_vspetrus 16/04/2014
Molasar ou Rasalom...
Resenha pertencente ao blog Sobrevivendo à Noite
"Quando um esquadrão de elite da SS alemã é enviado para solucionar as mortes de soldados de um destacamento do exército alocado num pequeno forte situado nos alpes da Transilvânia, seus homens descobrem algo terrível. Invisível e silencioso, o inimigo escolhe uma vítima por noite, deixando cadáveres mutilados e aterrorizando suas futuras vítimas. Apavorados, os nazistas desconhecem o terror que despertaram quando se estabeleceram no fortim."
Venhamos e convenhamos isso é de se chamar a atenção: trazer um horror antigo para uma civilização atual. Atual entre aspas, pois o período em que a história se passa é no auge da Segunda Guerra Mundial, 1941. Se o livro fosse atual, século 21, eu até poderia dizer que é um dos autores que está limpando a imagem dos vampiros, mas como não, digamos que foi um dos que criou uma personalidade medonha para este ser.
"— Preferimos chamá-los de campos de recuperação. Os romenos não dispõem de instalações assim. A minha missão é corrigir tal deficiência. Gente de sua espécie, mais os ciganos, os franco-maçons e outras escórias humanas serão tratadas no campo que irei instalar em Ploiesti."
Temos então um panorama geral da Segunda Guerra. Não apenas a rixa entre o Eixo e os Aliados, mas tudo que o que foi feito nesse períodos. Os campos de concentração e extermínio, as ofensivas em geral, as mudanças sociais, econômicas e militares, as ações do próprio Hitler. Além disso, o autor nos dá uma aulinha de história em relação a cultura cigana, romena/valáquia e até mesmo sobre o próprio período histórico em questão.
O cenário não poderia ser o mais propício para a história. Ao invés de nos apresentar os horrores do vampiro numa cidade ou um bairro - como Stephen King fez em A Hora do Vampiro -, Paul Wilson em nenhum momentos dos leva para outro lugar além do fortim. E nos leva, mas apenas para voltar logo em seguida. Imagine um local onde a escuridão é quase parasita, afastada de toda a civilização. Um lugar feito de pedra fria, no alto de uma montanha... lugar próprio para os terrores que os soldados vivem. Além do que, o autor foi competentíssimo ao criar a atmosfera de suspense e terror. Cada ação é detalhada ao máximo para criar a ansiedade no leitor e no auge da cena, nos surpreendemos, mesmo sabendo o que iria acontecer.
"Fizera 41 anos no mês anterior. Acompanhara a ascensão de Hitler desde as manifestações nas cervejarias até sua nomeação para Chanceler, até o endeusamento. Jamais simpatizara com ele."
Até do panorama história, vemos o panorama bélico. Como assim? Vemos o lado dos guerrilheiros, vemos o que acontece nas guerras - claro que como algo literário e não real. Vemos os interesses dos soldados a ir para a guerra, seus arrependimentos, seus sonhos no campo de batalha, os horrores que eles veem. Enfim, tudo isso caracteriza fortemente o perfil de cada um dos personagens apresentados na obra.
Em falar de personagens, o autor soube muito bem como inserir cada um deles no decorrer da obra. Apresentando-nos uma história convincente, um psicológico bem estruturado, juntamente como a explicação para cada uma de suas ações. Além deles serem bem desenvolvidos com o passar das páginas. A evolução de cada um deles é incrível. Pelo menos da maioria deles.
Para falar a verdade, a única coisa que me decepcionou foi o final. Eu senti que ficou faltando contar muita coisa, mas talvez isso seja só impressão minha. Duas informaçõezinhas sobre o livro:
• Primeiro volume da série "Ciclo do Inimigo", juntamente com O Sepulcro, O Toque Mágico, Renascido, Represália e Nightworld;
• Em 1983 foi lançada uma adaptação com o nome "A Fortaleza Infernal" (?), dirigida por Michael Mann. Infelizmente não consegui encontrar o trailer, mas no Youtube você pode assistir o filme completo.
site: www.sobrevivendoanoite.blogspot.com