A emparedada da Rua Nova

A emparedada da Rua Nova Carneiro Vilela




Resenhas - A emparedada da Rua Nova


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Clio0 09/03/2015

Certo, estava você lá na livraria e como quem não quer nada acha esse livro com um título promissor: A Emparedada da Rua Nova. Ainda meio reticente se surpreende que o livro não apenas faz parte da bancada nacional como tem mais de cem anos... pois é, você poderia ter desistido, mas a curiosidade foi forte demais!

Primeiro de tudo, A Emparedada surpreende pois apesar de fazer parte do gênero folhetinesco, não é e é um livro sobre hexágonos (?) amorosos.

Bem, toda trama tupiniquim é baseada em crimes passionais, e embora o livro tenha isso como justificativa, não é o estilo. Na verdade, a obra de Carneiro Vilela é mais uma crítica social misturada a e não que aqueles dramalhões do início do século.

Violência, luxúria, ingenuidade, torpeza, tudo isso faz parte, mas lembre-se que essa é uma obra de 1900-e-guaraná-de-rolha, assim algumas coisas que hoje são comum, no livro são apenas insinuadas... e outras não.

Outra coisas interessante é notar que Vilela faz um discurso violento quanto a certas instituições como a Igreja Católica, o Estado (enquanto centro de corrupção), a Polícia e mesmo o Jeitinho Brasileiro (que na época não era chamado assim), mas não apresenta realmente personagens vilanescos.
Katia Rodrigues 17/03/2021minha estante
Tinha interesse em ler esse livro há tempos, achava q não era tão bom assim, mas olha sua resenha me instigou. Vou dar uma chance ?




Edualef 12/05/2013

Imperdível
Romance antológico da literatura pernambucana, "A Emparedada da Rua Nova" provoca mais reações pelo título do que pela histórica. Praticamente desconhecido das gerações atuais, o romance de Carneiro Vilella evoca uma lenda urbana centenária no Recife - a da jovem desonrada, que foi emparedada viva pelo pai - como desculpa para descortinar uma sociedade rígida, hierárquica e hipócrita na Recife de meados do século XIX. A história gira em torno de duas famílias abastadas da capital pernambucana - uma aristocrática e outra burguesa - e suas relações carnais e econômicas com outras camadas menos favorecidas da sociedade de então. Em meio a casamentos arranjados, interesseiros de todos os tipos e traições de toda ordem, a história vai se desenrolando numa tensão crescente e sempre mantida para desembocar no final que já está explicitado desde o começo, no próprio título da obra, mas nem por isso menos chocante.

No estilo de folhetim em que foi escrito o livro, mais do que as raízes de nossa sociedade, é possível também reconhecer o DNA das nossas novelas atuais. Escrito originalmente em capítulos, que saíram entre 1909 e 1912 no Jornal Pequeno, de Recife, era preciso manter viva a atenção do leitor. Para isso, pequenos clímax são constantes durante toda a obra. Os personagens são primeiro pintados com as cores que a sociedade atribuía a cada um deles, para depois serem desnudados em toda a sua corrupção e humanidade. A linha do tempo não é linear, começando por um dos desfechos fatais da história, para depois voltar ao começo dela. Em cada personagem, um foco temporal é aberto e aprofundado em camadas, numa espécie de arqueologia do caráter, para que o leitor passe a entender sua conduta no desenrolar do drama. Da mesma forma, diversos cenários são abertos e deixados em suspense, para depois serem retomados vários capítulos depois e encaixados precisamente na lacuna que faltava da narrativa. Tudo isso dá uma dinâmica e uma carga dramática à história que a mantém atual, seja em enredo seja em formato literário.

Extremamente anticlerical, Carneiro Vilella não perde a oportunidade de criticar a Igreja Católica e de atribuir às crendices perpetradas pelos colégios católicos femininos as causas para fraqueza intelectual e moral das mulheres de então. Na descrição inicial das qualidades morais em voga na sociedade, o autor beira o cinismo - ou pelo menos o que eu presumo que seja - o que para um leitor menos atento pode parecer o elogio à mesma hipocrisia que ele tando denuncia no seu romance.

