Em busca de sentido

Em busca de sentido Viktor Frankl




Resenhas - Em Busca de Sentido


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Alane.Sthefany 02/05/2022

Em Busca de Sentido - Viktor E. Frankl
No livro Em Busca de Sentido, o autor Viktor Frankl aborda a questão do sentido da vida. Sendo um ex-prisioneiro do campo de concentração de Auschwitz, ele faz um relato da sua experiência e as situações muito difíceis vivenciadas naquele ambiente de dor, sofrimento e privações.

A pergunta que pode vir a todos que lerem esse livro é: como foi que este homem ? tendo perdido toda a sua família, pai, mãe, irmão e esposa, sofrendo de fome, vendo todos os seus valores sendo destruídos, sofrendo todas as misérias, como a fome o frio, a violência, e na espera de ser o próximo exterminado ? conseguiu encarar a vida como algo que vale a pena preservar?

E em meio a tudo isso, ele descobriu sentido em sua vida, mesmo diante de situações e circunstâncias inalteradas, que estavam fora do seu controle, pois nada poderia fazer a respeito, no entanto, mesmo nessa situação, ele poderia fazer algo, não sobre o que estava acontecendo, porém sobre a sua pessoa; em busca de mudar a si mesmo e encontrar um significado e propósito para todos os momentos vivenciados, até mesmo os de sofrimento, na qual contribuiria para a sua transformação como pessoa.

[...]

Dostoievsky afirmou certa vez: "Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento."
(...)
Se é que a vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá. Afinal de contas o sofrimento faz parte da vida, de alguma forma, do mesmo modo que o destino e a morte. Aflição e morte fazem parte da existência como um todo.

A maioria se preocupava com a questão: "Será que vamos sobreviver ao campo de concentração? Pois caso contrário todo esse sofrimento não tem sentido".

Em contraste, a pergunta que me afligia era outra:
"Será que tem sentido todo esse sofrimento, essa morte ao nosso redor? Pois caso contrário, afinal de contas, não faz sentido sobreviver ao campo de concentração."

Uma vida cujo sentido depende exclusivamente de se escapar com ela ou não e, portanto, das boas graças de semelhante acaso ? uma vida dessas nem valeria a pena ser vivida.


Trechos Preferidos ?????

Os sonhos dos prisioneiros

Jamais vou esquecer certa noite em que fui acordado pelo companheiro que dormia ao meu lado a gemer e revolver-se, evidentemente sob o efeito de algum pesadelo horrível. Quero observar de antemão que pessoalmente sempre tive penas de pessoas torturadas por angustiosos pesadelos ou fantasias. Por isso eu já estava prestes a acordar o pobre companheiro atormentado pelo pesadelo. Neste instante assustei-me do meu propósito e retirei a minha mão que já ia despertar o companheiro do seu sonho. Pois naquele momento me conscientizei com muita nitidez de que nem mesmo o sonho mais terrível poderia ser tão ruim como a realidade que nos cercava ali no campo; e eu estava prestes a chamar alguém de volta para a experiência desperta e consciente dessa realidade. . .


A fuga para dentro de si

Mal trocamos alguma palavra; o vento gelado antes de nascer o sol não o permite. Com a boca escondida atrás da gola da capa o companheiro que marcha ao meu lado murmura de repente: "Se nossas esposas nos vissem agora...! Tomara que estejam passando melhor no campo de concentração em que estão. Espero que não tenham idéia do que estamos passando." E eis que aparece à minha frente a imagem de minha mulher.

Quando nada mais resta

Nenhum de nós pronuncia uma palavra mais, mas sabemos neste momento que cada um ainda só pensa em sua mulher. Vez por outra olho para o céu aonde vão empalidecendo as estrelas, ou para aquela região no horizonte em que assoma a alvorada por detrás de um lúgubre grupo de nuvens. Mas agora meu espírito está tomado daquela figura à qual ele se agarra com uma fantasia incrivelmente viva, que eu jamais conhecera antes na vida normal. Converso com minha esposa. Ouço-a responder, vejo-a sorrindo, vejo seu olhar como que a exigir e a animar ao mesmo tempo e - tanto faz se é real ou não a sua presença - seu olhar agora brilha com mais intensidade que o sol que está nascendo. Um pensamento me sacode. É a primeira vez na vida que experimento a verdade daquilo que tantos pensadores ressaltaram como a quintessência da sabedoria, por tantos poetas cantada: a verdade de que o amor é, de certa forma, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana. Compreendo agora as coisas últimas e extremas que podem ser expressas em pensamento, poesia - em fé humana: a redenção pelo amor e no amor! Passo a compreender que a pessoa, mesmo que nada mais lhe reste neste mundo, pode tornar-se bem-aventurada - ainda que somente por alguns momentos - entregando-se interiormente à imagem da pessoa amada.

Os anjos são bem-aventurados na perpétua contemplação, em amor, de uma glória infinita...

Chegamos ao local da obra. "Cada qual busque sua ferramenta!
Cada um pegue uma picareta e uma pá!" E todos se precipitam para
dentro do galpão completamente às escuras para arrebanhar uma pá
jeitosa ou uma picareta mais firme. "Como é, não vão se apressar, seus cachorros imundo

Meu espírito ainda se apega à imagem da pessoa
amada. Continuo falando com ela, e ela continua falando comigo. De
repente me dou conta: nem sei se minha esposa ainda vive! Naquele momento fico sabendo que o amor pouco tem a ver com a existência física de uma pessoa. Ele está ligado a tal ponto à essência espiritual da pessoa amada, a seu "ser assim" (nas palavras dos filósofos) que a sua "presença" e seu "estar aqui comigo" podem ser reais sem sua existência física em si e independentemente de seu estar com vida. Eu não sabia, nem poderia ou precisaria saber, se a pessoa amada estava viva. Durante todo o período do campo de concentração não se podia escrever nem receber cartas. Mas isto naquele momento de certa forma não tinha importância. As circunstâncias externas não conseguiam mais interferir no meu amor, na minha lembrança e na contemplação amorosa da imagem espiritual da pessoa amada.

