Lizzy 25/08/2019
Eu adorei esse dueto, Doce Amargo, especialmente o segundo volume. Penso que a autora aprimorou a escrita, corrigindo várias imperfeições do primeiro livro, de modo que para a mim a história funcionou muito bem. Não foi perfeita, pois há repetições desnecessárias, excesso de situações dramáticas – algumas delas poderiam ser excluídas sem comprometimento do contexto geral-, e alguns pontos que deveriam ser melhor explicados ficaram soltos (lacunas). A minha pretensão, no entanto, não é fazer uma resenha crítica, apenas expor minhas impressões.
No que toca ao enredo, eu gosto dessa premissa de relacionamento entre duas pessoas diametralmente opostas. Robert, o herói, é um homem com todos os adjetivos possíveis, lindo, rico, bem sucedido, intenso, determinado e, na mesma proporção, ressentindo com o pai, com o peso da culpa sobre os seus ombros relativamente à morte do seu irmão gêmeo - algo que ele nunca conseguiu organizar em sua mente -, frio e com uma dificuldade imensa em expressar os seus sentimentos.
Melinda, por sua vez, é completamente apaixonada por Robert desde a sua adolescência, uma paixão platônica e idealizada e, ao contrário de Robert, tem uma história de vida marcada pela pobreza, abandono e solidão. Ela foi criada em um orfanato e nunca soube nada sobre a sua origem. Mesmo assim a heroína nunca se mostra ressentida ou infeliz pelos eventos que vivenciou.
Pois bem, a vida de ambos se entrelaça quando Robert decide colocar Melinda no centro de seus objetivos através do casamento. Ela não sabe que a aproximação foi planejada, com um propósito. Ele pensa apenas em si e no seu objetivo. Iludida e apaixonada, Melinda se entrega de corpo e alma a Robert.
No primeiro livro, antipatizei profundamente com Robert, foi difícil acompanhar sua conduta egoísta e sempre voltada para os seus objetivos, nunca pensando em Melinda. Ela, ao reverso, sempre devota e apaixonada, manteve-se superior ao amado durante toda a narrativa.
Na segunda parte, no entanto, Robert cresce em todos os sentidos. Apesar dele próprio não perceber, suas condutas, suas ações, mudam a partir do momento que ele se apaixona profundamente. Ele não sabe distinguir esse sentimento, mas suas escolhas e atos passam a ser nobres e finalmente ele se equilibra e até supera Melinda em vários momentos. A heroína, todavia, faz escolhas ruins, pois atitudes impensadas e precipitadas, a confiança ingênua em outras pessoas, fazem com que ela jogue a felicidade e o amor de Robert literalmente pela janela. Porém, em um determinado momento ela mostra do que é feita, altruísmo e a capacidade de perdoar a coloca em paridade com Robert, de modo que finalmente eles encontram o caminho da felicidade. Enfim, uma narrativa envolvente, emocionante, sensual na medida certa. Parabéns à talentosa Evelyn Santana.
❤❤❤