Folclóricos

Folclóricos Gabrielle M. F. de Souza




Resenhas - Folclóricos


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Rai 14/04/2018

Folclóricos, da Gabrielle M. F. de Souza, é o quarto livro da coletânea Nas Sombras da Cidade que saiu na Amazon no começo do ano (você pode ler as outras resenhas no meu perfil) e conta a história de seres do nosso folclore, que decidiram sair da proteção da floresta amazônica e viver na cidade entre os humanos, tendo que lidar com o desaparecimento e ataque aos seus “irmãos” mitológicos.

A resenha pode conter spoilers, então se não gosta (ou não quer ler), pula pro finalzinho depois do asterisco (*) pra saber o que eu achei.

Apesar de falar e envolver vários outros folclóricos, a narrativa se concentra em três deles: Iara, Heitor (Boto) e Saci. Iara é atacada logo no começo do livro e assim eles descobrem o plano de exterminar todos os folclóricos para “limpar a existência" da floresta amazônica de forma mais rápida e prática, já que a cada ferimento grave (ou morte) em um folclórico, parte da floresta desaparece (como se nunca tivesse existido).

Já que estamos falando dos três, preciso dizer que me incomodou o romance (quase triângulo) forçado que há entre eles. Iara passa o livro todo flertando/se agarrando com o Boto, pra no final DO NADA escolher o Saci. As guerrinhas de ciúmes entre os dois rapazes também é totalmente desnecessária e me incomodou muito. Eu, sinceramente, até agora não vi sentido em colocar o Boto se agarrando com a Iara. É certo que eles já foram amantes, mas não rola mais clima entre eles, e o cara dá em cima de qualquer rabo de saia (incluindo a filha dele).

Já que estamos falando dos três, preciso dizer que me incomodou o romance (quase triângulo) forçado que há entre eles. Iara passa o livro todo flertando/se agarrando com o Boto, pra no final DO NADA escolher o Saci. As guerrinhas de ciúmes entre os dois rapazes também é totalmente desnecessária e me incomodou muito. Eu, sinceramente, até agora não vi sentido em colocar o Boto se agarrando com a Iara. É certo que eles já foram amantes, mas não rola mais clima entre eles, e o cara dá em cima de qualquer rabo de saia (incluindo a filha dele).

Uma coisa extremamente positiva desse livro são as críticas à sociedade e a política do progresso a custo da natureza. O abandono do governo em relação aos índios, o desmatamento, as queimadas ilegais, e até mesmo a sociedade machista (no extra da Caipora, que eu amei demais). Outra parte que ganhou muitos pontinhos comigo foi a Niara, a cacique das Icamiabas. Ela é o meu tipo de personagem: chuta bunda primeiro, pergunta depois, e no final mata todo mundo. Uma pena que a forma como as Icamiabas foram descritas (como Amazonas) ficou parecendo uma fanfic de Mulher Maravilha. Queria saber mais sobre a história delas e como elas descobriram o dono do canivete e todas as outras informações, sendo que nenhuma delas tem contato com tecnologia (até onde sabemos).

Já na trama (treta rs) principal, infelizmente a coisa não foi muito bem. Os “vilões” prometiam muito no começo e me deixaram super empolgada, mas o final deixa muito a desejar e tudo se encerra de forma abrupta, inesperada (pra quem não conhece a lenda) e sem explicar tudo direito. Não sabemos se eles conseguiram recuperar algum dos folclóricos que estavam presos, se não tinha mais gente do governo envolvida, o que aconteceu com o armazém onde ocorreu a batalha, como é que esconderam os acontecimentos dos olhos da mídia, etc. Foram muitos pontos que poderiam ter sido trabalhos, no lugar do romance entre os personagens.

*

Resumindo, se você não é muito chato com suas leituras, vai achar o livro bem “okay”. Não tem grandes acontecimentos, dá pra dar umas risadas e é legalzinho pra passar o tempo. Mas, se assim como eu, você não consegue relevar pequenos deslizes de narrativa, erros de gramática, falta de revisão e personagens/diálogos bobos, você pode se decepcionar com o livro. O extra da Caipora, sozinho, é muito divertido e eu amei de verdade, mas o livro deixou muito a desejar.

Isso é tudo, pessoal.
Beijos e até a próxima!

site: http://www.conversasdealcova.tk/2018/04/resenha-folcloricos-gabrielle-m-f-de.html#axzz5CgvHwg4U
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