Naquele momento me apercebo da verdade: "põe-me como selo sobre o teu coração... porque o amor é forte como a morte." (Cântico dos Cânticos 8.6).

Meditação no valo

Absorta em si mesma, a fantasia da pessoa sempre volta a reviver experiências passadas. Mas o que ocupa o pensamento não são as grandes experiências, e, sim, muitas vezes, um fato corriqueiro, as coisas mais insignificantes de sua vida anterior.
Na lembrança nostálgica, elas se apresentam sublimes ao prisioneiro.

(...) gente anda de bonde, chega em casa, abre a porta da frente, o telefone toca; a gente caminha para atender e acende a luz do quarto - são detalhes aparentemente irrisórios como estes que o prisioneiro gosta de lembrar. A doce recordação destes pormenores o comove até as lágrimas!

Joguete do destino

Quem não vivenciou pessoalmente a situação reinante num campo de concentração não faz a menor idéia da radical insignificância a que se reduz o valor da vida do indivíduo ali internado. A pessoa com isso perde a sensibilidade, e no máximo ainda se dava conta desse desprezo pela existência de indivíduos humanos quando se organizavam transportes de enfermos. Os destinados para o transporte, aqueles corpos consumidos, são simplesmente jogados em cima de carretas de duas rodas, puxadas então pelos próprios prisioneiros, quilômetros a fio, em plena nevasca. Se alguém já estava morto, tinha que ir junto assim mesmo. A lista tin?a que conferir! A lista é o principal, a pessoa somente importa na medida em que tem um número de prisioneiro, representando literalmente apenas um número. Viva ou morta - não vem ao caso. A "vida" do "número" é irrelevante. O que está por trás deste número, o que representa esta vida, é menos importante ainda: o destino - a história - o nome de uma pessoa.

(...)
como já mencionamos, todos no campo de concentração há muito já não mais possuíam seus documentos, e cada um se dava por feliz quando podia considerar propriamente seu nada mais que este seu organismo ainda a respirar, apesar de tudo.


Plano de fuga

O sentimento predominante de ser mero joguete, e o princípio de não assumir o papel do destino, mas de deixar ao destino o seu livre curso, tudo isso, e ainda a profunda apatia que se apodera da pessoa no campo de concentração, são fatores que explicam por que ela evita qualquer tipo de iniciativa e teme tomar decisões. A vida no campo de concentração apresenta situações que exigem decisões súbitas e imediatas, e que muitas vezes representam decisões sobre o ser ou não ser. O prisioneiro então prefere que o destino o livre da obrigação de decidir-se.

Esta fuga ante a decisão pode ser muita bem observada quando o prisioneiro precisa decidir se foge ou não. Naqueles minutos (e a cada vez somente podem ser poucos os minutos nos quais precisa tomar a decisão) ele passa por horrível tortura interior: Será que tento fugir, ou não? Devo assumir o risco, ou não?


Irritabilidade

Até aqui descrevemos a apatia, a dessensibilização do íntimo, que toma conta do prisioneiro durante a sua estada no campo de concentração, fazendo a sua vida anímica baixar, de modo geral, a um nível mais primitivo, tornando objeto do destino ou do arbítrio dos guardas, destituído de vontade, tanto que ele acaba cheio de medo de tomar nas mãos o seu destino, ou se?a, de enfrentar decisões. A apatia tem ainda outras causas e não pode ser entendida apenas como mecanismo de autodefesa da alma, no sentido mencionado. Há também causas de natureza fisiológica. É o que vale também para a irritabilidade, a qual, além da apatia, representa uma das mais eminentes características da psique do prisioneiro. Entre as causas fisiológicas estão em primeiro lugar a fome e a falta de sono. Como qualquer um sabe, mesmo na vida normal ambos os fatores tornam a pessoa apática e irritadiça. No campo de concentração, o sono insuficiente se deve em parte aos insetos parasitas a proliferar livremente na mais inconcebível falta de higiene, e à inimaginável concentração de pessoas nos barracões.

(...)

Trata-se de certos "complexos". É compreensível que a maioria dos prisioneiros seja atormentada por uma espécie de sentimento de inferioridade. Antes, cada um de nós havia sido "alguém", ou ao menos julgava sê-lo. Agora, no entanto, é tratado literalmente como se fosse um ninguém.

A liberdade interior

Esta tentativa de descrição psicológica e explicação psicopatológica dos traços típicos com que a estada mais demorada no campo de concentração marca a pessoa parece dar a impressão de que, afinal de contas, a alma humana é clara e forçosamente condicionada pelo ambiente. Na psicologia do campo de concentração, é precisamente a vida ali imposta, e que constitui um ambiente social todo peculiar, que determina, ao que parece, o comportamento da pessoa. Com razão se poderão levantar objeções e fazer várias perguntas. Onde fica a liberdade humana? Não haveria ali um mínimo de liberdade interior (geistg) no comportamento, na atitude frente às condições ambientais ali encontradas? Será que a pessoa nada mais é que um resultado da sua constituição física, da sua disposição caracterológica e da sua situação social? E, mais particularmente, será que as reações anímicas da pessoa a esse ambiente socialmente condicionado do campo de concentração estariam de fato evidenciando que ela nem pode fugir às influências desta forma de existência às quais foi submetida à força?
Precisa ela necessariamente sucumbir a essas influências? Será que ela não pode reagir de outro modo, "por força das circunstâncias", por causa das condições de vida reinantes no campo de concentração?

