Vidas secas

Vidas secas Graciliano Ramos




Resenhas - Vidas Secas


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ana :) 01/05/2021

Na obra literária ?Vidas Secas? Graciliano Ramos apresenta a realidade vivida pelos retirantes no sertão nordestino: pobreza,seca e miséria.
A história inicia-se com Fabiano e sua esposa,Sinhá Vitória, retirando-se de sua casa junto com seus filhos,em razão da grande seca que assolava o sertão nordestino. A partir dessa retirada,o enredo tem abertura,desenvolvendo uma história bonita e triste,com diversos ensinamentos e críticas sendo feitas. A exploração que o trabalhador sofre,a miséria e os reflexos de tais conjunturas no homem são exemplos de temas trabalhados por Graciliano nesse romance regionalista e modernista da década de 30.
Marques 02/05/2021minha estante
cachorra baleia D:

um dos momentos mais tristes da literatura nacional


ana :) 02/05/2021minha estante
essa parte me deixou super triste :(((((




Cris 18/07/2022

Um livro doído e que fica entalado na garganta...
" - Não se ouvia um berro de res perdido na caatinga."

'Vidas Secas' de Graciliano Ramos foi publicado em 1938 e traz em seu enredo os dissabores de uma família nordestina em fuga. Fabiano, sua esposa a sinhá Vitória, seus dois filhos anonimamente chamados de menino mais velho e menino mais novo e a cachorrinha Baleia decidem deixar sua terra natal em busca de uma vida melhor longe da causticante seca. No meio do caminho avistam uma fazenda, aparentemente, abandonada e por lá se acomodam achando que as coisas pudessem melhorar ... acharam eles.

Ler 'Vidas Secas' foi uma tarefa difícil, tanto pelos dizeres bem regionais, tanto por sua miséria imposta em todas as páginas; páginas estas bem poucas em quantidade mas infinitas em sofrimento e injustiça. Foi doloroso de ler vidas tão secas e expostas a situações de extrema escassez.

Narrado em 3ª pessoa, Graciliano Ramos esmiúça todo o desespero do vaqueiro Fabiano e sua sinhá atrás de uma vida no mínimo humana... eles não esperam conforto, buscam um teto, simples assim. Dividido em minúsculos treze capítulos conhecemos, torcemos e ao final choramos ao ver que a história termina da mesma forma que começa, sem destino e em vias de. Cabe a nós e a eles manter a esperança por dias melhores.

Há quem diga que para um melhor entendimento da história é preciso ser nordestino ou estar inserido num contexto geral, eu discordo pois bem sabemos os agravantes da caatinga. Acho também que ler livros assim nos ensina a agradecer e a olhar por cima do nosso muro. Infelizmente, há muitos Fabiano's e muitas sinhás por aí, os infortúnios descritos no livro são e não são tão ficcionais assim.

Indico a leitura sem dúvidas, tenho para mim que todo clássico deve ser lido independentemente de qualquer razão ou até mesmo desculpa. Claro que às vezes a experiência pode não ser bacana e muito agradável, afinal, o leitor é exposto a uma época e uma cultura completamente diferente, no entanto, sempre se tira algo como lição. Sempre é valioso! 'Vidas Secas' por exemplo me deixou como mensagem o que é ser resiliente em seu mais sincero e doído significado, também me ensinou a nunca perder a esperança... um dia tudo irá melhorar.

" - E talvez esse lugar para onde iam fosse melhor que os outros onde tinham estado."
Douglas Finger 18/07/2022minha estante
Parabens pela resenha!


Cris 18/07/2022minha estante
Obrigada, Douglas. ??




