Léo 25/05/2020
Pequena resenha
John Stuart Mill, célebre filósofo da corrente utilitarista, escreve, em 1869, esta obra: a sujeição das mulheres. A primeira pergunta a ser feita acerca desta obra é: até que ponto um homem consegue falar da sujeição das mulheres, tendo em vista que ele não é vítima desta opressão? Pelo menos, foi o meu primeiro questionamento ao ter o livro em mãos. Será mesmo que o Mill traduz o sentimento de opressão vivido pelas mulheres nesta obra? Eu, como homem, não consigo responder esta pergunta. Enquanto leitor em busca de entender a filosofia, a ética e a lógica na escrita no Mill, compreendo que este não tenta, em absoluto, trazer o sentimento de opressão sofrido pelas mulheres e isso fica mais evidente na defesa do filósofo contra o sistema de opressão, pois este entende que a sujeição de um gênero a outro é um empecilho para o desenvolvimento social. Ou seja, a crítica do Mill está pautada na noção de liberdade tendo em vista apenas o desenvolvimento social e como este desenvolvimento torna-se eficiente a partir da igualdade dos gêneros de serem livres.
Tendo isto em vista, o Mill argumenta que nenhuma situação de opressão é natural e nem deve ser perpetuada, afinal ele deseja "a maior felicidade para o maior número de pessoas possível".
No mais, vale dizer que a obra tem uma progressão lógica que vai tornar as ideias do filósofo mais evidentes.
Temas abordados: casamento, natureza humana, sufrágio, liberdade comercial, liberdade individual, família, entre outros.
P.S- Pode-se dizer que, mesmo com uma visão mais a frente do seu tempo, o Mill ainda assim argumenta alguns pontos que deixam uma pulga atrás da orelha. Mas não esqueçamos que ainda é um pensador do século XIX.