Podemos dar resposta a esta pergunta tanto baseados na experiência como em caráter fundamental. A experiência da vida no campo de concentração mostrou-me que a pessoa pode muito bem agir "fora do esquema". Haveria suficientes exemplos, muitos deles heróicos, que demonstraram ser possível superar a apatia e reprimir a irritação; e continua existindo, portanto, um resquício de liberdade do espírito humano, de atitude livre do eu frente ao meio ambiente, mesmo nessa situação de coação aparentemente absoluta, tanto exterior como interior. Quem dos que passaram pelo campo de concentração não saberia falar daquelas figuras humanas que caminhavam pela área de formatura dos prisioneiros, ou de barracão em barracão, dando aqui uma palavra de carinho, entregando ali a última lasca de pão? E mesmo que tenham sido poucos, não deixam de constituir prova de que no campo de concentração se pode privar a pessoa de tudo, menos da liberdade última de assumir uma atitude alternativa frente às condições dadas.

(...) uma decisão da pessoa contra ou a favor da sujeição aos poderes do ambiente que ameaçavam privá-la daquilo que é a sua característica mais intrínseca - sua liberdade - e que a induzem, com a renúncia à liberdade e à dignidade, a virar mero joguete e objeto das condições externas, deixando-se por elas cunhar um prisioneiro "típico" do campo de concentração.
(...)
Aquilo que sucede interiormente com a pessoa, aquilo em que o campo de concentração parece "transformá-la", revela ser o resultado de uma decisão interior. Em princípio, portanto, toda pessoa, mesmo sob aquelas circunstâncias, pode decidir de alguma maneira no que ela acabará dando, em sentido espiritual: um típico prisioneiro de campo de concentração, ou então uma pessoa humana, que também ali permanece sendo ser humano e conserva a sua dignidade.
(...)
Dostoievsky afirmou certa vez: "Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento."
(...)
Se é que a vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá. Afinal de contas o sofrimento faz parte da vida, de alguma forma, do mesmo modo que o destino e a morte. Aflição e morte fazem parte da existência como um todo.

A maioria se preocupava com a questão: "Será que vamos sobreviver ao campo de concentração? Pois caso contrário todo esse sofrimento não tem sentido".

Em contraste, a pergunta que me afligia era outra:
"Será que tem sentido todo esse sofrimento, essa morte ao nosso redor? Pois caso contrário, afinal de contas, não faz sentido sobreviver ao campo de concentração."

Uma vida cujo sentido depende exclusivamente de se escapar com ela ou não e, portanto, das boas graças de semelhante acaso ? uma vida dessas nem valeria a pena ser vivida.




A essência da existência

"Viva como se já estivesse vivendo pela segunda vez, e como se na primeira vez você tivesse agido tão errado como está prestes a agir agora."

Parece-me que nada estimula tanto o senso de responsabilidade de uma pessoa como esta máxima, a qual a convida a imaginar primeiro que o presente é passado e, em segundo lugar, que o passado ainda pode ser alterado e corrigido.


[...]


Há um perigo inerente na doutrina do "nada mais que" aplicado à pessoa humana; a teoria de que o ser humano é "nada mais que" o resultado de condicionantes biológicos, psicológicos e sociológicos, ou produto da hereditariedade e do meio ambiente.
Semelhante visão do ser humano faz o neurótico acreditar no que ele já tende a pensar de qualquer forma, a saber, que é um peão passivo e vítima de influências externas ou circunstâncias internas. Este fatalismo neurótico é fomentado e reforçado por uma psicoterapia que nega liberdade à pessoa humana.

Sem dúvida, o ser humano é um ser finito e sua liberdade é restrita.
Não se trata de estar livre de fatores condicionantes, mas sim da liberdade de tomar uma posição frente aos condicionantes. Como eu disse certa vez: "Sendo professor em dois campos, neurologia e psiquiatria, sou plenamente consciente de até que ponto o ser humano está sujeito às condições biológicas, psicológicas e sociológicas. Mas além de ser professor nestas duas áreas sou um sobrevivente de quatro campos - campos de concentração - e como tal também sou testemunha da surpreendente capacidade humana de desafiar e vencer até mesmo as piores condições concebíveis."

"O ser humano é capaz de mudar o mundo para melhor se possível, e de mudar a si mesmo para melhor se necessário."

[Enquanto um chefe no campo de concentração, ajudava os prisioneiros, seja com dinheiro do próprio bolso para comprar medicamentos - já que essas pessoas eram deixadas para morrer a míngua, por significarem gastos "desnecessários" - entre outras coisas que ele fazia, que logo depois os judeus o ajudaram também, agradecendo por tudo aquilo que ele fizera.

Ao passo que um prisioneiro, que viveu o mesmo que eles, fez o oposto.]


Em quarto lugar, porém, deve-se lembrar ainda que mesmo entre o pessoal do corpo da guarda havia sabotadores. Quero mencionar aqui apenas o chefe do último campo de concentração em que estive e do qual fui libertado. Ele era integrante da SS. Após a libertação daquele campo, constatou-se um fato do qual somente o médico do campo - ele mesmo prisioneiro - tinha conhecimento até ali. O chefe do campo dera, em segredo, considerável somas de dinheiro do próprio bolso para que se pudesse arranhar medicamentos para os reclusos na farmácia do lugarejo mais próximo! Essa história ainda teve um epílogo. Após a libertação, prisioneiros judeus esconderam esse homem da SS das tropas americanas e declararam a seu comandante que o entregariam única e exclusivamente sob a condição de não se tocar em um fio de seu cabelo sequer. O comandante das tropas americanas deu-lhes então a sua palavra de honra como oficial militar, e os prisioneiros judeus lhe apresentaram o ex-comandante do campo.
O comandante das tropas reintegrou esse homem da SS em seu cargo de comandante do campo, e ele organizou então para nós coletas de gêneros alimentícios e de agasalho entre a população dos vilarejos circunvizinhos.

