LoveStar

LoveStar Andri Snaer Magnason




Resenhas - LoveStar


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@tigloko 01/08/2021

Imagine todos os aspectos da sua vida controlada por uma única empresa
O autor coloca durante o livro os perigos da hiperconectividade, com todos os aspectos da nossa vida monitorados. Só que extrapolado para o campo da ficção cientifica, o que torna tudo mais assustador. Apesar disso, nunca vai longe nesse caminho sombrio, pois tem um senso de humor bizarro que equilibra. Há também uma mensagem ambientalista presente no livro (assim como na Ilusão do Tempo) nada exagerada, bem colocada em momentos chaves na história. Lembra bastante o seriado Black Mirror em alguns episódios, apesar do livro vir antes.

Mas tirando a história da Lovestar (tanto a empresa quanto o criador de mesmo nome) e as mensagens que geram discussão, não me empolguei muito com as histórias das outras personagens. E depois o livro entrou por um caminho de fantasia que não combinou com a ficção cientifica ao meu ver. Talvez seja minha culpa por criar um hype grande pela leitura.

“As pessoas que tem ideias são as mais perigosas do mundo porque estão prontas para correr o risco. Elas só querem ver o que acontece; o pensamento delas não vai além disso. ”
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Mariana 02/03/2021

Desenvolvimento ruim num universo sensacional
A primeira impressão sobre esse livro é que ele é um típico episódio de Black Mirror, inclusive a sinopse lembra bastante o episódio Hang The DJ, da quarta temporada. Porém, é um livro que vai além disso porque ele é diferente. Certo, podemos dizer que ele é um livro estranho, talvez por ser escrito por um islandês, uma cultura que está muito longe da nossa e longe da cultura americana ou europeia que a gente está mais acostumado a consumir.

LoveStar falar sobre amor, falar sobre marketing, fala sobre tecnologia, fala sobre deus e fala sobre ciência. A história se passa em um mundo altamente tecnológico onde a empresa fundada por um homem visionário e megalomaníaco, a LoveStar, é um conglomerado líder em dois grandes pilares da vida humana: a morte e o amor.

Nesse mundo, essa empresa lida com a morte, revolucionando a maneira como os seres humanos enterram seus mortos. Por exemplo, ninguém mais é enterrado ou cremado. Os corpos são colocados em um foguete e lançados para o espaço, queimando como fogos de artifício no caminho. A LoveStar também tem uma divisão para o amor, onde eles estudam todas as pessoas que nascem e a partir de todas essas informações genéticas, e de pré-disposição de personalidade, unem parceiros perfeitos.

Além disso, nesse universo, a LoveStar também controla os nascimentos porque as pessoas tem algumas chances na vida. Por exemplo, um dos nossos protagonistas, o Indridi, nasceu duas vezes. No primeiro nascimento dele, ele era uma criança problemática e rebelde. Por isso, seus pais decidiram acabar com aquele comportamento fazendo com que Indridi nascesse de novo. De uma maneira bem clara: mataram o primeiro e fizeram um clone dele.

Nesse universo também existe algo chamado de REGRET, que é um programa que todos os seres humanos podem acessar para descobrirem se uma decisão que tomaram era certa ou não. Funciona mais ou menos assim: uma pessoa não sabe se devia pegar esse ônibus ou o próximo. Então, ela deixa esse passar para pegar o próximo e acessa o REGRET para descobrir se fez certo. O REGRET, então, calcula as consequências e diz para ela que estava certo, que ela morreria num acidente se pegasse aquele ônibus.

Enfim, eu trouxe aqui para vocês várias das tecnologias sociais que existem no mundo de LoveStar para dizer que em meio a tudo isso, a essa sociedade complicada e altamente influenciada pela tecnologia, vai acontecer uma história de amor. Nós temos o Indridi e a Sigrid, dois jovens que vivem juntos e que não foram testados ainda.

Ou seja, eles não sabem se eles são almas gêmeas porque nenhum deles pediu para a LoveStar avaliar sua compatibilidade ainda. Isso porque eles têm certeza de que são almas gêmeas. Porém, um dia, Sigrid pede a compatibilidade e eles descobrem que não são almas gêmeas. Essa descoberta faz toda a história andar para os dois e a gente começa a perambular por esse mundo e ir conhecendo essas tecnologias que eu descrevi.

A história da Sigrid e do Indridi é que nos leva ao mundo comum que o autor criou, o dia a dia de pessoas que vivem com essas tecnologias. Porém, a gente vê o outro lado também, o lado do LoveStar, o empresário que criou essas tecnologias todas e é o fundador do conglomerado. E a gente conhece o LoveStar num momento em que ele está buscando por sua nova empreitada, o LoveGod.

