pela forma como ele construiu todo esse romance até chegar no epílogo, e nos explicar ponto por ponto do que ele havia narrado até aqui. E eu tenho que dizer que eu o acho um verdadeiro danadinho, porque chegar no epílogo nos faz ter vontade de reler toda a história, apenas para rever tudo com esse novo olhar que surge após esse momento de tão profunda reflexão.

Tolstói é um gênio, e o que ele fez neste romance é algo que vai muito além de narrar fatos históricos. Ele permeia a essência por trás de cada personagem histórico que a compõe, e nos mostra tanto a sua importância quanto a sua irrelevância, quando percebemos que eles não definem com exatidão o povo para quem eles governavam e tomavam decisões que inclusive afetaram profundamente muitas vidas neste espaço de tempo em que essas pessoas existiram.

Aliás, essa relação do tempo e do contar uma história, é algo que Tolstói faz neste epílogo, nos colocando diante não apenas do que ele trouxe neste romance, mas indo muito além, nos fazendo pensar em como a nossa própria vida se dá na atualidade.

Não posso dizer que esta foi uma leitura prazerosa, porque confesso que ela realmente não foi. Mas é certo que ao final, e em especial após este epílogo, eu não posso deixar de declarar toda a minha admiração por uma obra que certamente mudou a minha forma de ver a vida, tanto quanto de ler histórias, sejam elas de ficção, ou de romances históricos como esse.
AndrAa58 26/12/2023minha estante
????? mais uma vez bato palmas para a sua resenha. Adorei!


Pri.Kerche 26/12/2023minha estante
Adorei a resenha!


Flávia Menezes 26/12/2023minha estante
Andrea querida, muito obrigada mesmo pelas palavras sempre tão gentis! ?


Flávia Menezes 26/12/2023minha estante
Pri, muito obrigada de coração! Tolstói merece o meu empenho, mas um livro desses?merece mais ainda! ??


Willian284 26/12/2023minha estante
Amei a resenha! E ficou bem clara mesmo essa rocha de Tolstoi com os historiadores e seus respectivos vieses. Neste ponto sugiro que você veja o livro "A guerra não tem rosto de mulher" da Svetlana (vencedora de Nobel, não à toa). O mesmo notei sobre seu comentário de não se interessar muito pela parte das batalhas, também explorado por ela.
Quanto à futilidade das moças da época, o que se esperar? Ficavam o dia todo trancadas sem contato com o mundo externo. Quando saíam, tudo era supervisionado. Aí é phoda de desenvolver qualquer senso crítico. Não que hoje seja melhor, pois as mina ainda pira num cara imprestável (#teamAnatole?).
Você não citou o prólogo (não sei se é lá uma fã dessas coisas), mas o Rubens dá um contexto por alto da história, e ajuda a entender alguns pontos.


Flávia Menezes 26/12/2023minha estante
William, agradeço pelas palavras mas agradeço mesmo pelas dicas!! Eu vou procurar já esse livro. Vai ser mais interessante agora me aprofundar depois de ter lido e enquanto ainda o romance está ?fresco? na memória! Obrigada mesmo por isso!!!!
William eu acho que você colocou bem isso da questão da época, mas que é meio irritantezinho? é! ? Agora? em defesa ao meu favorito nessa história: eu aou #TeamAndrei ?. Mas gostei muito da transformação que o Tolstói dá para a Natacha. Dá pra ver que era a queridinha sele inclusive.
Agora? você falou do prólogo? confesso que não lembro de ter lido, mas vou seguir sua dica e ler. Eu tenho deixado algumas dessas apresentações iniciais de lado, porque algumas se estendem muito e acaba oferecendo informações demais. Mas agora eu vou dar uma olhada!
Obrigada mesmo pelas dicas. Quero me aprofundar mais e preencher algumas lacunas desse contexto histórico que desconheço. Mas foi uma leitura incrível e que me fez entender bem mais a escrita do Tolstòi.


Flávia Menezes 26/12/2023minha estante
Obs.: William li o prólogo escrito pelo Rubens e tem razão: é parte fundamental! Muito explicativo e ainda mostra muito da arte da escrita do Tolstói que vai totalmente na contramão dos padrões literários. Um gênio esse Tolstói!!!


Fabio.Nunes 27/12/2023minha estante
Parabéns Flávia. Pergunta: vc recomenda lermos o epílogo antes de iniciar a leitura?