Em contrapartida, o preposto justamente daquele campo, prisioneiro ele mesmo, foi mais brutal que todos os guardas SS do campo juntos.
Batia nos prisioneiros quando, onde e como pudesse, ao passo que o chefe não levantou o punho sequer uma vez, ao que eu saiba, contra qualquer dos "seus" prisioneiros.

Daí se deduz uma coisa. Afirmar que alguém fazia parte da guarda do campo de concentração, ou que foi prisioneiro no campo não quer dizer nada. A bondade humana pode ser encontrada em todas as pessoas e ela se acha também naquele grupo que à primeira vista deveria ser sumariamente condenado. As delimitações se sobrepõem.

Não podemos simplificar as coisas dizendo:

"Os prisioneiros são anjos, e os guardas são demônios".

Pelo contrário. Contrariando o que de modo geral é sugerido pela vida no campo de concentração, ser guarda ou supervisor e ter uma atitude humana para com os prisioneiros sempre será de certa forma um mérito pessoal e moral. Em contrapartida, é particularmente deplorável a baixeza do prisioneiro que inflige um mal a seus próprios companheiros de dor. É claro que essa falta de caráter é mais dolorosa para os reclusos, da mesma forma como um prisioneiro que é alvo do mais insignificante gesto humano que lhe fizer um integrante da guarda fica profundamente comovido. Lembro-me que um dia um capataz (não-prisioneiro) furtivamente me passou um pedaço de pão.
Eu sabia que ele só podia tê-lo poupado da sua merenda. O que me derrubou a ponto de derramar lágrimas não foi aquele pedaço de pão em si, e sim o afeto humano que esse homem me ofereceu naquela ocasião, a palavra e o olhar humanos que acompanharam a oferta...

De tudo isso podemos aprender que existem sobre a terra duas raças humanas e realmente apenas essas duas: a "raça" das pessoas direitas e a das pessoas torpes.

A vida no campo de concentração ensejava sem dúvida o rompimento de um abismo nas profundezas extremas do ser humano. Não deveria surpreender-nos o fato de que essas profundezas punham a descoberto simplesmente a natureza humana, o ser humano como ele é - uma liga do bem e do mal!

Ficamos conhecendo o ser humano como talvez nenhuma geração humana antes de nós. O que é, então, um ser humano? É o ser que sempre decide o que ele é. É o ser que inventou as câmaras de gás; mas é também aquele ser que entrou nas câmaras de gás, ereto, com uma oração nos lábios.

(...)

O ser humano não é uma coisa entre outras; coisas se determinam mutuamente, mas o ser humano, em última análise, se determina a si mesmo. Aquilo que ele se torna - dentro dos limites dos seus dons e do meio ambiente - é ele que faz de si mesmo. No campo de concentração, por exemplo, nesse laboratório vivo e campo de testes que ele foi, observamos e testemunhamos alguns dos nossos companheiros se portarem como porcos, ao passo que outros agiram como se fossem santos. A pessoa humana tem dentro de si ambas as potencialidades;
qual ser concretizada, depende de decisões e não de condições.

Nossa geração é realista porque chegamos a conhecer o ser humano como ele de fato é. Afinal, ele é aquele ser que inventou as câmaras de gás de Auschwitz; mas ele é também aquele ser que entrou naquelas câmaras de gás de cabeça erguida, tendo nos lábios o Pai-nosso ou o Shem Yisraet.

[...]

É verdade que elas formam uma minoria. Mais que isso, sempre serão uma minoria. E, no entanto, vejo justamente neste ponto o maior desafio a que nos juntemos à minoria. Porque o mundo está numa situação ruim. Porém tudo vai piorar ainda mais se cada um de nós não fizer o melhor que pode. Portanto, fiquemos alerta - alerta em duplo sentido: Desde Auschwitz nós sabemos do que o ser humano é capaz. E desde Hiroshima nós sabemos o que está em jogo.

[...]

(...) ninguém conhece o futuro. Nenhuma pessoa sabe o que talvez lhe ocorrerá dentro de uma hora.

(...) ninguém tem o direito de praticar injustiça, nem mesmo aquele que sofreu injustiça.
Filipe 02/05/2022minha estante
Este livro ? ou melhor, este autor ? figura um dos dez mais importantes que já li. Se eu puder resumir em duas maiores contribuições para minha vida: 1) nele pude compreender a essência da liberdade que vai de encontro ao determinismo: independente das circunstâncias, você sempre será livre para decidir como responder a ocasião: 2) o que ele chama de sentido da vida, eu traduzo como vocação. Aquilo que nasci para ser/fazer, o que só pode ser feito por mim. Não responder a esse chamado seria faltar com a verdade da vida.


Alane.Sthefany 02/05/2022minha estante
Sim !!!!

É encontrar o motivo pelo qual existimos, não estamos aqui pelo mero acaso, somos chamados a existência para cumprir algum propósito, independente de quão transformador ele seja, mesmo que achamos insignificante, podemos mudar muita coisa e por mais que nos sentimos que o que fazemos ou somos, seja apenas uma gota de água em um oceano, ainda assim, fazemos parte desse oceano, e se tal gota viesse a faltar, o oceano seria menor sem ela.

Eu amei a parte que ele aborda sobre as circunstância e o ambiente alterar nosso ser, para o estado de sobrevivência mais primitivo, mas que circunstâncias difíceis, só ressalta o que você é de fato, que mesmo diante de uma situação difícil, alguns (por mais que foi a minoria) agiu de forma ética e digna, que você decide como agir, que você que escolhe qual será a sua atitude em momentos como esse, seja se igualar a um animal, ou ter a oportunidade de fazer algo ou agir de forma heróica.