Vitória Marcone 27/02/2020

Como eu amei esse livro
Graciliano me levou de volta para o sertão, para as recordações de meus avós e suas histórias de antigamente.
O cenário de Vidas Secas me fez lembrar como essa é a realidade de muitos, que sobrevivem apesar das situações tão adversas e que mantém a fé e a esperança de dias melhores.
De forma poética, ao mesmo tempo, triste e bela, o autor retrata coisas que são tão nossas. Nos faz ver as cenas e enxergar a vida sob sua perspectiva.
A realidade da seca, da pobreza, as dificuldades. A falta de acesso à educação, à moradia, a condições de vida. Uma realidade tão sofrida e que ainda está presente em tantas famílias.
O autor consegue preservar a esperança, mesmo falando de uma realidade tão sem perspectivas. E faz críticas ao abuso de autoridade, ao governo, a religião, a sociedade, e até mesmo a linguagem.
Nos faz refletir sobre sonhos, prioridades, necessidades. Nos faz refletir sobre a vida.
A dor, o sofrimento, a morte... são tão bem representados por Graciliano. Ele transforma a tristeza em poesia.
O autor relata um mundo de opressão, de negação de direitos, de condições precárias de vida, mas tudo isso de uma forma que preserva os sonhos e esperanças de um futuro melhor.
Os capítulos do livro são independentes e o autor coloca, em algum momento, os principais personagens da estória como protagonistas. O que nos possibilita ver diversos pontos de vista, nos mostrando a percepção da mulher, das crianças, dos bichos... Esse olhar para várias percepções de uma mesma realidade amplia nossa compreensão e é um dos pontos que mais gostei no livro.
Everton Vidal 28/02/2020minha estante
Demais!!!


Vitória Marcone 28/02/2020minha estante
Gratidão! Esse livro foi pra lista dos favoritos :)




helenaslodk 06/01/2023

Não é uma leitura fácil. Não por que a escrita é difícil ou rebustada, mas por que se fala da fome; da vontade do homem de viver dignamente, mas não podendo. E é triste se pensar que um livro antigo representar ainda o presente, não me admirando que várias vezes se compara o homem como um bicho que tenta sobreviver, querendo o mínimo. A parte da Baleia eu já sabia pois recebi esse "spoiler" nas aulas de literatura do ensino médio, e esse capítulo e espetacular; onde a gente ve que até os animais tem sede de viver feliz.
NathAlia.Schneider 07/01/2023minha estante
Muito culta amiga


helenaslodk 07/01/2023minha estante
tava a anos querendo ler




NatAlia.Sousa 24/01/2022

Vidas secas é reconhecidamente o mais importante livro de Graciliano Ramos e um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Graciliano Ramos nasceu em 1892, no interior de Alagoas, e cresceu na fazenda do pai antes de se mudar para a capital do estado e, posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar na imprensa. Em 1937, foi preso sob vagas acusações de defender ideologias comunistas. Ao deixar a prisão, procurou trabalho como jornalista em um jornal do Rio de Janeiro. O editor então lhe permitiu publicar um texto curto, e Graciliano escreveu um conto chamado ?Baleia?, sobre o sofrimento e a morte da cachorrinha de uma família de retirantes sertanejos. O conto fez sucesso e o jornal encomendou outros no mesmo estilo. Graciliano produziu então um conto para cada membro da família: o pai, a mãe e os dois filhos. Nascia assim Vidas secas, narrado em terceira pessoa, com treze capítulos que, por não terem uma linearidade temporal, podem ser lidos fora de ordem, como contos.Lançado originalmente em 1938, Vidas secas retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. O pai, Fabiano, caminha pela paisagem árida da caatinga do Nordeste brasileiro com a sua mulher, Sinha Vitória, e os dois filhos, que não têm nome, sendo chamados apenas de ?filho mais velho? e ?filho mais novo?. São também acompanhados pela cachorrinha da família, Baleia, cujo nome é irônico, pois a falta de comida a fez muito magra.Vidas secas pertence à segunda fase modernista da literatura brasileira, conhecida como ?regionalista? ou ?romance de 30?. Denuncia fortemente as mazelas do povo brasileiro, principalmente a situação de miséria do sertão nordestino. É o romance em que Graciliano alcança o máximo da expressão que vinha buscando em sua prosa: o que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.
Wendel 24/01/2022minha estante
Esse livro é tudo pra mim ?


NatAlia.Sousa 24/01/2022minha estante
Eu também amo esse livro ??