Sim, o LoveStar imaginou que toda a vez que uma pessoa faz uma oração, ela libera um tipo de energia, ela manda energia para algum lugar. E o objetivo dele agora é descobrir para onde vai essa energia, qual é a fonte de Deus. E descobrindo isso, ele quer transformar deus em um serviço, as orações em mensagens e os anjos em agentes. Por exemplo, uma pessoa está sofrendo um assalto e faz uma oração. Nisso, aparecem os anjos para salvá-la. É bem interessante, na verdade, quase diabólico, mas genial.

Como deu para perceber até aqui, esse livro tem duas grandes tramas acontecendo ao mesmo tempo e tudo isso acontece em 336 páginas. Ou seja, o livro não é muito bem desenvolvido e a trama é muito atropelada. Até 25% do livro, por exemplo, a história não avançou em nada, a gente só recebeu informações de como as coisas nesse mundo funcionam. E o final também é bastante anticlimático. A conexão das histórias do LoveStar com o Indridi e a Sigrid é falha também. Além de o casal principal ser bem nojento e estranho.

Porém, o trunfo do livro está para além dessas coisas porque me parece que a intenção do autor não era só contar uma história, era fazer a gente pensar sobre como a sociedade lida com a morte, com o amor, com o nascimento, com deus e com a tecnologia. No final, a gente fica com essa sensação de ter lido uma história muito audaciosa, rica e intrigante. Que poderia ter sido melhor desenvolvida? Com certeza. Mas que é muito boa.

site: http://marianabortoletti.com.br/blog
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livrosepixels 09/01/2019

Quando as ideias tornam o mundo pior..
Se tem uma palavra que define bem este livro é peculiar. Ou eu deveria dizer “perturbador”? E porque não as duas? Pois pode acreditar, ao mesmo tempo que o universo criado pelo autor nos fascina por sua inovação tecnológica e científica, também nos assusta e muito, com a proximidade do mundo atual. Não é a toa que falaram por aí que Lovestar “era muito Black Mirror”, pois a diferença entre a obscuridade da trama e dos episódios da série são bem sutis.

Magnason nos proporciona uma distopia diferente das convencionais, ao mesmo tempo que renova a ficção científica sem trabalhar a mesmice de naves espaciais, robôs e os clichês mais conhecidos. Assim como a série Black Mirror, na trama de Lovestar há críticas ácidas e enérgicas ao mundo consumista, 24 horas online, politicamente correto e sedento por poder. E o modo como ele faz isso é nos apresentar duas histórias paralelas. Na primeira, acompanhamos a obsessão do senhor Lovestar em descobrir sempre algo novo, nunca parar de criar. Ele gosta de deixar as ideias consumirem ele, para depois passar elas para outra pessoa e assim ser “possuído” por uma nova e mais ambiciosa. Já no outro extremo da narrativa, temos um casal lutando para ficar junto em favor do amor verdadeiro, enquanto o resto do mundo fica cada vez mais dependente da tecnologia pra tudo: nascer, aprender, se divertir, casar… e morrer!

“Uma ideia é um ditador. Sequestra o cérebro, põe sentimentos e memórias de lado, faz você ignorar amigos e relacionamentos e orienta você na direção de um único objetivo, o de lança-la no mundo.“

Lovestar é um personagem bem estranho. Ele aparenta ser mais recluso, quieto, mas com a mente fervilhando de ideias e possíveis criações. Seu império começou muito cedo, com uma pequena ideia, mas que aos poucos foi ganhando proporções e abrangendo o mundo todo. Em poucos anos, todo mundo conhecia o nome de Lovestar. Ele é quase um deus na terra, o novo Jobs, o novo Einstein. Suas criações estão por todo o lado: anúncios diretamente implantados na mente do usuário, sistema de pontos como créditos no lugar de dinheiro, acesso imediato a qualquer informação em qualquer lugar, e por aí vai. Passa mais tempo na empresa do que com sua esposa. Lovestar vive em função dos outros, não de si mesmo.

Já o casal Indridi e Sigridi da trama chama a atenção pela “desconexão” com o mundo em que vivem. É como se os dois fossem “alienígenas hippies” vivendo em planeta comandado pela alta tecnologia. Eles não fazem parte completamente do sistema, amam-se de verdade e descartam qualquer possibilidade de serem “calculados” para seus pares perfeitos. Diante desse cenário, podemos observar que já aqui o autor faz uma reflexão sobre a sociedade moderna: quando tudo pode ser decidido por números, algoritmos e dados digitais ou aplicativos de relacionamentos, ainda sobra espaço para algo tão ínfimo – mas arrebatador – como o amor verdadeiro? Podemos substituir nossas emoções por matemática pura em todos os sentidos?