Parte do livro

Há um perigo inerente na doutrina do "nada mais que" aplicado à pessoa humana; a teoria de que o ser humano é "nada mais que" o resultado de condicionantes biológicos, psicológicos e sociológicos, ou produto da hereditariedade e do meio ambiente.
Semelhante visão do ser humano faz o neurótico acreditar no que ele já tende a pensar de qualquer forma, a saber, que é um peão passivo e vítima de influências externas ou circunstâncias internas. Este fatalismo neurótico é fomentado e reforçado por uma psicoterapia que nega liberdade à pessoa humana.

Sem dúvida, o ser humano é um ser finito e sua liberdade é restrita.
Não se trata de estar livre de fatores condicionantes, mas sim da liberdade de tomar uma posição frente aos condicionantes. Como eu disse certa vez: "Sendo professor em dois campos, neurologia e psiquiatria, sou plenamente consciente de até que ponto o ser humano está sujeito às condições biológicas, psicológicas e sociológicas. Mas além de ser professor nestas duas áreas sou um sobrevivente de quatro campos - campos de concentração - e como tal também sou testemunha da surpreendente capacidade humana de desafiar e vencer até mesmo as piores condições concebíveis."


"O ser humano é capaz de mudar o mundo para melhor se possível, e de mudar a si mesmo para melhor se necessário."


E quando ele disse que tinha um chefe no campo de concentração, que ajudava os prisioneiros, seja com dinheiro do próprio bolso para comprar medicamentos (já que essas pessoas eram deixadas para morrer a míngua, por significarem gastos "desnecessários") e outras coisas que ele fazia, que logo depois os judeus o ajudaram também, agradecendo por tudo aquilo que ele fizera.

No entanto, um prisioneiro, que viveu o mesmo que eles, fez o oposto.


"Em contrapartida, o preposto justamente daquele campo, prisioneiro ele mesmo, foi mais brutal que todos os guardas SS do campo juntos.
Batia nos prisioneiros quando, onde e como pudesse, ao passo que o chefe não levantou o punho sequer uma vez, ao que eu saiba, contra qualquer dos "seus" prisioneiros.

Daí se deduz uma coisa. Afirmar que alguém fazia parte da guarda do campo de concentração, ou que foi prisioneiro no campo não quer dizer nada. A bondade humana pode ser encontrada em todas as pessoas e ela se acha também naquele grupo que à primeira vista deveria ser sumariamente condenado. As delimitações se sobrepõem.

Não podemos simplificar as coisas dizendo:

"Os prisioneiros são anjos, e os guardas são demônios".

Pelo contrário. Contrariando o que de modo geral é sugerido pela vida no campo de concentração, ser guarda ou supervisor e ter uma atitude humana para com os prisioneiros sempre será de certa forma um mérito pessoal e moral. Em contrapartida, é particularmente deplorável a baixeza do prisioneiro que inflige um mal a seus próprios companheiros de dor. É claro que essa falta de caráter é mais dolorosa para os reclusos, da mesma forma como um prisioneiro que é alvo do mais insignificante gesto humano que lhe fizer um integrante da guarda fica profundamente comovido. Lembro-me que um dia um capataz (não-prisioneiro) furtivamente me passou um pedaço de pão.
Eu sabia que ele só podia tê-lo poupado da sua merenda. O que me derrubou a ponto de derramar lágrimas não foi aquele pedaço de pão em si, e sim o afeto humano que esse homem me ofereceu naquela ocasião, a palavra e o olhar humanos que acompanharam a oferta...

De tudo isso podemos aprender que existem sobre a terra duas raças humanas e realmente apenas essas duas: a "raça" das pessoas direitas e a das pessoas torpes.

A vida no campo de concentração ensejava sem dúvida o rompimento de um abismo nas profundezas extremas do ser humano. Não deveria surpreender-nos o fato de que essas profundezas punham a descoberto simplesmente a natureza humana, o ser humano como ele é - uma liga do bem e do mal!

Ficamos conhecendo o ser humano como talvez nenhuma geração humana antes de nós. O que é, então, um ser humano? É o ser que sempre decide o que ele é. É o ser que inventou as câmaras de gás; mas é também aquele ser que entrou nas câmaras de gás, ereto, com uma oração nos lábios.

(...)

O ser humano não é uma coisa entre outras; coisas se determinam mutuamente, mas o ser humano, em última análise, se determina a si mesmo. Aquilo que ele se torna - dentro dos limites dos seus dons e do meio ambiente - é ele que faz de si mesmo. No campo de concentração, por exemplo, nesse laboratório vivo e campo de testes que ele foi, observamos e testemunhamos alguns dos nossos companheiros se portarem como porcos, ao passo que outros agiram como se fossem santos. A pessoa humana tem dentro de si ambas as potencialidades;
qual ser concretizada, depende de decisões e não de condições.

Nossa geração é realista porque chegamos a conhecer o ser humano como ele de fato é. Afinal, ele é aquele ser que inventou as câmaras de gás de Auschwitz; mas ele é também aquele ser que entrou naquelas câmaras de gás de cabeça erguida, tendo nos lábios o Pai-nosso ou o Shem Yisraet.

[...]

É verdade que elas formam uma minoria. Mais que isso, sempre serão uma minoria. E, no entanto, vejo justamente neste ponto o maior desafio a que nos juntemos à minoria. Porque o mundo está numa situação ruim. Porém tudo vai piorar ainda mais se cada um de nós não fizer o melhor que pode. Portanto, fiquemos alerta - alerta em duplo sentido: Desde Auschwitz nós sabemos do que o ser humano é capaz. E desde Hiroshima nós sabemos o que está em jogo.


Letícia 09/05/2022minha estante
Nossa, esse livro tá na minha listinha de desejados.


Alane.Sthefany 10/05/2022minha estante
Letícia, ele é muito bom ???