Flávia Menezes 27/12/2023minha estante
Obrigada, Fábio!
Então, eu recomendo ler o prológo. Porque o epílogo começa com um salto no tempo dos personagens. É que diferente do Dostô, o Tolstói ele não explica nada. Mas pra você vai ser tranquilo. Eu sofri mesmo, por não ter lido muita coisa do Tolstói e ter me entendiado com essa narrativa de temperaturas mais ?mornas? que ele tem. Mas depois eu entendi que foi pra se manter o mais neutro possível. O que você não terá problemas. Ao contrário! Acho que você vai gostar muito desse livro!


italomalveira 27/12/2023minha estante
Pelo que eu entendi foi meio que amor e ódio kkkk


Flávia Menezes 27/12/2023minha estante
Disse tudo, Italo!!! Foi exatamente assim! Bem amor e ódio! ?




Lista de Livros 23/03/2015

Lista de Livros: Guerra e Paz, de Liev Tolstói
Parte I:

”- O que toda gente espera de um ricaço é vir a receber dele qualquer coisa.”
*
“- Todo o homem tem os seus dias contados, e ninguém pode fugir daí.”
*
“Não há ninguém com mais sorte ao jogo do que os imbecis.”
*
Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2015/03/guerra-e-paz-volume-i-liev-tolstoi.html

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Parte II:
“André, de regresso ao gabinete do pai, encontrou os dois em calorosa discussão. Pedro queria provar que ainda chegaríamos a um tempo em que acabariam as guerras.
O príncipe, escarnecendo dele, mas sem se zangar, sustentava o ponto de vista contrário.
- A única maneira, de acabarem as guerras e sangrar os homens é porem-lhe água no lugar do sangue. Patetices de mulher, patetices de mulher – dizia ele, batendo amigavelmente no ombro de Pedro.”
*
“Maria dizia de si para consigo que a reflexão faz dos homens criaturas secas.”
*
Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2015/05/guerra-e-paz-volume-ii-liev-tolstoi.html

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Parte III:

“Em vez de gênios, os melhores generais que eu conheci eram estúpidos ou pouco sérios.”
*
“Quem muito se justifica, alguma culpa tem.”
*
“- Alteza, nos assuntos indecisos é sempre o mais tenaz que sai vitorioso.”
*
Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2015/05/guerra-e-paz-volume-iii-leon-tolstoi.html

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Parte IV:
“É bem verdade o que se costuma dizer: sem ter com quê, nem a pulga um homem pode matar.”
*
“- Os velhos têm razão. Mão suada é dadivosa, mão enxuta é avara.”
*
“Pretender-se que a vida dos homens seja sempre dirigida pela razão é destruir toda a possibilidade de vida.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2015/05/guerra-e-paz-volume-iv-leon-tolstoi.html
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Marcus 16/12/2021

Nessa grande obra de Tolstói acompanhamos vários núcleos narrativos. Temos Andrei, um jovem cuja esposa está grávida que decide ir para a guerra para tentar encontrar algo que faça seu coração arder. Temos Maria, irmã de Andrei, uma moça não tão bela mas humilde e boa que vive em função de seu pai. Temos Pierre, o filho bastardo de um grande nobre que tenta ser inserido numa sociedade onde as riquezas e origens valem mais que o caráter. Esses são só alguns dos muitos personagens do livro.

O livro é uma típica novela kkkkkk, tem ação, momentos épicos de batalhas, romance, traição, momentos de reflexão que a sociedade em conflita proporciona, tem até comédia. Foi uma leitura prazerosa na maioria do tempo, confesso que foi meio massante em certas partes principalmente nas batalhas, muitas vezes me perdi nas descrições, mas nada de tenha atrapalhado a experiência.

Guerra e paz não foi uma das leituras mais fáceis que fiz pois demandou uma pesquisa anterior. No começo eu me embananei muito nos diversos personagens da obra e foi um pouco difícil de me situar no tempo, problema que consegui resolver ao pesquisar sobre a época, sobre Napoleão e suas guerras. É um excelente livro porém acho que deve ser lido ao mesmo tempo que uma leitura mais leve, eu particularmente tinha como propósito ler esse calhamaço de 1500 páginas até o fim de 2022, então todo dia eu lia um pouco, lia um capítulo, uma página, um parágrafo ou mesmo uma linha e de repente terminei. Aposto que se eu tivesse ficado só E eu teria M Guerra e Paz eu teria desistido ou demorado muito para concluir a leitura.
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Valério 22/10/2012