“Amor, Deus, flores, pássaros, borboletas e abelhas. Tudo tem substância. O sobrenatural não existe. Sempre encontramos tudo o que procuramos. Em cada canto do mundo as pessoas, seja qual for o motivo, fazem orações. As preces devem ter um destino. Isso não é mais louco que o amor, é?”

Quando se gosta de ficção científica há muito tempo, alguns paralelos não passam despercebidos. A ideia de anúncios que “brotam” na mente do usuário, que são completamente direcionados ao perfil exato de consumidor não é uma novidade. Philip K. Dick já explorou essa ideia em alguns contos, como “Argumento de Venda”, onde anúncios de produtos são constantemente disparados aos usuários. Outras ideias de Magnason, por mais absurdas que possam parecer, já existem na atualidade, como aplicativos de relacionamento, sistemas de pontuação de créditos como moeda (porque não também mencionar as cripto moedas?). O que dizer então de empresas que – de forma omissa – monitoram cada passo dos usuários na rede para conhece-los cada vez melhor (Google? Facebook? Alguém mais?)? E o mais bacana de tudo isso, é que o autor já imaginava essas coisas lá em 2004, quando a internet ainda engatinhava no modo discado.

Achei bacana como o autor constrói as críticas ao mesmo tempo em que nos leva a conhecer os dois lados da moeda. Enquanto Lovestar é calmo e seguro, focado em encontrar uma ideia que nunca antes fora descoberta ou criada, também acompanhamos o casal Indridi e Sigridi vivendo cada vez mais pressionado, esgotado e forçado a se curvar perante o sistema. De um lado, tudo é paz e perfeição, do outro lado, é caos e desgraça. E as coisas vão ficando cada vez mais tensas conforme se encaminha para o final, pois o criador desse mundo altamente tecnológico aparentemente encontrou a última grande ideia do mundo. Porém, com todo o sistema sobrecarregado, quais as consequências dessa última inovação? Será que Lovestar criaria a primeira – e bem sucedida – utopia?

“As pessoas ficavam eternamente esmagadas no presente, pelo peso do futuro, por cima da pressão do passado, e as coisas não melhoravam nada. As escolhas se multiplicavam e o arrependimento aumentava em relação direta até que as pessoas não conseguiam mais se mover e se embaraçavam numa rede invisível.”

Por este motivo a trama do livro se mostra perturbadoramente atual. Escrita há 14 anos, onde a maioria das tecnologias atuais nem existia ainda, o autor já conseguia fazer uma grande síntese do mal que a tecnologia desenfreada poderia proporcionar. Alertava também para a crescente dependência que teríamos da conexão 24 horas na internet, nossa insassiável busca pelo ‘mundo ideal’ e pela acomodação que o consumismo nos proporcionaria. Na verdade, se observarmos bem, há algum tempo vários autores tem escrito histórias com esse background. Jogador Número Um, de Ernest Cline e recentemente adaptado para o cinema, bate na mesma tecla: um futuro onde o consumismo esgota os recursos naturais e o que sobra é viver um mundo ilusório proporcionado pela alta tecnologia, pois o mundo real se tornou feio e triste.

Sem dúvida foi uma das melhores leituras que fiz em 2018 e vale a indicação para todo mundo que ama ficção científica, distopia, ou mesmo procura por livros que discutem questões existenciais / tecnológicas. O receio que eu tinha em ler o livro e me deparar com um romance bobo se quebrou logo no começo quando comecei a perceber a “bizarrice” que era aquele mundo futurista. Já de início absorvemos o tom obscuro da história e junto com o Lovestar vamos caminhando para um final assustador – porém puramente crível. E, ao mesmo tempo em que tememos pelo futuro do mundo, também aprendemos com Indridi e Sigrid que é possível lutar contra o sistema, se manter íntegro, único e, principalmente, humano.

site: http://resenhandosonhos.com/lovestar-andri-snaer-magnason/
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Chele 10/03/2021

"O homem não tem uma ideia, a ideia tem o homem"
O autor apresenta um futuro distópico e me pego pensando se já não é para ele que estamos caminhando.
LoveStar teve uma ideia e ficou tão absorto por ela que jamais imaginou que tão longe chegaria e o tamanho de suas consequências.
Indrid e Sigrid viviam (muito bem, obrigada!) a paixão e a plenitude até serem sufocados pela tecnologia de calculo de almas gêmeas que alegou não serem compatíveis amorosamente. O desafio é: como desafiar um sistema infalível e altamente científico?
A sensação de estar nesse mundo e perturbador e sufocante. Ninguém é realmente o que parece ser ou dizer, amizades, relacionamentos em geral, tudo controlado. Um simples comando vindo de sabe lá onde e você pararia de respirar, ou poderia quem sabe ter um ataque...TUDO CONTROLADO! Como diz a canção "...assim caminha a humanidade", penso se os maiores avanços não são apenas os primeiros passos em direção a esse futuro fantástico e fatal.
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Mryd 21/06/2021