Barroso 27/05/2022minha estante
Pretendo lê-lo também.


Alane.Sthefany 27/05/2022minha estante
Barroso,

Esse livro é muito bom. Espero que goste ??


Jesimiel 05/06/2022minha estante
Caramba! Preciso ler esse livro com urgência!


Alane.Sthefany 05/06/2022minha estante
Jesimiel,

Garanto que não irá se arrepender, muito bom, principalmente se você gosta de enteder a psiquê humana. ?


Thainá @thaii.limab 23/07/2022minha estante
Eu amei esse livro


Alane.Sthefany 23/07/2022minha estante
Thainá,

Eu também. Muito bom, fiquei tão agoniada lendo os horrores que eles passavam, principalmente psicologicamente ?


skuser02844 13/05/2023minha estante
Eu não gostei muito não sei se foi a idade que eu li mas infelizmente eu o abandonei


Alane.Sthefany 13/05/2023minha estante
Isabelle,

Recomendo que você leia em outro momento, é um livro de psicologia, tente ler os livros de ficção sobre esse tema e futuramente tente novamente esse, que coloca mais o foco na mentes das pessoas que passaram por isso.


Naidee 01/01/2024minha estante
Não estou conseguindo achar aonde baixar, sou iniciante aqui, alguém pode me ajudar ?


skuser02844 02/01/2024minha estante
Naide infelizmente aq é um app pra atualizar metas de leitura e interagia, n tem como ler livros pelo próprio skoob


Ciro 13/04/2024minha estante
Depois de ler este livro aprendi que qualquer sofrimento que a gente passa na vida nunca será e ainda bem que não, ao que ele passou no campo de concentração. Foi muito cruel e aterrorizante.




@aprendilendo_ 02/06/2020

Resenha de Em Busca de Sentido
Publicado em 1946, Em Busca de Sentido trata-se de uma biografia escrita por Viktor Frankl, psicólogo responsável pela criação da abordagem psicoterapêutica centrada no sentido da vida a qual é chamada logoterapia. Austríaco e judeu, o escritor narra sua miserável história durante a segunda guerra mundial, período esse no qual foi separado de sua esposa grávida e preso em um campo de concentração nazista por três longos anos. Nesse contexto, o livro pode ser dividido em duas partes, a primeira, na qual há a retratação do cotidiano tortuoso do autor e a segunda, responsável por explanar as conclusões e teorias tiradas por ele durante tal tempo.

Viktor demonstra cruamente o dia a dia de um preso pela Gestapo, pés e mãos atrofiados por trabalhar no frio, dormir em meio a fezes, comer pouco e quase se matar por um pedaço de pão, espancamentos imprevisíveis e incessantes e tantas outras situações as quais eram comuns. Rapidamente, pela forma bem desenvolvida de contar pelo que passou, a obra consegue fazer o leitor imergir no livro e quase sentir na pele os incômodos descritos. Em consonância com tal atributo, por ser psicólogo, Viktor Frankl não se abstém de descrever a mentalidade e situação emocional própria e dos outros, tanto prisioneiros quanto guardas. Nesse momento, o título é justificado, em um lugar sem expectativas, surge a urgente necessidade de sair em busca de um sentido para persistir lutando pela vida durante tal situação. Desde frieza até negação e violência, somos expostos a diversas formas de lidar com aquela realidade doentia. Por isso, a primeira parte do livro é simplesmente extraordinária, repleta de momentos reflexivos, duros de ler e importantes para entender um pouco mais sobre a vida humana em todos os seus aspectos.

Na segunda parte, nomeada como “conceitos fundamentais da logoterapia”, o autor disserta sobre os usos e bases de sua teoria, abordando diversos temas como neuroses, depressão e amor. Diferente da primeira, essa não é em si um documento biográfico, tem um conteúdo muito mais teórico-científico. Apesar disso, o livro não deixa para trás sua comunicação simples, de forma a ser acessível a qualquer um, mesmo aqueles não familiarizados com a psicologia. Dessa forma, como muitos podem pensar ao descobrir a divisão entre partes, não é formado uma desarmonia entre elas. Pelo contrário, cria-se uma sensação de complemento o qual explica as reflexões e conceitos.

Por esse motivo, com uma linguagem compreensível e um tema necessário, Viktor Frankl é bem sucedido quando propõe o porquê ir atrás de um propósito, acertando em cheio em reflexões sensíveis para a vida toda. Em Busca de Sentido, portanto, mostra-se um livro singular pelas experiências do escritor e extraordinário pelas lições que ele tirou delas.

Para mais resenhas, acesse aprendilendo.com.br

site: aprendilendo.com.br
almeidalewis 04/06/2020minha estante
Muito boa sua explanação ? ( sem demagogias)


@aprendilendo_ 04/06/2020minha estante
Obrigado pelo elogio!


Paula 30/09/2020minha estante
Gostei da resenha! É, sem dúvidas um dos melhores livros q já li.


Biel 12/11/2020minha estante
Parece um livro bem interessante! Obrigado pela resenha! ??


Bru 27/04/2021minha estante
Muito boa sua resenha e o livro é maravilhoso.


Dinho 20/06/2021minha estante
Alguém tem esse livro em PDF?


Bah 28/06/2021minha estante
Os últimos livros que li, foram devido a boas resenhas que li, e esse será um que lerei por conta da resenha que me convenceu de que é um livro que vale a pena ser lido.


@aprendilendo_ 28/06/2021minha estante
Muito obrigado!!


Carol 09/04/2022minha estante
Excelente resenha!