Polivalência
Considerada a obra prima de Tolstói, Guerra e Paz é grandioso não somente pelo volume de páginas ou por sua densidade psicológica - esta última, a meu ver, nem tão densa assim - mas por conter, em um só trabalho, nuances tão distintas e, ao mesmo tempo, tão relacionadas entre si.
Correm em paralelo as histórias dos personagens, de caráter ficcional, e a história bélica da invasão e posterior derrocada napoleônica na Rússia, entre os anos de 1805 e 1812 (aliás, o título original da obra, quando começou a ser publicada em jornal, era 1805). Como se não ocorresse no meio de um romance, devido à sua abordagem ampla e detalhada, Tolstói não apenas descreve o desenrolar da guerra como a analisa e demonstra os motivos e o teatro de guerra em particularidades que contradizem o senso comum. Relativiza a influência de personagens históricos, como o próprio Napoleão e o soberano Alexandre, da Rússia, e credita todos os desfechos à ação coletiva, mais que à individual. E não apenas afirma, como demonstra, expondo seu raciocínio lógico, inclusive com exemplos simples.
Paralelamente, Tolstói já pulveriza em todo o texto, em diversos personagens - especialmente em Pierre e Mária - o seu entendimento religioso. Quem já leu "Minha Religião", obra do mesmo autor escrita já próxima de sua morte, depois que Tolstói se voltou fervorosamente para o catolicismo, poderá enxergar no texto de "Guerra e Paz", através dos devaneios de seus personagens, várias ideias contidas em sua obra sobre a religião.
A grande sacada é que Tolstói consegue, na mesma obra, abordar temas tão distintos, como romance, história da guerra, filosofia da guerra e teologia, dentre outros assuntos de menos destaque, de forma tão ordenada, tão bem elaborada, que mal se percebe a riqueza da obra enquanto se lê.
Guerra e Paz é talvez o livro que mais pode agregar a alguém, justamente por não se limitar a apenas um objeto. Assim, pode haver livros que agreguem mais como romance, como pode haver livros que agreguem mais em história da guerra, ou em filosofia de guerra, ou em teologia. Mas, ao mesmo tempo, com tanta profundidade, todos estes assuntos, acho muito improvável.
Ah, sim. Já me esquecia (afinal, como eu disse, mal nos damos conta da amplitude da abordagem): Há também feroz crítica à sociedade aristocrática russa, que é debulhada, dissecada, analisada e exposta ao leitor. Embora já muito diferente do que se vê por aí, ainda guardando muitas semelhanças com a sociedade atual.
Por fim, a leitura de Guerra e Paz não é uma leitura difícil, como "Ulysses", de James Joyce, ou mesmo "Crime e Castigo" de Dostoievski. Pelo contrário, é bem corrida e simples, até. Acredito que muitos consideram como de difícil leitura muito mais pela quantidade de páginas.
Tolstói, com Guerra e Paz, é o melhor exemplo que leitura edifica, engrandece, expande horizontes e diverte.
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Jardim de histórias 26/10/2023