Lançado em livro na década de 30, A Emperadada da Rua Nova só ganhou edição nova em 1984, através da Fundação de Cultura da Cidade do Recife; e em 2005 por uma iniciativa de Lucilo Varejão Filho, então presidente da Academia Pernambucana de Letra. Todas as suas edições com pouca tiragem, todas as suas edições esgotas. Lamentável portanto que um livro tão fundamental para literatura Pernambucana esteja tão longe dos leitores pernambucanos.
Jô Santos 22/04/2021minha estante
Sua resenha está maravilhosa! Acabei de conseguir o ebook gratuito na semana do livro na Amazon e estou com muita vontade de ler.




Nobr3s 17/10/2021

A história em si é interessante, e começa com a descoberta de um corpo e uma investigação. inicialmente o corpo é identificado como sendo de um estrangeiro polonês, mas logo se descobre que há muito mais por trás desse crime.
Quando estava lendo lembrei um pouco das obras românticas de José de Alencar, com personagens exageradamente apaixonados, mas também lembrei dos personagens do livro O cortiço de Aluísio de Azevedo, que traz mais um pouco de "depravação".

A emparedada da rua Nova
começa bem lento, mas desenrola lá pela página 90. Os personagens são bem caricatos e bem construídos. É interessante também o linguajar utilizado na época, sou do nordeste e diversas expressões usadas no livro(publicado em 1909) ainda são comuns nos dias de hoje. O autor é extremamente descritivo e trabalha bem a fundo cada personagem e suas respectivas tramas.

A primeira parte foca mais no acobertamento de um crime que pouco se sabe como aconteceu e é bem mais instigante que a segunda parte, que apresenta novos personagens suas descrições e origens e tbm o surgimento de um romance. O autor se demora bastante nessa parte deixando um pouco de lado o mistério inicial e vai construindo aos poucos todos os acontecimentos e circunstâncias que culminaram no crime citado no título.
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Rene.Guimaraes 22/02/2024

Na luta de Desejos x Honra quem vence?
Suspense, Sinistro, Tenso, ótima escrita, personagens muito bem trabalhados.

Tenho certa dificuldade de descrever sobre uma obra tão brilhante, conduzida por uma narrativa em terceira pessoa de uma forma que nos guia a sociedade pernambucana do século XVIII, quando o Brasil era dominado pela burguesia portuguesa, escravidão, sociedade altamente religiosa, preconceituosa e machista.

Esse livro trata de temas como vingança, ganancia, desejos proibidos, crueldade, violência de uma forma que te prende.

Essas escritas de folhetins fazem com que o autor mantenha a história viva e empolgante com bastante plot twists, no entanto só não dou 5 ? porque ficou evidente pra mim que ele não soube terminar o romance no seu auge, perdeu o time, quis continuar e até concertar depois mas ja era tarde.

Se vale a pena ler? Com toda certeza, foram quase 15 dias que valeram cada minuto.

Pretendo futuramente ler outro livro de Carneiro Vilela.

Made in Brazil ??
Deivid53 22/02/2024minha estante
Realmente é uma excelente leitura... preciso reler novamente, li faz alguns anos....


Rene.Guimaraes 23/02/2024minha estante
Boa releitura amigo ??


Fabrício Lôbo 07/04/2024minha estante
Acabei de acabar a leitura e também sou só elogios, e concordo muito com o ?perder o tempo certo pra acabar?. Talvez pudesse recorrer a outros meios pra concluir a obra fugindo do óbvio. Mas é um baita livro!

Já dois outros livros do autor publicados e disponíveis pra venda: o esqueleto e cartas sem arte. Quero ler mais dele




Ed.Costa 11/08/2021

Instigante...
O livro narra um crime verídico, ocorrido na cidade de Recife, no século XIX, onde um rico comerciante, após descobrir que sua única filha, solteira, teve um relacionamento afetivo com um homem e, como consequência, engravida.
Possesso com o estado da moça, perde a cabeça e a empareda viva...
Depois disso, vai para a Europa, retornando anos depois, residindo na casa com a filha morta, cujo corpo estava sepultado em uma parede...
O pedreiro que fora coagido a construir a parede faz a denúncia às autoridades competentes, porém, seu relato fora considerado inverossímil.
É uma narrativa interessante, muito bem construída, de uma história macabra.
O final deixou a desejar... não informou como toda a trama veio à tona.
Mas, é um livro interessante... com uma escrita muito rebuscada.
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Suzana 14/12/2021

Um clássico muito instigante e com linguagem acessível
Leitura muito gostosa. Apesar de ser um livro escrito há mais de cem anos, tem uma linguagem bastante acessível e cada capítulo termina com um gancho para o próximo que deixa o leitor muito curioso (porque o original foi publicado em folhetins ao longo de três anos, então o autor precisava "prender" o leitor para que ele mantivesse o interesse de acompanhar a história).