Claire Scorzi 31/03/2021

Deve Haver Algo Mais
Um dos pensamentos a ocorrer-me enquanto lia este livro era esperado, eu imagino: "Se a leitura disto não me fizer mais humilde e mais grata, dificilmente algo mais o fará, a não ser que seja pura obra de Deus". A impressão deixada pelo livro foi assim similar ao que senti lendo "Um Dia na Vida de Ivan Denisovitch" de Aleksandr Soljenítsin.
"Em Busca de Sentido" faz, assim, parte dessa categoria de livros que nos deixam envergonhados - com vergonha da nossa mesquinharia, nossa imaturidade, nossa postura mimada diante da vida, do mundo; temos tanto, e ainda achamos ruim e nos queixamos. Dar de cara com sofrimento autêntico é um tapa no rosto. Merecido.
É também um livro de testemunho onde seu autor esforçou-se por observar, como médico que era, sua situação e a dos demais companheiros, mapeando as fases emocionais/ psicológicas do prisioneiro de campos de concentração. O estupor, a descrença inicial, o terror, a dessensibilização gradual, o desespero, a irritabilidade, o desejo de suicídio, a perda da esperança, o refúgio na vida interior - que, testemunha Frankl, salvou a sanidade de muitos - a grandeza e a degradação de tantos.
Como sobreviver? Como não desistir da vida? Psicólogo que era, o autor analisa as possibilidades e as respostas, não teoricamente, mas com base em tudo o que ele viu e conheceu de perto.
Uma resposta: Não deixe que o horror desta experiência do campo derrote você. Resista. Agarre-se ao que ou a quem faz a diferença para você enquanto pessoa. Para alguns, era o trabalho ainda por realizar, aquele para o qual se sabia vocacionado e dotado para concluir; para outros, a esposa, o filho, os entes queridos que contavam com ele, enfim.
Como cristã que nunca conheceu este horror, só posso dizer com humildade que uma resposta seria perguntar-se: Deus tem me poupado até agora? Sim. Desse modo, sei que Ele ainda tem planos para mim, ainda há algo que Ele deseja que eu faça. Portanto, não posso desistir, porque Deus tem o Seu plano e a minha vida nas Suas mãos. Porém, esta é a resposta verdadeira que digo como cristã que foi poupada. E é dita com humildade, e temor, e tremor.
Pavozzo 31/03/2021minha estante
Infelizmente, o skoob não permite que eu curta a sua resenha infinitas vezes; fica então aqui registrado, apenas, o meu sincero desejo de fazê-lo.


Cris 31/03/2021minha estante
Li pouco tempo após ter lido É isso um homem? - Primo Levi. Socos no estômago...Volta e meia eles me vêem a mente. Também amei sua resenha, Claire.


raissa.pinto.9 31/03/2021minha estante
Resenha perfeita, Claire! lerei este ano, sem dúvidas.


Cinthya4 31/03/2021minha estante
Este livro é incrível e sua resenha foi perfeita.


Kelly Oliveira Barbosa 31/03/2021minha estante
Amém Claire!


@Spreadthereading 31/03/2021minha estante
É exatamente isso! ??????


Claire Scorzi 01/04/2021minha estante
Obrigada a todos vocês que gostaram. Raissa, recomendo de coração agora que li - apenas, não direi que é livro fácil de ler, emocionalmente falando. Cris: Sempre vejo citado esse do Primo Levi, mas acho que não tenho coragem de encarar.


Cruz Santos 14/04/2021minha estante
Comprei-o ano passado. Estou esperando o momento de lê-lo.


Zé - #lerateondepuder 07/09/2022minha estante
Comovente o seu comentário! Melhora ainda mais a expectativa da leitura dessa obra!




Rosangela Max 01/12/2021

Esclarecedor.
O relato da experiência do autor nos campos de concentração é, como há de se esperar, emocionante. Mas todo esse relato serve como base para o assunto da logoterapia.
Saber que nem todo conflito existencial é sinônimo de problema dá um certo alívio, visto que vivemos em uma sociedade que alimenta a ilusão de seres humanos perfeitos e emocionalmente equilibrados.
A busca por um sentido na vida é uma angústia, não uma uma doença. E a logoterapia ajuda o paciente a encontrar esse sentido.
Então, por favor, vamos normalizar as ?dúvidas existenciais?.
Não somos máquinas!
Alan kleber 02/12/2021minha estante
Perfeito.


Douglas Finger 02/12/2021minha estante
Frankl é incrivel! Otima leitura




@carletogabriel 13/08/2021

Show
Na primeira parte ele conta casos reais vividos durante sua prisão nos campos de concentração, na segunda parte ele explica e relata varios casos tratados com a logoterapia, uma técnica muito eficiente e achei varios pontos parecidos com a PNL.
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Elizabeth 20/08/2023

Ótimo livro.
Além de um testemunho de um médico, que esteve preso em um campo de concentração. Um pouco de seus ensinamentos em logoterapia que pode ajudar muitas pessoas.
AndrAa58 20/08/2023minha estante
É minha próxima leitura...




Michela Wakami 15/11/2022

Ler sobre os campos de concentração na Alemanha, não é algo simples, imagino o quão duro deve ser escrever sobre.
O autor além de contar suas experiências pessoais, ele abrange o lado psicológico dele e de quem viveu ao seu redor.

Ele observou a mente humana, durante períodos extremamente repleto de muito sofrimento.

De quebra ele fala sobre o tipo de tratamento que ele desenvolveu, que eu achei muito interessante.

Viktor Emil Frankl foi um neuropsiquiatra austríaco e fundador da terceira escola vienense de psicoterapia, a Logoterapia e Análise Existencial
Karol Alencar 15/11/2022minha estante
Sou louca pra ler esse amiga ???


Michela Wakami 16/11/2022minha estante
Você vai amar.??????




Fran Carvalho 15/02/2023

Em busca de sentido
O livro mostra a estadia do psicólogo judeu Viktor Frankl no campo de concentração nazista, mostrando as principais lições nesses anos de sofrimento. Portanto, a obra mostra como a busca pelo sentido é o que mantinha os prisioneiros com vontade de viver e sair do estado no qual se encontravam, ao invés de simplesmente desistir.