Camila.Souza 24/10/2021

Uau
Comecei a ler "Vidas Secas" de Graciliano Ramos por causa do seu peso em vestibulares e Enem, mas sinceramente essa obra se tornou algo muito além de uma "obrigação" para mim. Uma história extremamente triste sobre uma família que tenta sobreviver no sertão, e são tratados como animais (até por eles próprios, pois eles sempre se comparam à animais). O livro é uma crítica social super forte e explícita, representando a desigualdade, pois em diversos momentos aparecem personagens tentando passar a perna nessa família e tratando eles como inferiores. Como meu objetivo não é dar spoileres apenas vou dizer que esse livro tem um capítulo em específico que foi uma das cenas mais dolorosas e tristes que eu já li.
gabriel 24/10/2021minha estante
Sim! "Aquele" capítulo. Uma das coisas mais dolorosas de se ler.


Camila.Souza 24/10/2021minha estante
Acho que nunca chorei tanto na minha vida kkk




joyce716 02/11/2021

Chorei no capítulo da Baleia? Sim.
Obra simplesmente surreal e que nunca imaginei que me tocaria tanto. As descrições são tão fiéis que eu praticamente me senti fazendo parte da história.
Thaimara 02/11/2021minha estante
AMO esse livro!


joyce716 02/11/2021minha estante
não fui ler com grandes expectativas mas também amei demais!




omanoel 11/04/2021

UMA DAS MAIORES OBRAS BRASILEIRAS
Realmente é uma obra onde nos deparamos com uma história fantástica e ao mesmo tempo, terrivelmente triste. Arrepiei-me em vários momentos ao passar junto com os personagens por tamanhas situações.
Everton Vidal 14/04/2021minha estante
Tremendo livro!


omanoel 14/04/2021minha estante
Muito bom mesmo!




Jasmine 24/12/2021

Impressões gerais de Vidas Secas
O que pode a seca causar nas subjetividades de adultos e crianças, quando nem mesmo a aspereza da vida sertaneja é capaz de dirimir a capacidade de sonhar (com uma vida sem fome e sem sede)? O que torna um homem respeitável? O que é ser homem, afinal? Que semelhanças e diferenças possuem os homens dos animais no contexto da seca?

Não são as aves as maiores inimigas dos outros bichos e homens durante a seca, mas o governo. A suspeição de que há um mundo grande, para além da seca, onde alguém possa ser gente e não bicho e tenha uma cama para estirar os ossos; a esperança; a resistência e a coragem de sonhar, a par do estômago vazio, são os exemplos mais bonitos e comoventes nessa leitura que fiz.

O maior desejo de sinha Vitória era uma ?cama real de couro e sucupira?, para descansar à noite e retomar a disposição para cedo levantar. Os meninos, ?que são só miúdos e não pensam?, poderiam ir à escola e aprender os nomes das coisas e revelar seus mistérios, as palavras bonitas que falava o seu Tomás da Bolandeira. Mas há a seca, a miséria, a fome, a moléstia da cachorra Baleia, o soldado amarelo, as contas erradas do amo e os juros?

Lembrei de uma música do Chico Buarque, quando vi o impasse de Fabiano entre o desejo de vingança ao soldado amarelo e a obediência ao governo como senso de bondade do homem sertanejo, precisamente neste trecho: ?O que será que será que dá dentro da gente e que não devia, que desacata a gente, que é revelia, que é feito uma aguardente que não sacia?? O sertanejo é mais forte que o governo, sempre foi e será.

Um livro para ler mil vezes!
Alê | @alexandrejjr 05/01/2022minha estante
Excelente texto sobre a tua experiência de leitura! Parabéns!


Jasmine 07/01/2022minha estante
Muito obrigada, Alexandre. ?