Uma obra muito importante para a nossa literatura e que merecia ter maior destaque ao lado de outras tão populares, como "Memórias Póstumas" ou "Iracema".

Recomendo!
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Rebeka 21/11/2022

A emparedada da Rua Nova
No início foi uma leitura complicada pois o autor usa uma linguagem intricada e expressões muito antigas, o que me fez voltar a leitura várias vezes para entender.

A história se passa no século XIX e foi escrita em formato de folhetim para um jornal recifense no início do século XX. O livro é dividido em três partes e retrata a sociedade aristocrática pernambucana, ilustrando seus costumes, desejos, hipocrisias e o que se é capaz de fazer em nome do amor ou da honra.

Acredito que pelo formato que ele foi publicado, o autor se perde no final de alguns capítulos, interrompendo a história e retomando esse gancho muitos capítulos depois, fazendo necessárias recapitulações que de certa forma interrompem o fluxo da narrativa.

Foi uma experiência totalmente diferente e imersiva, ler uma história que se passa na cidade em que se vive, diferente de imaginar as paisagens e cenas, foi como caminhar pelas minhas próprias lembranças das ruas e dos lugares junto com os personagens e ainda conhecer edifícios e ruas que ficaram no passado.

Para quem gosta de história e gostaria de conhecer um pouco do Recife, vale a leitura.
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J_Piexak 26/04/2020

Um cadáver é encontrado em um engenho no interior de Pernambuco.
A partir desse fato o autor começa a narrar os acontecimentos anteriores ao crime e as suas consequências.
Um estrangeiro chega à região e acaba por seduzir 3 mulheres de famílias distintas da alta-roda, gerando uma série de acontecimentos fatídicos.

A forma com que o autor muda o tempo da narrativa e o enfoque dos personagens colabora pra manter o tom de mistério, mantendo a curiosidade pra saber oque vai acontecer depois.
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Manu 18/01/2022

Suspens? Exposto?
O livro em si é o próprio spoiler, mas, diria que este livro com linguagem totalmente típica e pitoresca do local e seu tempo, deixa a desejar no suspense e entrega muito no romance e espírito aventureiro, o livro é demasiadamente longo e não tem um desfecho concreto, por este motivo avaliei com quatro estrelas.
O livro expõe e muito a opinião pessoal do escritor quanto a questões polêmicas até para os dias de hoje como a religião, quem lê este livro deve se acostumar ao enfado, deve se acostumar as nuances do erótico sem poder se excitar, deve se acostumar a fofoca pela metade, enquanto o livro perde muito tempo com detalhes paisagistas e comportamental , deixa em aberto diversos trechos da trama como no caso da carta de Josefina a Leandro.
Por fim exponho o raciocínio original e atemporal do escritor, guardado os detalhes acima citado, recomendo este livro para quem gosta mais de romance do que suspense.
bia_rubens 20/01/2022minha estante
Assumo que parei ele na metade, perdi o foco


Manu 20/01/2022minha estante
Kkkk por questão de honra eu terminei, mas fiz a resenha pra expressar a leitura, deixou a desejar? mas é muito antigo o livro, dei um desconto!


bia_rubens 20/01/2022minha estante
eu ainda abandonei ele oficialmente, mas to quase




Henrique_ 24/04/2022

As circunstâncias de um crime
De fato, o que leva o leitor a se debruçar nas páginas de "A emparedada da Rua Nova" é a curiosidade em saber dos eventos que levaram a tão chocante e inusitado crime. No Recife do início do século XX a honra e o orgulho ferido falam mais alto. E, para além do crime, temos personagens fortes, cujas histórias de paixão e rompantes se entrelaçam para o fatídico desfecho. Sim, temos muitos rompantes, febres de amores proibidos, traições, intrigas e reviravoltas. O caráter folhetinesco prende a atenção do leitor que, não raro, quererá maratonar vários capítulos. Por outro lado, a leitura a conta-gotas pode ajudar a apreciar as idas e vindas que o autor nos proporciona para entendermos melhor as condutas das personagens. A narrativa é bem escrita e é uma ótima oportunidade para se ampliar o vocabulário, mas, vou ser franco, é cansativa pela erudição e prolixidade.
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EduardoCDias 03/04/2020