Maluquice pura
Esse livro e Condenada, batalham na disputa de plot mais estranho e "desconfortável" de todos os livros que eu já li.
Confesso que no começo eu tava fingindo que estava entendendo o universo criado pelo livro e no final acabei até entendendo mesmo.
Esse universo distópico é tão diferente, único e similar e ainda sim incrivelmente parecido com o nosso q nem sei explicar
Senti os meus neurônios pipocarem toda vez que algo era explicado, tudo simplesmente incrível.
É um livro q não tem medo de descrever o nojento, desconforto e obscenidade e q me tirou da zona de conforto
Gostei bastante, minha família nn aguenta mais me escutar falar sobre ele
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Acervo do Leitor 28/05/2018

LoveStar de Andri Snaer Magnason | Resenha | Acervo do Leitor
Cresça. Estude. Se forme. Namore. Ame. Sofra. Expie. Deseje. Consuma. Respire… morra! O interminável e sufocante ciclo da vida está cada vez mais veloz. São tantas coisas para serem vividas e sentidas que não há mais tempo a perder. A transferência de informações devem ser rápidas, as conexões intermináveis e as baterias inesgotáveis. Na ânsia de um mundo mais conectado e prático um homem fez o impossível. Conseguiu conectar a humanidade através apenas do pensamento livrando-nos dos fios, cabos e carregadores. Prepare-se para uma visão insana e provocativa do futuro. Onde não haverá mais espelhos e telas negras, onde um homem ousou ser Deus tornando-se o diabo. Bem vindo a realidade de LoveStar!

“Uma ideia é um ditador. Sequestra o cérebro, põe sentimentos e memórias de lado, faz você ignorar amigos e relacionamentos e orienta você na direção de um único objetivo, o de lança-la no mundo.”

O futuro é agora. LoveStar é o gênio por trás dessa nova realidade. Cansado da vida limitada por cabos e fios ele conseguiu conectar a humanidade através do estudo dos pássaros e borboletas, que há muito se comunicam perfeitamente através de “ondas”. Não há mais limite para o homem. Vida, amor e morte foram redefinidos por este louco inventor venerado como um deus. Tudo que você deseja assistir ou consumir ao alcance das lentes de seus olhos. Está arrependido de alguma atitude? Você agora pode consultar o “Regret”, um programa que calculará as probabilidades das consequências da escolha não feita, sempre desastrosas, assim lhe tirando o fardo e a angústia da incerteza. Não sabe se é a pessoa certa ao seu lado? A “InLove” calculará o par perfeito para você em qualquer parte do globo, unindo as nações através do amor. Acha a morte deplorável? Não há mais a necessidade de ser enterrado. A “LoveDeath” enviará seu corpo para o espaço tornando-o uma estrela para que seus familiares enlutados possam se maravilhar com o fim. Está endividado? Você pode quitar suas dívidas virando uma propaganda ambulante. O futuro chegou. É insano, prático e irresistível.

“Aí teremos Amor, Morte e Deus num só lugar! Já ouviu algo assim antes? Teremos um bilhão de visitantes por ano. A humanidade unida na Terra, calculada pela InLove, lançada pela LoveDeath e, por fim, todos com linha direta para a LoveGod. Estamos falando de LoveWorld.”

No meio deste mundo conectado encontramos Indridi e Sigrid. Jovens, apaixonados e conectados à moda antiga. Contra a maré e abrindo mão de carreiras e facilidades, eles apenas querem curtir a vida juntos. Mas LoveStar e sua empresa “InLove” tem outros planos para Sigrid. Segundo eles seu amor encontra-se em outro lugar, e a vida de ambos irá ruir. Em uma realidade que aproxima quem está longe por vezes afastando quem está perto Ingridi se verá sem amigos tendo que correr atrás de um sonho perdido contra todo o sistema vigente. Tudo poderia ser resolvido de forma mais fácil se o idealista LoveStar ainda se preocupasse com os desejos dos “mortais”. Porem o homem que recriou o mundo ainda deseja fazer a humanidade a sua imagem e semelhança, mas para isso ele precisa se encontrar com o seu “criador” ou com Aquele/aquilo que liga todas as coisas. Correndo atrás da origem da vida LoveStar irá se deparar com o inimaginável… e chegará o fim. Mas após todo “apocalipse” uma nova humanidade floresce ou não? O que restará de um planeta onde o amor se esfriou, as relações são descartáveis e todos se acham uma estrela quando não houver ninguém mais interessado em assisti-las?