Um monumento! Um livro pra ser lido antes de morrer.
Um romance histórico robusto, feito para todos. Um brilhante trabalho de inquirição histórica realizado por Tolstoi. A riqueza da escrita é tamanha, que não é difícil se ambientar e se sentir na Rússia do século XIX, principalmente no período pré-invasão, quando Napoleão ordenou a invasão da Rússia. Esse clima de incerteza aristocrático, é perfeitamente retratado em uma trama repleta de personagens fascinantes e inesquecíveis, que auxiliam na criação do maior diamante da história literária, colocando para sempre este livro icônico no topo dos grandes clássicos da literatura mundial. Tolstoi, acertou de forma espetacular ao descrever o comportamento humano no anteceder e durante o período de guerra. Podemos facilmente perceber, os traços dramáticos, às paixões, a dor física e sentimental que cada personagem proporciona e auxiliam a compor quase que de forma ilustrativa em nosso imaginário. Alguns críticos literários da Rússia, na época, enxergaram a obra de Tolstoi, como uma passada de pano aos ideais anti-eslavófilos, ao descrever a cultura francesa no ambiente aristocrático russo. O que, na verdade, a obra, retrata o oposto. Graças a um brilhante trabalho de pesquisa, que, na verdade, retratou o vazio aristocrático russo, conforme a visão de Tolstoi, e a tentativa de preencher esse vazio aristocrático e suas impressões do modernismo ocidental. Trazendo linearmente o desequilíbrio social entre senhores e servos, totalmente normalizado na época, que gerou tamanha angústia e indignação, sendo um retrato da futilidade, insensibilidade e indiferença do olhar burguês referente a escravização dos servos. Tornando esse comportamento, um abismo social, que distância de forma catastrófica os camponeses (mujiques) da aristocracia, sendo essa, parte fundamental do fio condutor que futuramente irá compor ideologicamente a revolução de 1917. Onde, esse comportamento, foi associado a exploração da burguesia contra os servos. Mas, isso é assunto para outra resenha. Referente a associação da cultura francesa em território russo, o que é muito retratado no livro, para melhor entendimento, será necessário voltar em 1717, no início século VIII, durante o império de Pedro o Grande, que em suas viagens a França, iniciou-se, o período de reforma modernista, com uma grande introjeção da cultura francesa nos costumes russos. No ciclo aristocrático, o francês, era tido como a língua principal, devido à sensação de sofisticação e requintes de nobreza, essa ideia persistiu durante o império de Catarina II. Catarina, estimulava a contratação de preceptores franceses para facilitar a supremacia francesa nas gerações futuras. Somente em meados do século XIX, com o movimento Eslavófilo, organizado por intelectuais que eram contrárias as influências ocidentais que suplantaram os valores tradicionais, que começou ideologicamente o combate contra esse comportamento. O livro tem uma certa fluidez, porém, necessariamente denso, que requer total concentração e dedicação. Conhecimento de história, principalmente a que se refere a guerras napoleônicas, auxiliará muito na compreensão histórica da obra, que utiliza como pano de fundo a contraofensiva mais extraordinária da história das guerras. Outro ponto, para quem conhece mais a fundo a história de Tolstoi, tanto por meio de biografias ou por acompanhar suas riquezas literárias, percebe de forma bem diluída, um pouco das características do autor na criação dos personagens, tudo isso, muito bem elaborado, tornando essa influência, muito bem entrelaçada com às características extremamente criativas dos personagens. Outra característica importante, são a riqueza de detalhes contidas na obra, acrescentando e muito na robustez da história. Simplesmente um livro primoroso que ficará eternizado em nossa memória literária, um verdadeiro instrumento histórico, apaixonante e eterno!
N.I.X. 26/10/2023minha estante
Sou louca pra ler


Jardim de histórias 26/10/2023minha estante
Sensacional! Não se arrependerá!


Jardim de histórias 26/10/2023minha estante
Muito profundo e denso


Adriana 27/10/2023minha estante
Tão bom quanto o filme?


Jardim de histórias 27/10/2023minha estante
Sim, verdade!!!!




Carolina.Gomes 14/12/2021

O tratado de Tolstói
Comecei a leitura desse clássico, em setembro e, até o final do primeiro volume, estava completamente apaixonada.

A justaposição de personagens fictícios e históricos, a evolução das personagens? tudo parecia perfeito.

O ritmo de leitura caiu um pouco, quando começaram os detalhamentos das cenas de guerra. Mas continuei empolgada com a narrativa, aguardando pelo desfecho da história.

Chegando perto do final, fui me dando conta que as personagens eram todas coadjuvantes e o verdadeiro protagonista de Guerra e Paz, é Tolstói, cujo propósito único me pareceu o de provar sua teoria sobre o livre arbítrio.

O epílogo dividido em duas partes me deixou exausta. Eu já não tinha a menor conexão com a obra e, confesso, nenhum interesse sobre as divagações filosóficas do autor.

Achei q seria um favorito da vida, mas não. Concluo, hoje, com sentimento de alívio e dever cumprido.

Não deixou saudade.
Eliza.Beth 14/12/2021minha estante
Eitaaaa ?
Mas acho que sempre é válida essas experiências, até mesmo para nos conhecermos enquanto leitores.
Um dia quero ter tbm esse sentimento ao ler essa obra clássica! Um sentimento super válido.


Carolina.Gomes 14/12/2021minha estante
Valeu a pena, sim! Só o final foi frustrante ?


Joao 14/12/2021minha estante
Parabéns pela leitura e pela resenha, Carolina! Ainda pretendo ler esse clássico. Só não sei quando hehehe


Carolina.Gomes 14/12/2021minha estante
Resenha/desabafo, John


Isadora1232 14/12/2021minha estante
Adorei tua resenha, Carolina! Imagino que seja uma jornada exaustiva hehe ainda bem que, no final, valeu a pena!
Preciso ler, mas sinceramente não tenho tanta pressa pra isso não ?


Thamiris.Treigher 15/12/2021minha estante
Amo suas resenhas!


