Guilherme.Augusto 21/08/2020
Confraria de loucos! haha
Uma confraria de tolos? Sim. Mais que isso, uma confraria de loucos, com certeza! hahahaha
O enredo gira em torno do nosso querido e ao mesmo tempo insuportável Ignatius Reilly. Um "garotão de 30 anos" que mora com a mãe (até aí tudo bem, qual o problema de morar com a sua velha?). Como tudo nessa vida existe um porém, claro. E este, é que o Sr. Reilly é sustentado pela coitada da sua matriarca, e não mede qualquer esforço para ajudá-la, sequer um auxilio nas tarefas domésticas. Um legítimo zé mané, que não suporta o mundo em que vive e constantemente tem uns arranca-rabo com a sua, digamos, namorada(?), através de cartas, uma mais insana do que a outra.
Olhando assim, parece que a estória tem um aspecto triste ou melancólico. Nada disso. Muito pelo contrário. O autor, com uma comicidade autêntica, retrata as aventuras desse glutão pedante e preguiçoso.
A abordagem é muito engraçada; os diálogos são muito bem elaborados, leves, de compreensão simples e super cômicos. Os caminhos oriundos do personagem principal, tomam uma proporção ampla, envolvendo um mundaréu de personagens, um mais louco e divertido do que o outro.
Um destes é o Jones. Negão desprovido de educação, com seu sotaque caipira e de uma sapiência duvidosa, que, no entanto, só quer ter um emprego decente, que lhe de uma vida mais digna, sem o encalço dos "puliça" na sua traseira.
Não vou aqui citar um por um, afina, são muitos, e cada um com a sua riqueza de detalhes.
Um dos pontos que se vale ressaltar é o detalhe. John Kennedy Toole foi cirúrgico neste quesito. O enredo é plenamente detalhado, divido em capítulos devidamente interligados. Em nenhum momento ficamos perdidos ou entendiados. O plot é sensacional, prende e não te larga mais.
Nota: Devido aos inúmeros personagens, bem como os adjacentes caminhos que o enrendo tece, ficamos sem saber ao certo que final terá a trama. E isso, pelo menos pra mim, é gostoso pra caramba, pois te aguça a imaginar um final, remoendo e criando expectativas.
Nota²: O final não era o que eu tinha imaginado. Não mesmo. Foi uma surpresa boa e me fez perceber que no contexto de tudo, Ignatius só fazia aquilo, só tinha tal comportamento porque no fundo, ele amava sua namorada(?).
Sim, um romance que não é clichê, por fim.