SasaSarquis 30/06/2021

Eu diria que é um livro um pouco complexo, o que não é surpresa caso você seja amante de clássicos, mas esse tem uma peculiaridade que não sei dizer ao certo, só que vale muito a pena a leitura.
Ainda não procurei interpretar a fundo, porém já percebi que os personagens são bem profundos (dá pra dar uma viajada legal e tentar analisar cada um).
Enfim, foi muito mais do que eu esperava, recomendo!!!
Bia 30/06/2021minha estante
um dos meus clássicos favoritos , a cada vez que lê ele de novo , percebe coisas diferentes


Lucas Vescovi 30/06/2021minha estante
Amei sua resenha




Mirzão 22/02/2018

A desumanização que a seca promove
A história é narrada em terceira pessoa do discurso – direto livre, pois a falas das personagens se misturam com a do narrador; a narrativa é não linear – uma característica da escola modernista; nota-se pela narrativa de Ramos o predomínio do monólogo interior – prosa seca e precisa –, visto que Graciliano criou uma história que buscasse e ainda busca refletir a condição humana por meio dos pensamentos de Fabiano.
“Vidas Secas” é a história de uma família de nordestinos que são explorados pelos “poderosos”. Lendo “Vidas Secas” lembrei, em alguns trechos, do Romance Os Miseráveis – por Victor Hugo, pois este último romance também visa chamar atenção para questões sociais (miséria). Em resumo, pode-se, portanto, inferir que o romance “Vidas Secas” é uma denúncia da miséria que os sertanejos passavam devido o descaso dos poderosos daquela região que história é ambientada.
Gabriel 23/02/2018minha estante
É de tirar o chapéu.


Mirzão 18/04/2018minha estante
Concordo!




Taah 23/11/2016

Sobre VIDAS SECAS
Sempre ouvi falar desse livro por ser uma obra considerada um clássico nacional. E inclusive estudei um trecho dele na escola, coisa que me deixou curiosa sobre o livro, mas devo dizer que me decepcionei um pouco com ele. Achei um pouco parado demais.
Jairbelmino 25/11/2016minha estante
Esse livro, é simplesmente uma.obra prima. Quem viveu no Brasil nos 60,70,80 e noventa sabe muita.bem.a realidade que o escritor descreve com tanta precisão.


Jairbelmino 25/11/2016minha estante
null




Carol 06/10/2022

devaneios
uma palavra que remeteu bastante à obra: devaneio.
essa palavra, e outra: realidade.
a realidade é tão dura que leva ao delírio. todos deliram, ora no passado, ora num possível futuro, num oásis... baleia é a representação disso, "acordaria feliz, num mundo cheio de préas"
até baleia devaneando.
a cólera de fabiano representa a raiva pela falta de dignidade que eles são expostos, é uma cólera que arde, que quer matar e torturar o soldado amarelo
a vida passa de acordo com as manifestações da natureza, a vida acontece na dureza, e cada fase é incerteza de viver
quantas e quantas histórias iguais o sertão já não presenciou...
Isaias 29/10/2022minha estante
Ué kkkk parece que você gostou kkkk então pq deu 0 estrelas?


Carol 25/02/2023minha estante
eu não costumo classificar com estrelas, apenas comentários qualitativos




Lavinia 01/02/2022

sede
Extramamente necessário. Graciliano é único, apresenta diversas críticas em sua obra, não somente sobre a conjuntura do sertão brasileiro e da própria sociedade, critica, também, a forma de escrita. Usando liberdade para mostrar os vários pontos de vista.

Baleia é apaixonante e extremamente sensível, a personificação de humanidade. Magníficas metáforas utilizadas pelo narrador para dar representações dos seres e suas atitudes.

Leitura rápida e reflexiva, muito válida.

Gostaria que todas crianças pudessem crescer em sonhos, cheias de vida e liberdade, a arte é liberdade, que os filhos mais velhos e novos possam disfrutar da vida.
A geógrafa 07/02/2022minha estante
Que lindo! Muito boa a sua resenha. Amei o livro tbm


Lavinia 07/02/2022minha estante
?