Carolina.Gomes 15/12/2021minha estante
Thami, fico feliz! Procuro exprimir como me sinto p q vcs queiram ler tb? ou não kkk




Micky 06/07/2020

Desafiante
O colosso que abriga em sua imensidão guerras, romances, discussões filosóficas, políticas e históricas, mestre Tolstoi não estava pra brincadeira, Stephen King meu autor favorito, tbm indicou em seu sobre a escrita, é intimidante, mas de certo uma das maiores obras da literatura, tantos personagens, tantos nomes complicados kkk, mas personagens muito bem construídos, e gostei muito da considerada feia Maria, mas era de uma beleza interior magnífica! No passado li a morte de Ivan ilitch e gostei, futuramente eu lerei uma enorme coletânea de contos do autor... Até lá, Tolstoi.
mat 06/07/2020minha estante
Anna Kariênina é ótimo Também


Micky 06/07/2020minha estante
Um dia lerei também!


Stephanie.Sarah 06/07/2020minha estante
Sou louca pra ler. Um dia crio coragem...rs


Micky 07/07/2020minha estante
Leia quando tiver tudo tranquilo rs na paz rs




Iuri 23/08/2021

Épico eterno
“Não é um romance, muito menos uma epopeia, menos ainda uma crônica histórica. “Guerra e paz” é aquilo que o autor quis e conseguiu expressar, na forma em que a obra foi expressa.”

Assim, com suas próprias palavras, Tolstói definiu “Guerra e paz” para a revista russa “Russki Arkhiv”, em1868, num artigo onde ele pretendia explicar “a visão do autor sobre sua obra”.

Pois então, ao acabar de ler “Guerra e paz” não tive como não concordar com o autor pois o livrão (mais de mil folhas) é uma experiência única e escapa à qualquer tentativa de classificação (romance, filosofia, política, sociologia, religião, História, ensaio, etc.)
Confesso que tive medo de iniciar uma obra com mais de uma centena de personagens, mas, depois de começar, não fica nada difícil acompanhar a saga de personagens tão intensos e fascinantes como Pierre (que nas primeiras versões publicadas tinha um final bem infeliz exilado da Sibéria), Natasha, Nicolai, Maria, Andrei, Petia, Helena, Anatole, e tantos outros que formam o monumental painel humano da obra; isto sem falar sobre personagens históricos como Kutúzov, que virou um verdadeiro herói nacional na Rússia por conta do “Guerra e Paz”.

Hoje é curioso saber que “Guerra e Paz” foi atacado por críticos e historiadores da época que não se conformaram por Tolstói ter ousado desconstruir a representação épica dos vultos históricos e dar (muitas vezes) o protagonismo ao homem comum.
Isto sem falar no impressionante (e muito bombardeado) ensaio final no qual Tolstói simplesmente detona e joga no lixo as tão celebradas “narrativas oficiais”, as quais, na visão dele, são apropriadas e definidas de forma mentirosa pela Academia - o que soou (e ainda soa) como algo imperdoável.

De qualquer forma “Guerra e Paz” está aí e vai permanecer para sempre como uma fonte segura e inesgotável de espanto, maravilha e satisfação para qualquer amante de literatura.

Livraço do [*****]!
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Jorlaíne 30/03/2022

Tolstói sempre ensinando sobre a vida!
Um romance histórico com objetivo de contrastar a realidade da vida durante a guerra, com o quadro irreal escrito pelos historiadores. Uma leitura com inúmeros aprendizados históricos, filosóficos e sociológicos. Faz você refletir sobre os comportamentos da sociedade e suas formas de governo e poder. Recomendadíssimo!
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Nivia.Oliveira 15/05/2021

Período do episódio (1805-1820)
Tolstoi, que se alimentava de Homero e Goethe, cria essa Ilíada moderna para nos contar sobre o povo Russo: das almas vazias da alta sociedade (em paz na véspera da guerra) e das almas pobres, desanimadas, inquietas mas resilientes e mais interessantes.
Os protagonistas André, Pedro e Kutuzov estão desconfortáveis nesse mundo corrompido, cada um à sua maneira, como a divisão da alma de Plantão: razão, coração e fúria.
Para mim foi surpresa personagens russos que só falavam francês. Mas descobri que eles amavam os franceses desde que emigrantes chegaram ao país e após a Revolução Francesa, a França ficou na moda. Paradoxalmente, o país teve que enfrentar o próprio ídolo: Napoleão Bonaparte, liderados por um Czar, Alexandre I, que era um Hamlet coroado.
Concordo com o romancista francês Flaubert que Tolstoi “repete-se” com seus insights filosóficos sobre a civilização humana, pouco convincentes (que deixam o livro denso) mas acredito que o autor queria, como um professor, garantir que entenderíamos seu motivo para escrever Guerra e Paz: que é essa força invisível que dirige as pessoas tanto para o bem quanto par ao mal?
Essa pergunta, que ronda todo o livro, me inquietou também. Afinal, o que movimenta homens e nações para transformar o mundo em guerra? Que é essa força imperceptível que faz o mais fraco virar o jogo? Qual é a força que faz líderes mover massas humanas por um ideal?
A triste cena do saque de Moscou demonstra como o interesse individual se sobrepõe ao coletivo, tão em voga ultimamente.
Gostei também das mulheres nesse livro. Numa época em que os homens encabeçavam a política e o governo, as mulheres (donzelas, princesas, esposas submissas e damas da corte), são elas, as subordinadas que são sábias: não fazem a guerra. Fiquei pensando em que pontos houve “pitacos” de Sofia, a esposa de Tolstoi já que era ela que datilografava os manuscritos do marido.
Em suma: queremos a guerra e a paz e ambas estão dentro de nós. Às custas do nosso livre arbítrio, escolhemos a dor ou a felicidade.
No meu insta @niviadeoliver fiz o resumo em 5 obras de arte. ;) Te espero lá.


