Rangel 15/12/2009
A união político-científica
O livro “Ciência e Política: duas vocações” de Max Weber, publicado pela Editora Cultrix, São Paulo, 1968, 124 p., aborda sobre a fundamentação da sociologia contemporânea e sua contribuição metodológica, a racionalidade, a ética do cientista e a ética da responsabilidade política do Estado. O trabalho em si precisa dos seus instrumentos de trabalho, como uma grande empresa universitária capitalista. A vocação científica propriamente dita é a especialização do domínio da ciência fazê-la paixão, com intuição, inspiração, experiência pessoal e com sua devida significação. Dominar tudo pela provisão é o essencial da intelectualização como seu processo de fragmento do processo científico. Fazer indagação sobre fenômenos que existem, chega-se a regras e determinados modos por si só se expressarem como fatos, o que se determina as realidades matemáticas e lógicas e se identifica valores culturais. O papel da ciência é dispor o conhecimento e permitir o domínio técnico da vida por meio da previsão das coisas exteriores com clareza, prática, objetividade e sacrifício do intelecto. O conceito político do Estado está na sua exclusividade, tendo meio a coação física, e tem interesses de divisão, conservação e transferência de poder com relacionamento-fim de dominação e com a devida legitimidade. O poder é tradicional (patriarcal ou senhorio), carismático (dom pessoal e extraordinário, como de um profeta e de um guerreiro eleito), legalista (válido por um estatuto nas regras para obediência como um servidor do Estado), Estado-maior (magistrados) e Estado-privado (empresa capitalista). Vive-se de política ou vive para política o oportunista e o vocacionado. O constitucionalismo unificou a política no Estado evoluído. Os políticos profissionais são os que prestam serviços públicos e se comprometem pela atividade política que exercem. Os letrados em humanística pensam o Estado nos valores diplomáticos. O rei seria um político burocrático, no seu exercício de poder. Os patrícios aristocratas são exemplo daqueles que assumiram funções por interesse de poder social. E os juristas são o que estruturam a política de forma racional. Portanto, deve-se haver uma responsabilidade social. O jornalista político pelo exercício da sua função profissional é um demagogo por isso. O empreendedor capitalista geralmente se torna o condutor “boss” dos políticos, influenciando-os nas suas atividades de acordo com seus interesses. Um presidente da república e a separação dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário como é o caso dos Estados Unidos é um exemplo de Estado político. As organizações políticas geralmente têm caráter comercial. A vaidade é o pecado que todo político comete, que lhe acomete erros e equívocos nas suas ações. A ética e a política se confrontam no seu dinamismo. A violência legítima do Estado para se impor é aquele que está convencido de que não se abaterá pelo mundo, acreditando sem ser estúpido ou mesquinho, na sua vocação política, o que o faz despeito de tudo. A idéia central do livro é fazer uma análise vocacional da ciência e da política. Os objetivos do autor são com claros, com organização clara e lógica, com algumas consistências em lacuna. O padrão organizacional é em partes e a importância da obra é de valor clássico para as ciências políticas, na sua fundamentação teórica. A problematização do tema e seu referencial teórico contempla a união da ciência e da política, enquanto valor na área das ciências humanas. O público-alvo é mais para o meio acadêmico, com linguagem formal e cerimonioso. Os pontos fontes na argumentação é quando se menciona sobre a vocação pessoal do cientista e do político. Há poucas citações, mas o autor faz um bom uso delas. Os resultados são claros, e a conclusão é memorável e convincente. O texto é mais ilustrativo do que didático, e o estilo do autor é científico discursal.