“Mas Indridi teve a grande sorte de nascer num tempo de incertezas, quando ninguém mais sabia exatamente como definir um indivíduo. Indivíduos precisam criar sua própria definição de indivíduos, diziam os individualistas, e assim a questão estava resolvida.” “

SENTENÇA

Segundo livro deste ambientalista islandês publicado pela editora Morro Branco é simplesmente insano! Com “A Ilusão do Tempo”, livro anterior, André Snaer (autor) já havia conseguido tirar o leitor da “zona de conforto”, mas com essa premiada obra ele irá explodir sua mente. Pense em todos os bons episódios da série de ficção científica/distópica BlackMirror (Netflix) e coloque todos em um liquidificador acrescentando acidez, dois dedos de humor, um raciocínio raro e eleve a décima potência! O resultado será essa perturbadora obra. Nunca o futuro pareceu tão palpável, indigesto e assombroso. Um livro para ler, refletir, se perturbar e se encantar.

site: http://acervodoleitor.com.br/lovestar-resenha/
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Eduardo Mendes 07/01/2022

Interessante
Lovestar foi escrito em 2002 pelo islandês Andri Snaer Magnason e chamou minha atenção por motivo especial: é uma distopia com elementos de ficção científica escrita a relativamente pouco tempo. Eu tinha curiosidade de ler algo do gênero com uma pegada mais moderna.

Se liga nessa sinopse: “O enigmático e obsessivo fundador das Corporações Lovestar descobriu uma forma de transmitir dados e informações sem a necessidade de qualquer cabo, utilizando a frequência emitida por pássaros”. Muito louco né? Isso é só o começo. Conforme a corporação cresce, seu poder atinge proporções descomunais: novas tecnologias ganham forma e mudam completamente o modo de vida das pessoas em todo o mundo.

A trama se passa num futuro não muito distante do nosso, agora as pessoas são pagas para gritar propagandas para pedestres nas ruas. Um sistema tecnológico encontra a sua alma gêmea em qualquer canto do planeta. Os mortos são lançados no espaço em foguetes luxuosos.

A escrita do autor é leve e dinâmica, com boas doses de humor ácido e ótimas sacadas. É uma mistura entre 1984 e Black Mirror, e que sob um pano de fundo tecnológico conta a história do casal Sigrid e Indridi, que precisam enfrentar diversas dificuldades em nome do amor.

As primeiras páginas têm um ritmo muito legal, na metade do livro a minha impressão é que o autor perde um pouco a mão e as coisas ficam um pouco mais confusas do que já estavam. Essa loucura toda não compromete a qualidade do livro, mas esteja preparado pra conhecer um mundo bastante estranho. No fim das contas, a parte do romance adolescente foi o que menos me chamou atenção e mais me incomodou.

Lovestar uma obra peculiar e levemente perturbadora, por outro lado, fala de temas interessantes como: consumismo, monopólio de poder, e os perigos dos avanços tecnológicos. Não vai mudar a sua vida, mas é entretenimento de qualidade, e ainda tem um romancinho para os corações apaixonados.


site: https://jornadaliteraria.com.br/lovestar/
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fyveer 23/06/2021

Confesso que quase abandonei esse livro, fiquei bem desanimada com a escrita do autor no início e já estava a ponto de adicionar ele como uma das piores experiências do ano; mas, aqui estou eu com ele concluído e pensando em como vou recomendar a leitura sendo que essa é uma das obras mais doidas que eu já li.

É um experiência única e com toda a certeza ele não se encaixa no gosto de todo leitor, muitas partes do livro são viajadas demais, maçantes demais ou então MUITO boas. É uma obra enriquecedora, que eu pretendo nunca mais ler na minha vida ? yep, gostei do livro, mas não me odeio ao ponto de fazer releitura.

Sei lá, ler quem tem coragem :)
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Giuliane.Souza 03/01/2021

Brincar de Deus
Quando o homem tenta mudar demais o curso da natureza existem consequências. E esse livro explora de uma maneira criativa e inovadora essas consequências. E nós faz refletir sobre os limites da tecnologia e do uso consciente dela. A narrativa também traz elementos da mitologia nórdica. E a forma como ela é construída é muito inteligente, intercalando entre um homem cheio de ideias e um casal que luta pelo amor, prende a gente a cada segundo. Adorei
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Maiani - @minhavidaforadeorbita 21/03/2019

Vou organizar em tópicos, para não me perder em divagações, já que esse livro que me colocou para pensar e questionar parte das minhas atitudes.

Primeiro ponto a ser observado desde a primeira página do livro é sobre a nossa suscetibilidade ao marketing e consumismo. Nesse mundo sem fio criado pelo autor, esse fato se torna ainda mais assustador, pois as propagandas são extremamente personalizadas e com alto poder de convencimento.

