Resenhas - O cotidiano e a história

Pequod.3 18/10/2023

Heller argumenta que o cotidiano não é apenas série de atividades mundanas, mas um campo fértil para a compreensão da dinâmica social e histórica, destacando ações e escolhas individuais no cotidiano sendo influenciados por estruturas sociais e históricas mais amplas no decorrer da história. O que temos aqui é uma defesa da importância de examinar como as escolhas individuais, muitas das vezes parecendo insignificantes, na verdade possuem repercussões em uma escala muito maior.

Questões como alienação no cotidiano moderno e a necessidade de reflexão critica sobre nossa práticas diárias, de acordo com o livro, a reflexão filosófica e a consciência do papel do cotidiano na construção da história podem nos ajudar a evitar a alienação e a compreender melhor a sociedade em que vivemos.

Agnes Heller oferece uma análise profunda da interação entre o cotidiano e a história, o leitor é levado a olhar além do superficial, questionando as normas sociais e a reconhecer o impacto de nossas vidas cotidianas na história, embora o livro possua conceitos complexos, a mensagem central é acessível a todos; as ações diárias e sua importância, sendo a história um reflexo das nossas escolhas, sendo importante nos lembrarmos que somos agentes ativos na narrativa da humanidade.

Maria :) 10/09/2023

Heller é complicada, tal qual todes que seguem a linha marxista. Porém suas ideias de Homem Genérico lançam uma perspectiva acerca da cotidianidade que outros teóricos da área não aprofundam: a essência pura que torna todos os indivíduos, no fundo no fundo, iguais e dependentes uns dos outros.

Fernanda.Lopes 29/03/2023

Interessante, mas...
Li o livro para uma mentoria que estou dando. As reflexões são interessantes, mas há algumas falhas importantes nas análises históricas (especialmente do mundo antigo, que às vezes, soa como um mundo de fantasia).

As tentativas da autora de oferecer soluções a alguns problemas da teoria marxista são louváveis, mas ela esbarra em limites que, em certos casos, levam a contradições.

Maria.Fernanda 31/08/2021

Conteúdo
Obra importantíssima para a compreensão da realidade social, com conteúdo denso e terminologia complexa. Indicação para graduandos dos cursos de ciências sociais e ciências humanas, além daqueles interessados no assunto.

Dênis 21/01/2021

Base para compreensão da realidade
Leitura que fundamenta um olhar crítico para a realidade social.

Alexandre.Santos 19/01/2021

Uma importante leitura
Este livro de Heller ainda se encontra de acordo aos postulados mais fundamentais da filosofia Marxiana, pois a autora ainda estava sobre a influência de Lukács e da escola de Budapeste.

O livro traz muitas contribuições substâncias, não só no debate sobre as estruturas que condicionam a vida cotidiana, com também todas as suas contradições e possibilidades, refletindo, ainda, acerca de questões importantes sobre o ser individual-singular e o ser humano-genérico... Sobre os grupos sociais e suas funções... Além de um ensaio no mínimo instigante para se pensar o lugar da ética na filosofia marxista... Entre outras questões da maior relevância.

Sobre o tema, embora tenha tido acesso a outros trabalhos que trata da temática, como o livro de José Paulo Netto e CIA intitulado Cotidiano e Crítica, este livro de Heller constitui o melhor referencial teórico sobre esse tema no campo do marxismo.

Fica a indicação.

Locimar 07/09/2020

"A vida cotidiana não está "fora" da história, mas no "centro" do acontecer histórico: é a verdadeira "essência" da substância social". (p.34)

Na Literatura Selvagem 19/11/2016

O cotidiano e a História, de Agnes Heller
Alguns meses atrás, solicitei o título O cotidiano e a história para resenhar. Não imaginei que levaria tanto tempo para absorver leitura tão densa... Fazia tempo que não me deparava com linguagem acadêmica e foi uma maneira de voltar aos velhos tempos de faculdade...

O livro trata sobre diversas questões acerca do cotidiano na sociedade, a ética no meio social e faz uma verdadeira análise do individualismo que permeia as relações humanas. Natural de Budapeste, Heller foi aluna de Georg Lukács, de quem se tornou assistente e faz referência a alguns de seus estudos ao longo da obra... É integrante da Escola de Budapeste, grupo de pensadores que "dirige-se contra o historicismo subjetivista e versões estruturalistas da filosofia de práxis."

Considero uma obra difícil, voltada mesmo para leitores do meio histórico-acadêmico-social. Karl Marx é citado em boa parte do texto, servindo de base para a estrutura do mesmo. O capítulo inicial aborda a estrutura da vida cotidiana e seus aspectos no social e individual. Heller afirma que a vida cotidiana não é somente heterogênea, mas também hierárquica. Tal hierarquia vai se modificando de acordo com as estruturas econômicas e sociais de sua época.

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