site: https://www.instagram.com/niviadeoliver/?hl=pt-br
dialogonoslivros 17/05/2021minha estante
Oi Nívia, nossa concordo com vc e com Flaubert sobre as repetições. Especialmente no final do livro em que ele faz uma síntese de tudo. Eu lia e pensava: "mas ele já falou isso". Mas assim como você também tive a impressão que Tolstói queria ensinar, como se ele tivesse exposto tudo que tem no livro para depois dizer: entendem agora que há um problema com a sociedade?
Vou segui-la no instagram!


de Paula 18/05/2021minha estante
Obviamente ele se alimentava dos gigantes da literatura, por isso a obra de Tolstoi é tão incrível. Sei que a densidade dos comentários são cansativas, mas são essas análises que incomodam e fazem o leitor refletir, pensar sobre a dinâmica da guerra e da paz e porquê elas continuam a acontecer, embora nos tornemos cada vez mais evoluídos. Não tem como não ser tocado pela obra, nem deixar de perceber o que você analisou sobre o contexto platônico que rege os heróis da história, suas motivações representam a essência humana da forma mais pura possível. Parabéns pela resenha! Infelizmente não tenho ig para segui-la, mas tenho certeza que fez reflexões pontuais sobre a relação da obra literária com obras plásticas.




Cristiane 10/11/2023

Gostei do livro, mas achei um tanto prolixo... mas pode ser o estilo do autor. É a primeira obra de Tolstoi que leio!
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Reginaldo Pereira 07/06/2022

Foi uma bela jornada!
Foram 2 volumes, um total de quase 1.500 páginas, dezenas de personagens tanto históricos quanto fictícios (e a maioria com aqueles nomes e sobrenomes russos impronunciáveis!! rs), em uma imersão total que durou 50 dias de leitura!

E como valeu a pena!!!

E pra falar de tudo isso, na minha visão, considero que Tolstói escreveu esta obra através de 3 grandes "ondas":

1) a história privada, centrada sobretudo nas famílias Rostóv (Nicolai e Natacha), Bolkónski (Andrie e Mária), além do Conde Bezúkhov (o estranho herói (??) Pierre). Ao longo de 20 anos da vida destes e de uma série de outros personagens periféricos, o autor retrata a vida na Rússia, as diferenças de classe, os romances, as intrigas, a política e a "disputa" entre Moscou e Petersburgo. Essa onda me fez lembrar muito o mesmo ambiente de Anna Kariênina!

2) a história pública, que descreve os mesmos 20 anos (1800-1820), mas com o foco nas guerras promovidas por Napoleão, principalmente contra a Rússia de Alexandre. A riqueza desta onda está nos detalhes políticos, estratégicos, nas decisões de ataque, espera, movimento e recuo das tropas, com a participação de uma série de personagens que de fato fizeram parte deste momento da história da Europa, mas também dos personagens fictícios em suas respectivas vidas privadas.

3) o entendimento da história pelo próprio Tolstói (a minha "onda" preferida!), pois o autor critica de uma forma inteligente e convincente a história escrita pelos historiadores, e ao colocar o seu peculiar ponto de vista, agrega à leitura uma grandiosidade e uma riqueza inesperadas ao leitor! A última parte do Epílogo e uma publicação do próprio Tolstói a respeito (ao final desta edição) são incrivelmente valiosas ao tratarem destas questões.

Enfim, foi de fato uma bela jornada!