Outro fator super interessante é como uma empresa pode dominar a nossa vida e nos tornar totalmente dependente dela. A LoveStar se tornou a "dona" do mundo, praticamente tudo de importante que acontece é movido por um dos braços da empresa; você morreu, a LoveDeath cuida disso; quer ter certeza das duas decisões? Ligue na Regreat; Seja confiante que a LoveStar já está procurando seu par perfeito.

Agora o que mais gostei foi como uma ideia pode transformar uma pessoa, deixar de ser uma coisa positiva para se transformar em problema para os outros. O próprio LoveStar escreveu um livro sobre ideias (dentro da trama) e fala sobre como uma ideia pode ser perigosa, como ela domina a pessoas, até que seja concluída.

Apesar de ser uma história com diversos aspectos positivos, a narrativa não é fluida e intuitiva. É preciso muita atenção para perceber as mudanças temporais e de pontos de vista; mas em contrapartida, as descrições desse universo são espetaculares, leria um livro a mais para conhecê-lo melhor. Outro aspecto negativo é que os personagens não são cativantes, e no meio do livro isso acaba atrapalhando o ritmo de leitura, já que você não está interessado neles.

Esse é um livro totalmente diferente, com muitas questões para serem pensadas, mas que não agradará à todos. Super recomendo para quem gosta de sair da zona de conforto, conhecer sociedades diferentes, mas bizarramente parecida com a nossa.
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Luiza 28/02/2021

Esquisito demais pra ser bom, esquisito demais pra ser ruim
Não tem como passar indiferente pela leitura de "Lovestar". Um fato que me impressionou foi o livro ser de 2002, já que a internet ainda caminhava e as redes sociais não eram tão presentes na nossa vida. Escrito de forma bem humorada, satírica e por alguns momentos melancólica, é um livro gostoso de ler, daqueles que as páginas se viram sozinhas.

Por outro lado, o livro é estruturado de um jeito esquisito. São duas narrativas, sendo a do gênio megalomaníaco Lovestar (beijos, Elon Musk) infinitamente mais interessante do que a do casal Indrid e Sigrid. A narrativa sobre a vida do casal é importante para que o leitor se situe no funcionamento daquele mundo insano criado por Magnason, mas é onde acontecem as piores cenas do livro. Em "A Ilusão do Tempo" a mescla de contos de fadas com ficção científica funciona bem, e em "Lovestar" poderia até ser bonito, mas ficou só estranho mesmo.

De qualquer forma é um livro muito criativo e vale a pena ser lido, mesmo que você sinta uma leve vergonha alheia em alguns pontos, porque estranho ou não, a mensagem que ele traz é importantíssima e muito atual.
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Jayne L. Oliveira 18/06/2020

"Isso é muito Black Mirror!"
Publicado pela Editora Morro Branco, em 2018, "LoveStar" foi anunciado como "mais Black Mirror do que Black Mirror" e eles não estavam errados quando o descreveram assim.

LoveStar é um empresário enigmático e obsessivo (ele nunca desiste de uma ideia) que ganhou sua fortuna após libertar a humanidade de dispositivos e cabos: depois de decodificar o funcionamento da frequência das ondas usadas por pássaros durante a migração, tornou qualquer aparelho de comunicação desnecessário e sua empresa (chamada LoveStar) passou controlar todos os aspectos da vida humana, como amor e morte.

O serviço Remorsos, por exemplo, permite que as pessoas eliminem suas dúvidas sobre caminhos que não foram seguidos (sabe aquele "e se?" que a gente sempre tem em mente?), os mortos são enviados aos céus e explodidos em um grande espetáculo de luzes e o serviço inLove une casais perfeitos.

Indrid e Sigrid não foram calculados para ficarem juntos, mas têm certeza que a aprovação da empresa não passa de formalidade até que Sigrid é destinada a outra pessoa e, enquanto tenta reconquistar sua amada, Indrid acaba na rota dos planos de LoveStar: a empresa tenta expandir seus negócios ao mesmo tempo em que o empresário busca desvendar mais uma ideia: ele quer descobrir para onde vão todas as orações - afinal, já imaginou se as preces dos fiéis fossem respondidas? E se ele tivesse o controle delas?

A introdução do leitor no universo de "LoveStar" é excelente, é a antecipação do caos (tem coisa mais agradável e desesperadora para uma leitora de distopias?), mas ao invés de encontrar uma sociedade em pânico e em um mundo caótico, o que o leitor vê são pessoas mais felizes e conformadas com a vida que vivem, que não percebem (ou não ligam) para a dependência que criaram da tecnologia e das soluções de LoveStar.