Lenda ou realidade
Recife, meados do séc. XIX. Portugueses e suas famílias tradicionais dominam o comércio. Mas segredos familiares destroem a paz, a honra e a moral. Um ritmo alucinante no final que destrincha uma das histórias mais cabeludas que já vi. O final é digno de filme de terror. Mostra a que atitude pode chegar um homem tentando defender sua honra. Chocante!
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Jéssica 18/06/2021

Magnífico!
Ambientado na Recife do século XIX, A emparedada da Rua Nova relata a história de uma jovem burguesa que engravidou do seu namorado e, por isso, foi emparedada viva por seu próprio pai para esconder o que seria a "vergonha familiar". Acho que isso é o máximo que posso relatar sobre a história desse livro, sem dar spoiler. Esse, talvez seja o principal acontecimento da obra, mas até chegar a ele, minha gente, passamos por tanta coisa: romance, mistério, suspense, assassinatos. É eita atrás de eita 🤯🤯

A emparedada da Rua Nova é uma lenda urbana recifense e até hoje motivo de polêmicas e mistérios. Há quem diga que o crime realmente aconteceu e, segundo o neto do autor, no local onde antes havia a moradia dessa família, hoje encontra-se um prédio, de nº 200, na Rua Nova, em Recife.

Carneiro Vilela é extremamente prolixo (e eu tenho pavor de autores assim), mas conseguiu me prender por toda a leitura. Apesar de falar demais, ele tem uma escrita muito fluida e envolvente. A construção e desenvolvimento dos personagens são perfeitos, você consegue se conectar com cada um. É uma leitura muito válida e que, infelizmente não tem o reconhecimento que merece.
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MikaGodoy 23/05/2020

É...
O modo de escrita, com tantas palavras antigas e rebuscadas, uma enrolação desnecessária em algumas partes, faz a leitura um pouco cansativa. Mas a história mostra exatamente como as mentes do patriarcado exacerbado e o pânico destilado pelas igrejas, exaltando como deve-se ter um medo absoluto de um Deus tirânico e vingativo, eram mentes pequenas, cegas, que hoje ainda existem em grande parte da população, colocando a reputação acima da vida. O sentimento que me vem é a revolta, diante de tanta pequenez de mentalidade!
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Breno 26/02/2015

Amores Roubados
Obra que inspirou a minissérie da Globo, como já me era esperado muito melhor do que a versão televisiva, principalmente se formos por em consideração o final de ambas que é completamente diferente um do outro.
Carneiro Vilela além de nos trazer uma brilhante história, mistura de ficção com fatos reais, nos apresenta toda uma sociedade pernambucana do século XIX, fazendo a admiração dos interessados no assunto socieconômico de nossa história.
Além de nos prender com uma escrita fascinante, incorporando-nos com seus personagens reais ou fictícios.
Indico à todos os interessados em nossa cultura popular, aqueles quem a curiosidade bate de imaginar como seria o cotidiano e as relações de dois séculos passados.
Com toda a certeza tornou-se um dos meus livros favoritos!
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rayssagurjao 01/06/2021

A aristocracia pernambucana no século XIX
A Emparedada da Rua Nova é um romance que se passa em Pernambuco no século XIX. O título diz muito das resoluções do livro, mas pouco sobre a narrativa rica do escritor que utilizou-se de linguagem própria ao seu tempo e dos modos de vida das pessoas, principalmente do Recife para escrever linhas sobre amores, dinheiro, honra e crimes.

A obra possibilita um transporte para a época de sua escrita e a imaginação de como era a cidade e a sociedade naquele período, além de por seu caráter folhetinesco, apresentar muitos pontos culminantes e uma efeverscente curiosidade.

A leitura é para ser feita aos poucos, é demorada e provoca nossa mente. É uma importante obra da literatura brasileira e deveria ser reeditada ou divulgada de forma mais contundente, posto ser um deleite para a mente, apesar das trágicas questões e violências de que trata.
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