Resenhas - Xingu: os contos do Tamoin

Sofi 23/04/2021

Xingu:os contos de Tamoin
Livro ótimo, conta comos os índios trabalham e dividem as tarefas na aldeia. Em algumas noites o Tamoin conta algumas histórias. Quem tiver a oportunidade e gostar desse tipo de leitura, leia eu indico.

z..... 12/07/2022

Hoje conheci a Biblioteca Nacional de Brasília, onde dei conferida em dois capítulos dessa obra: "O esturro da onça" e "A força da sucuri".
O atrativo do livro, a priori, são histórias infantojuvenis contadas por Tamoin (avô indígena) valorizando o imaginário. Surpreenderam, pois o livro não se resume nisso, constituindo-se num tratado (ainda que simplificado) da cultura indígena na região do Xingu pesquisada pelos sertanistas Villas-Boas.
Achei interessantes também pelos paralelos que podem ser traçados com o que é preconizado no saber popular. Por exemplo, no folclore estabelecido os respectivos textos possivelmente expressariam terror místico ou histórias de valentia ("As caçadas de Pedrinho", do Lobato, confirma o fato na terrível narrativa de caça à onça), mas no livro as histórias denotam a relação com a natureza em eventos do cotidiano.
Gostei mais do capítulo sobre a sucuri, onde é apresentado ritual de passagem do indígena para a adolescência. Falam muito do isolamento das moças na mídia e o livro relata o (pouco conhecido) ritual de isolamento dos meninos, onde aprendem diversas expressões culturais de seu povo. E a sucuri, onde entra? Muita calma (hein!) atentando para os fatos, verdadeiros segundo os autores. O pai tira um dia para caçar sucuri junto com o filho, que é colocado numa espécie de enfrentamento tipo cabo de força. Dominando-se o animal, este tem um pedaço do rabo cortado (essa parte não curti), sendo transformado em amuleto que colocam na rede do garoto durante os dias de isolamento. Ora pra que? Acreditam que assim herdam a força da sucuri. Será? Bom, assim contou Tamoin...
Rapaz, ia gostar de ler o livro de cabo a rabo!
Oche, a biblioteca tem muitas curiosidades para descobertas...
Fui na sala de quadrinhos (não tem o tanto que imaginava) e das HQs que vi fiquei afinzão de "O Despertar de Cthulhu em Quadrinhos" (Lovercraft adaptado).
Resenha nas férias em Samambaia/Brasília.