Charlene.Ximenes 09/02/2018
Uma homenagem a língua portuguesa
Esse livro constitui-se como um trajeto pelas palavras, uma aventura diante das muitas possibilidades da palavra, caracterizando-se como uma homenagem a própria língua portuguesa, com pitadas de realismo fantástico.
Apesar de ser para o público infanto-juvenil, agradou-me enormemente. Li com minha irmã de 14 anos e a gente riu bastante em algumas histórias.
Os nomes dos personagens dos contos são peculiares e repletos de significados, a gente acaba se apegando a eles, mesmo que as histórias sejam curtas.
Depois da leitura concluída, foi impossível não recordar de Raimunda Vitória; do Menino de recados que ninguém lembrava que se chamava Daniel; de João Marcos e sua reflexão sobre a palavra e o sentimento; de Rosa e Clara e o amor que a gente tem por nossa mãe; da Catarina, Caio Carlos e Carolina Carvalho; do menino que se chamava Raul, mas se dizia Luar.
Apaixonei-me pela história do senhor que atendia o telefone falando Astrasgud e não alô; fiquei a lembrar da importância que o nome pode ter com o tempo e os simbolismos a ele ligados (Socorro!); do Hermenegildo e da bagunça por trás da história da sua mãe, da sua irmã e de seu pai; da receita da Maria Doceira e da reza que manda estrelas para o céu.
São histórias deliciosas e acompanhadas por ilustrações de Carlus Campos que fizeram total sentido as palavras da Socorro Acioli. Os 11 contos dessa obra figuram entre o ficcional e o autobiográfico, além de trazerem uma carga reflexiva sobre o poder da língua portuguesa, divertem o leitor e faz a gente querer ler tudo de novo assim que termina.