Camille.Pezzino 05/03/2020
RESENHA #116: (REI) ARTHUR PARA CRIANÇAS
Como se sabe, o imaginário arturiano é vasto. Quem nunca ouviu falar da Távola Redonda? As versões são múltiplas e as mudanças são de deixar qualquer leitor despreparado ou ignorante do assunto um pouco confuso. Existe a parte da lenda em que só existia Gawaine, Guinevere, Arthur e Caliburn, o nome primevo da famosa Excalibur; mas, com o passar do tempo, tudo isso mudou.
A versão mais famosa, aliada A Espada era a Lei, produzida pela Disney, conta uma narrativa fantástica em que um jovem menino tirou uma espada de uma pedra. Essa espada era destinada àquele que seria rei e uniria todo o povo bretão, mas, como foi realmente que isso aconteceu?
Entre ficção e realidade, as versões se misturam. A Távola pertence ao século XII d.C., mas, na verdade, a lenda arturiana é muito anterior. E o fato do Rei Arthur ser traído por sua esposa, Guinevere, com um dos seus mais fiéis cavaleiros, Lancelot? Outra versão posterior, pertencente ao período do amor cortês – em que existia o enlace amoroso da dama e do vassalo, cujo nunca se concretizava de fato.
Para Howard Pyle, todas essas versões são um prato cheio de conhecimento, fantasia e cortesia (nos múltiplos sentidos cavalheirescos que essa palavra pode conter). Assim, Pyle se aproveita de toda essa mistura e faz uma tetralogia. No Brasil, a editora Zahar já publicou duas das quatro obras do autor e ilustrador: Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda e Três grandes cavaleiros da Távola Redonda.
O primeiro título trata a respeito do princípio do mito, rememorando o nascimento de Arthur e a morte de Uther Pendragon, seu pai; além de sua ascensão como rei, tirando a espada – veja bem! – de uma bigorna (e não de uma pedra). Contudo, essa espada não é a Excalibur, mas outra, já que a versão do Pyle retoma a ideia de que a espada mágica e sua bainha teriam vindo do lago, das brumas. Nessa primeira parte da tetralogia, também participarão como protagonistas Merlin, Sir Pellias e Gawaine.
O segundo, no entanto, deixará de focalizar o Rei Arthur. Dessa vez, os leitores poderão se saborear com as narrativas de Lancelot, Tristão (sim, de Tristão e Isolda, o famoso romance trágico) e também de Percival. Todos os três com um nascimento e uma infância complicados.
Tais histórias possuem como foco o público infantil e não, o infanto-juvenil, justamente por crianças mais velhas já poderem ter outros interesses e também pelo fato de serem histórias para contadores. Isso quer dizer que ler Rei Arthur e as aventuras dele e de seus amigos em voz alta melhora – e muito – a experiência!
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