O meu último ponto nesta resenha é algo muito particular pra mim, mas que acho legal compartilhar: esta obra é a 2ª de Tolstói que leio, e decidi lê-la justamente por todo o encanto que me causou Anna Kariênina (uma das minhas obras preferidas!). Confesso que são obras distintas, que inclusive se me fosse dito que foram escritas por autores diferentes, eu até acreditaria! Por outro lado, isso em nada diminuiu pra mim a grandiosidade de Guerra e Paz. Se não foi uma obra que me "arrebatou", seguramente será uma daquelas que levarei comigo pra sempre, e que me farão pensar no futuro!! E só livros extraordinários são capazes de fazer isso!!!

Obrigado, Tolstói!!!
Carolina 07/06/2022minha estante
Você leu rápido!




Vitória 24/08/2020

Citações favoritas
Como é possível estar saudável... quando se sofre moralmente? - Anna Pávlovna (Pág. 29)

A influência na sociedade é um capital que é preciso poupar, para que ele não acabe. (Pág. 53)

Para mim, a paz perpétua é possível, mas, não sei como dizer... Não vai vir por meio do equilíbrio político. - Pierre (Pág. 69)

Se todos fossem para a guerra só por causa de suas convicções, não haveria guerras. - Andrei (Pág. 70)

Mesmo nas melhores relações, nas mais amistosas e simples, a lisonja e o elogio são necessários, assim como a lubrificação é necessária para que as rodas sigam adiante. (Pág. 79)

Parece que a humanidade se esqueceu das leis do seu divino Salvador, que pregava o amor e o perdão das ofensas, e parece que a humanidade atribui o maior mérito à arte de se matarem uns aos outros. - Mária Bolkónskaia

Que importância tudo isso poderia ter, em comparação com a predeterminação de Deus, sem cuja vontade não cai nem um fio de cabelo da cabeça de uma pessoa? (Pág. 461)

Contar a verdade é muito difícil; e os jovens raramente são capazes disso. (Pág. 502)

Cada general e cada soldado sentiam a sua insignificância, davam-se conta de que eram grãos de areia naquele mar de gente e, ao mesmo tempo, sentiam ser uma parte daquele todo enorme. (Pág. 507)

Como no mecanismo de um relógio, também no mecanismo da atividade militar, uma vez começado um movimento, ele segue de modo irresistível até o resultado final, e também permanecem imóveis e indiferentes, até o momento da transmissão do movimento, as partes do mecanismo ainda não alcançadas por aquele impulso. (Pág. 533)

A mocidade não impede a bravura. - Sukthliélen (Pág. 603)

"Fitando Napoleão nos olhos, o príncipe Andrei pensou na insignificância da grandeza." (Pág. 604)

Nada foi inventado. Nós só podemos saber que não sabemos nada. E esse é o grau mais elevado da sabedoria humana. - Pierre (Pág. 716)

O senhor não O conhece e por isso é infeliz. - Ióssif Alekséievitch (Pág. 721)

A sabedoria e a verdade supremas são como um líquido puríssimo que queremos absorver. Poderia eu, um recipiente impuro, absorver esse líquido puro e julgar a sua pureza? Só com a purificação interior de mim mesmo poderei manter com certa pureza esse líquido absorvido. - Ióssif Alekséievitch (Pág. 723)

A vida, sozinha, já cuida de não nos dar sossego. - Andrei (Pág. 791)

Toda reforma violenta merece reprovação, porque pouco irá remediar o mal enquanto as pessoas permanecerem como são, e porque a sabedoria não precisa da violência. - Pierre (Pág. 892)

Não penso mal de ninguém: gosto de todos e tenho pena de todos. - Sônia (Pág. 1182)

É muito fácil condenar um homem em desgraça e atribuir a ele todos os erros dos outros. - Andrei (Pág. 1214)

O fatalismo na história é inevitável para a explicação de fenômenos irracionais. (Pág. 1268)

A pessoa vive para si de forma consciente, mas serve de instrumento inconsciente para a realização dos objetivos históricos. (Pág. 1268)

Todos os seus atos, que a eles mesmos parecem voluntários, no sentido histórico são involuntários, estão ligados a todo o movimento da história e determinados desde sempre. (Pág. 1271)

Em assuntos de guerra, nada significam os planos elucubrados com a maior profundidade, tudo depende de como se reage às ações inesperadas e imprevisíveis do inimigo, tudo depende de como e de quem conduz toda a operação. (Pág. 1323)

Na guerra, tudo se passa de forma completamente distinta daquilo que podemos imaginar e contar. (Pág. 1351)

Entre as inúmeras maneiras de dividir os fenômenos da vida, é possível dividi-los todos entre aqueles em que predomina o conteúdo e aquelas em que predomina a forma. (Pág. 1470)