Então por que esse livro permanece uma incógnita tão grande na minha estante se ele parece excelente e exatamente o tipo de coisa que eu correria para comprar, ler e espalhar por aí? Boa pergunta.

Pode ser porque “LoveStar” passa por vários aspectos do mundo em que vivemos: o consumo desenfreado, a perda completa de individualidade, o impacto e comportamento de influencers, o excesso de publicidade e informação, os algoritmos que controlam até com quem nos relacionamos ou a existência de megalomaníacos donos de empresas privadas e milionárias que controlam grande parte do desenvolvimento tecnológico atual. Quer um exemplo? Para mim, é impossível ouvir falar no Elon Musk e não pensar em toda destruição que acontece na narrativa de Andri Snaer Magnason

Apesar de tudo isso, não gosto de como o autor escolheu conduzir a história: há elementos de conto de fadas e várias referências às obras clássicas da ficção científica o que faz com que a linha narrativa do Indrid seja completamente bizarra e roube um espaço que eu preferia que fosse usado para desenvolver melhor as motivações e loucura do LoveStar.

Quanto mais o tempo passa, mais eu quero conseguir discutir os vários aspectos desse livro, e acho que isso mostra o quão atual e impactante ele é. Mas eu não consigo me decidir, sinto que é uma discussão que ainda não foi finalizada e talvez nem seja. Eu gosto muito de alguns pontos de "LoveStar" e quando lembro de outros, tenho vontade de chorar de tão ruins (ele é uma incógnita, lembra?).
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Paloma 18/01/2019

expectativas atingidas em parte
O fato de que eu acredito em almas gêmeas e AMO livros de ficção científica foi decisivo para construir toda uma expectativa nessa história maluca, expectativas que foram atingidas em parte.
Esse é um mundo que eu simplesmente não consigo explicar para vocês. Andri pegou todos os problemas que o consumismo atual causa no ambiente e nas pessoas e elevou tudo isso a décima potência, criando uma historia cheia de elementos incríveis.
Essa foi a parte das minhas expectivas que foram atendidas. O autor é ambientalista então muitos dos elementos abordados na construção dessa loucura fizeram o maior sentido para mim, criando assim uma grande crítica a nossa condição atual de viver.
A outra parte não atendida foi com relação as almas gêmeas. Indridi e Sigrid na verdade são tão protagonistas dessa história quanto as outras personagens que também estão ali. Acho que a sinopse peca um pouco ao citar essa questão com tanto louvor sendo que ela é apenas uma parte da história e não o todo.
Sinto que o mundo em si me conquistou mas a história dentro dele não alcançou todo o meu amor. Com certeza recomendo esse livro simplesmente por ser um dos mais doidos e bizarros que eu já li, retratando histórias interligadas por situações das mais originais e críticas importantíssimas.
Com certeza ficarei de olho nesse autor, pois sua criatividade é digna disso.
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Fábio Valeta 17/01/2021

LoveStar é um livro estranho, para se dizer o mínimo.... é uma distopia bem diferente de muitas outras que já li ou vi em filmes. Mas deixa a desejar...

Nele somos apresentados a um mundo em que a humanidade se vê livre dos “fios” quando uma tecnologia inovadora permite transmitir informações diretamente para o cérebro de uma pessoa usando frequências emitidas por pássaros. Uma pessoa pode estar andando pela rua vendo seu programa favorito e conversando com alguém que está do outro lado do mundo sem a necessidade de qualquer tipo de aparelho. Tudo graças à empresa LoveStar, um conglomerado que controla cada aspecto da vida humana.

A cada nova invenção, muitas delas vindas diretamente da mente do criador da empresa, também conhecido por LoveStar, o controle do mundo fica cada vez mais aparente, embora ninguém pareça se importar com isso. Enquanto um ramo da empresa consegue calcular com precisão matemática sua alma gêmea (InLove); outra é responsável por cuidar da morte das pessoas (LoveDeath), fazendo com que seu corpo caia como uma estrela cadente no planeta ao invés de se decompor e ser comido por vermes. Homens e mulheres aleatórios gritam propagandas colocadas diretamente em suas cordas vocais pela empresa e um programa chamado Regret é feito para acabar com todas as dúvidas em relação a quaisquer decisões que uma pessoa já tomou durante toda a sua vida: “O que aconteceria se eu tivesse feito isso ao invés daquilo?” a resposta é quase sempre a mesma “você teria morrido", vida, amor e morte estão nas mãos da LoveStar.

O livro tem basicamente três fios narrativos:
O primeiro são as longas descrições sobre os detalhes desse mundo estranho e em como a empresa foi aos poucos tendo o controle sem que ninguém percebesse. São justamente as partes mais interessantes da história.