Luize 14/06/2017

Vidas Secas foi uma obra que nasceu a partir de um conto entitulado "Baleia". Devido ao enorme sucesso, Graciliano Ramos escreveu outros contos para o restante da família e os transformou nesse pequeno romance. Percebemos que o romance não segue a ordem em que os contos foram escritos e, assim, também conseguimos compreender o protagonismo da cachorra Baleia, já que foi o conto que mais fez sucesso e que inspirou o autor, posteriormente, a escrever Vidas Secas. O livro, portanto, divide-se em capítulos/contos focados em cada membro da família : Fabiano, Vitória, o menino mais velho , o menino mais novo e a cachorra baleia. E segue uma sequência lógica tal que o leitor que desconhece a origem da obra sequer se apercebe que se trata de uma reunião de contos.

Acompanhamos o percurso dessa família de sertanejos em meio à seca, já calejados da vida de miséria e de opressão, mas sempre acalentando o sonho de um futuro melhor .
Fabiano sonha ser respeitado e falar bonito feito seu Tomás, pois o que ele mais deseja é ser compreendido, no entanto não sabe se expressar a tal ponto, vivendo explorado e humilhado, muito embora compreenda que não está direito o modo como é tratado pelos patrões e pelo Estado. Sentindo-se encolhido perante os outros, tolhido por sua falta de jeito com as palavras, Fabiano prefere os bichos às pessoas, pois ele próprio se sente como um bicho.
E em muitas passagens notamos que Graciliano animaliza o personagem, posto que só mesmo feito bicho, desumanizado, o homem sobrevive àquela existência árida. Essa desumanização chama ainda mais a atenção do leitor para a condição miserável do sertanejo:

"você é um bicho, Fabiano. Isto para ele era motivo de orgulho. Sim, senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades"

"Duro, lerdo como tatu. Mas um dia sairia da toca, andaria com a cabeça levantada, seria homem (...) Não , provavelmente não seria homem: seria aquilo mesmo a vida inteira, cabra, governado pelos brancos, quase uma rês na fazenda alheia"

"Era como um cachorro, só recebia ossos. Por que seria que os homens ricos ainda lhe tomavam uma parte dos ossos?"

Por outro lado, os animais são humanizados , com o mesmo intuito: para que o leitor sinta mais a fundo o sofrimento daqueles bichos que também tanto sofrem em meio à seca. Até a cachorra Baleia, enquanto caminha para a triste sina de quem vive no sertão, sonha, ainda no último instante, com uma vida melhor:

"Coitado do cavalo. Estava magro, pelado, faminto. E arredondava uns olhos que pareciam de gente"

"Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia a mão de Fabiano"

Fabiano conforma-se com sua ignorância e com seu destino de sertanejo: " Que fazer? Podia mudar a sorte? Se lhe dissessem que era possível melhorar a situação, espantar-se-ia. Tinha vindo ao mundo para amansar brabo, curar feridas com rezas, consertar cercas de inverno e verão. Era sina. O pai vivera assim, o avô também".

Já Sinhá Vitória não deixa de sonhar com uma cama , igual a de seu Tomás,esse é o seu maior sonho, pois tudo o que ela queria era deixar de dormir em varas, vislumbrando um futuro melhor para si e para seus filhos. À primeira vista parece um sonho pequeno, de tão palpável que é, afinal ela só desejava uma cama, porém a cama, na verdade, representa tudo: ser gente e deixar de viver fugindo da seca, feito bicho, de fazenda em fazenda. A cama simboliza não apenas a dignidade, mas também o fixar-se à terra. Uma metáfora para o sonho de todo sertanejo.

"Por que não haveriam de ser gente, possuir uma cama igual à de seu Tomás da bolandeira? (...) por que haveriam de ser sempre desgraçados, fugindo como bichos?"

O desfecho do livro muito me agrada, porque a narrativa findar como começou, escancara ao leitor a dura realidade: aquelas vidas sempre serão secas, porque o problema é cíclico.
Leonardo.H.Lopes 15/06/2017minha estante
Já tentei ler Graciliano algumas vezes e não rolou. Com essa resenha tive vontade de tentar de novo. Providenciarei meu exemplar.


Luize 16/06/2017minha estante
Espero que dessa vez você goste! E que bom que a resenha serviu como um estímulo a mais :)




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