A compaixão, o amor por nossos irmãos, pelas pessoas que nos amam, o amor por aqueles que nos odeiam, o amor pelos inimigos - sim, esse amor que Deus preconizou na terra, esse amor que a princesa Mária me ensinou e que eu não compreendia; é disso que me arrependo na vida, é isso o que eu faria de ainda ficasse, se eu ainda vivesse. - Andrei (Pág.1686)

Para a mente humana, é incompreensível a continuidade absoluta do movimento. (Pág. 1699)

Desde que o mundo existe e as pessoas se matam umas às outras, jamais um homem cometeu um crime contra um semelhante sem se tranquilizar com essa mesma ideia. Essa ideia é le bien public, o que se supõe ser o bem das outras pessoas. (Pág. 1828)

A felicidade se encontra fora das forças materiais, fora das influências materiais exteriores sobre o homem, a felicidade só da alma, a felicidade do amor! - Andrei (Pág. 1894)

Amando com o amor humano, é possível passar do amor ao ódio; mas o amor divino não pode mudar. Nada, nem a morte, nada pode destruí-lo. Ele é a essência da alma. - Andrei (Pág. 1895)

Na miséria e na prisão, nunca diga não. - Karatáiev (1994)

Deus, faça a gente dormir que nem uma pedra e acordar que nem um pão fresco. - Karatáiev (1998)

Amor? O que é o amor? O amor atrapalha a morte. O amor é a vida. Tudo, tudo o que eu entendo, só entendo porque amo. Tudo é, tudo existe só porque eu amo. Tudo está ligado só por ele. O amor é Deus, e morrer significa que eu, uma partícula de amor, vou voltar para a fonte universal e eterna. - Andrei Bolkónski (Pág. 2020)

Para a razão humana, o conjunto das causas dos fenômenos é inalcançável. Mas a exigência de encontrar as causas foi incutida na alma do homem. (Pág. 2027)

A vida é tudo. A vida é Deus. Tudo muda e se movimenta, e esse movimento é Deus. E enquanto existe vida, existe o prazer da consciência da divindade. Amar a vida é amar a Deus. O mais difícil e o mais sagrado de tudo é amar esta vida em seus sofrimentos, nos sofrimentos na inocência. (Pág. 2181)

A grandeza parace excluir a possibilidade de um padrão do bom e do mau. Para o grande, não existe o mau. Não há horror que possa ser atribuída à responsabilidade de quem é grande. (Pág. 2192)

Não passa pela cabeça de ninguém que admitir que a grandeza é imensurável pela medida do bom e do mal é apenas admitir sua insignificância e imensurável pequenez. Para nós, com a medida do bom e do mau que Cristo nos deu, não é imensurável. E não existe grandeza onde não existe a simplicidade, o bem e a verdade. (Pág. 2193)

Mais uma tristeza pura, total, é tão impossível quanto uma alegria pura e total. (Pág. 2206)

"Agora, para a pergunta "para quê?", havia sempre pronta em sua alma uma resposta simples: porque existe Deus, o Deus sem cuja vontade não cai um fio de cabelo da cabeça de um homem." (Pág. 2262)

Achamos que quando nos arrancam de nossas trilhas rotineiras tudo está perdido; mas é só então que começa algo novo e bom. Enquanto existe vida, existe felicidade. Há muita coisa pela frente, muita coisa. - Pierre (Pág. 2289)

Ao amar as pessoas sem nenhum motivo, acabava encontrando motivos inquestionáveis para amar as pessoas." (Pág. 2302)

Apesar de a superfície do mar histórico parecer imóvel, a humanidade se movimenta sem cessar, a exemplo do movimento do tempo. (Pág. 2311)

Se admitirmos que a vida humana pode ser governada pela razão, a possibilidade da vida é aniquilada. (Pág. 2316)

Não amamos porque é belo, mas é belo porque amamos. - Nikolai Rostóv (Pág. 2357)

Todas as ideias que têm consequências enormes são sempre simples. - Pierre (Pág. 2405)

No caso presente, é igualmente necessário renunciar a uma liberdade inexistente e reconhecer uma dependência que não sentimos. (Pág. 2482)
Rafa569 24/08/2020minha estante
Um dos meus livros preferidos. Tenho muito vontade de reler, mas por conta do tamanho, prefiro ler os que ainda estão aguardando na estante para serem lidos rsrs


Vitória 24/08/2020minha estante
Com certeza um dos meus livros favoritos também, uma releitura só daqui a muitos anos kkkkk




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