O Segundo trata do próprio LoveStar, em busca do que ele considera “a última ideia do mundo”. Algo que vai mudar tudo.

E por fim, o que de certa forma é o fio condutor da trama, a história de dois jovens amantes que tem certeza de terem encontrado um ao outro sem a necessidade do cálculo da Inlove e o que acontece quando a mulher é calculada para outra pessoa. E como mesmo o sentimento que um tem pelo outro pode falhar quando todo o poder de uma corporação global é colocado entre eles.

Apesar de bons conceitos, a narrativa não é das melhores. E ainda por cima, logo no finalzinho a situação piora ao se criar um antagonista totalmente desnecessário, seja porque a história se desenvolveria melhor tratando-o como uma outra vítima, ou pelo fato de não ter a menor importância, já que logo depois o clímax muda completamente a situação. O clímax é original e, pelo menos para mim, totalmente inesperado, mas veio muito tarde... tanto que umas cinco páginas depois o livro acaba deixando muitas perguntas em aberto.

LoveStar é a típica história com bastante potencial, mas que não consegue empolgar o suficiente. Há leituras melhores por aí...
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Maria Fernanda 21/09/2018

QUANDO VOCÊ ACHAR QUE FINALMENTE TÁ ENTENDENDO ALGUMA COISA, VAI VER QUE NÃO TÁ ENTENDENDO NADA
Vamos começar dando uma geral sobre do que se trata esse livro DOIDO: LoveStar é uma empresa gigantesca que dominou o mercado mundial. Não sobrou nenhuma área da vida em sociedade que não seja controlada por alguma de suas subsidiárias. A inLove, por exemplo, calcula os pares perfeitos, enquanto, a LoveDeath, fica com as questões funerárias. Isso só para citar as duas principais.

E é claro que por trás dessa corporação megalomaníaca existe uma mente. Um idealizador. Aquele que teve a ideia. (Se bem que ele diria que foi ela que o teve...) LoveStar é também o nome dele. Pseudônimo, na verdade. E o enredo vai acompanhá-lo em seu futuro, passado e presente ? sim, porque a linearidade da história vai e volta, sobe e desce, pula e dá cambalhota ?, mostrando o que o move e o que o levou a começar tudo isso.

"As pessoas que têm ideias são as mais perigosas do mundo porque estão prontas para correr o risco. Elas só querem ver o que acontece; o pensamento delas não vai além disso." (p. 93)

Mas essa também é a história de um simples proletário, Indrid, que vivia a sua vidinha tranquilamente até vê-la completamente bagunçada quando a sua namorada, Sigrid, é calculada pela inLove para outra pessoa. Porque, quando você é calculado, veja bem, você não tem escolha. Se a inLove encontrou o seu par perfeito, por que não ir até ele? Claro que não seria porque existe todo um aparato burocrático e midiático só aguardando para assegurar que, sim, você vai. Não... Seria porque, por mais apaixonado que você esteja por outra pessoa, vai perceber que isso não é real. Só a inLove é.

Dito isso, vocês acham que já deu pra ter uma ideia geral sobre o que é LoveStar? Sim? Mais ou menos? E se eu disser que, contando tudo isso, mal deu pra arranhar a capa do livro, quanto mais chegar ao miolo?

Antes de mais nada, serei sincera ao dizer que eu não gostei do enredo em si, da história que ele conta. Pensem num negócio sem pé nem cabeça! Experienciei vários níveis de (não) entendimento, começando por "quê?", passando por "ahhh, tá", esbarrando em "WHAT THE ACTUAL FUCK?" e travando em "meu deus, o que é que tá acontecendo?" Ler LoveStar foi como sair andando por uma cidade desconhecida com zero 3G pra poder acessar o Google Maps, e, pra piorar, sem fazer a menor ideia de aonde eu queria chegar. É o melhor que eu posso fazer para tentar descrever essa leitura, e ainda assim vocês não vão conseguir entender.

E agora é o momento em que eu digo que, CONTUDO, curti bastante o livro. *BOOM*

Acontece que, pra mim, Andri Snaer Magnason criou uma obra em que o personagem principal é o conceito. Durante a leitura, me pareceu que o objetivo do autor é fazer com que a gente deixe a ação em segundo plano e preste atenção à ambientação, entenda o contexto que cerca LoveStar e Indrid (e todas as outras pessoas que aparecem em um momento ou outro) e reflita sobre como vários aspectos do que parece ser apenas um delírio futurista muito doido (e tão Black Mirror!) já podem ser encontrados com uma facilidade assustadora no nosso dia a dia: "pregoeiros", "hosts secretos", manipulação genética. O progresso pelo progresso. O avanço tecnológico simplesmente porque é possível avançar.

Mas, para onde estamos avançando?
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