Na primeira parte do livro, Frankl fala desde como foi parar no campo de concentração de Auschwits até como foi sua experiência, mostrando que a apatia e o sofrimento acabavam fazendo com que seus prisioneiros não tivessem mais vontade de viver com exceção daqueles que buscavam sentido no sofrimento. A segunda parte mostra os princípios teóricos da logoterapia.
Richard@1295 28/06/2023minha estante
Eu amo esse livro


Fran Carvalho 29/06/2023minha estante
Ele é sensacional!




Mila 15/01/2012

Muito se falou sobre os vários campos de concentração inumanos que existiram na europa durante a II Guerra Mundial. Todos conhecemos inúmeros fatos tristes ou gloriosos narrados por sobreviventes do holocausto e dos horrores que passaram nas mãos da SS, comandada por Adolf Hitler.

Este, no entanto, não é um livro sobre a guerra ou sobre campos de concentração. É um livro que também conta a experiência de um homem em vários campos de concentração, mas com um discurso extremamente diferente.

Dr. Viktor E. Frankl (1905 - 1997) já era psiquiatra quando foi capturado e viveu vários anos como recluso. Nos campos perdeu pai, mãe, irmão e esposa. Sobrevivente do holocausto, Frankl narra os fatos buscando analisar friamente - tanto quanto possível - o comportamento das pessoas e os acontecimentos daquela época pelos campos por onde passava. Mais tarde foi o idealizador / criador da logoterapia, considerada a terceira escola vienense de psicoterapia e que, como ele mesmo explica, diferencia-se da psicanálise por ser menos retrospectiva, menos introspectiva e mais concentrada no futuro, uma busca realmente pelo sentido da vida.

"Em Busca de Sentido" é dividido em três partes.
A primeira e maior onde Frankl narra suas experiências como recluso. Interessante e sem dramas.
A segunda é um resumo com a essência da logoterapia e com alguns casos que ele presenciou ao longo de sua carreira e de suas experiências.
E a terceira é a descrição do que Dr. Frankl chamava de "A tese do otimismo trágico". Ele defendia que superação é uma escolha, uma decisão interior e, que apesar da tríade trágica (dor, culpa e morte) alguns indivíduos, contrariando a todas as expectativas, dizem sim à vida e sobrevivem, refazendo seus caminhos e se pondo a caminhar novamente.

Em seus vários anos como recluso, pôde constatar que, nos campos de concentração, alguns colegas também reclusos, mostravam-se piores que os próprios soldados da SS. Frankl constatou que a luta pelas necessidades básicas fazia adormecer todo o resto, tornando a vida uma eterna luta pela sobrevivência. Ali o ser humano desnudou-se mostrando-se verdadeiramente ao mundo e provando do que era capaz.

O livro é interessantíssimo, li com todo prazer.

Confesso que não conhecia logoterapia e tampouco o Dr. Frankl. Para mim, uma surpresa muito positiva.
De origem austríaca, nascido em Vienna, assim como dois outros grandes nomes das ciências psicológias Sigmund Freud e Alfred Adler, Viktor E. Frankl não se cansa de citar Nietzsche: "quem tem por que viver suporta quase qualquer como" para explicar que o sentido da vida é o que a torna plausível.
Diz que "a liberdade espiritual do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe, até o último suspiro, configurar a sua vida de modo que tenha sentido."
Muitas vezes não temos escolhas com relação às condições exteriores que somos obrigados a suportar, mas sempre poderemos escolher nossas condições interiores.

Liberdade espiritual independe dos outros, das condições, do local, dos fatos... depende somente de nós. Tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas.

As teorias do Dr. Frankl são positivas, inteligentes, interessantes.

E para minha surpresa, a tradução não compromete, vai muito bem.
Recomendo.
Livianmassafera 16/06/2020minha estante
Não tem nem o que acrescentar depois de sua resenha espetacular.


Mila 30/06/2020minha estante
Obrigada. ?




@lendocomjulian 29/07/2023

Minha psicóloca recomendou
Achei o livro interessantíssimo.
A primeira parte que conta o relato do psicólogo no campo de concentração é muito diferente das outras histórias que li/e assisti. É curioso ver como ele se sentiu lá e como desenvolveu uma "terapia" a partir do que passou lá.

A parte da psicologia me chamou bastante atenção (mais pro final do livro) e fez pensar bastante.

Quero reler esse fim, para refletir melhor!

Vale muito a pena, principalmente para uma busca de sentido na vida!
Pffanny 29/07/2023minha estante
Esse é um queridinho entre os psicólogos mesmo kkkkk




Luiz Souza 06/03/2024

Viver a vida
O livro vai conta a história real de Viktor um psicoterapeuta que passou alguns dias no campo de concentração em Auschwitz e mostrou a crua realidade do lugar.

O ensaio mostra sobre o sentido da vida em diversos ângulos e fala sobre a logoterapia , um livro rico envolvente mas também bastante denso e com várias camadas , é preciso ter fôlego pra ler ele não digo nem pelo número de páginas mas pela mensagem e a proposta do livro em si.

Ótima leitura.
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Vitoria 02/08/2022

E? ??s?? ?? s??????
Um relato emocionante e complexo escrito pelo psiquiatra austríaco e também sobrevivente do Holocausto Viktor Frankl.
Neste livro o médico expõe sua experiência como prisioneiro no campo de concentração, o conjunto de situações desumanas e eliminação de qualquer vontade de viver é um cotidiano, quando a humilhação, trabalho escravo e as torturas físicas e mentais fazem parte do dia a dia.
A narrativa principal do livro se encontra em buscar o sentido da vida, assim ele apresenta seu método psicoterapeutico de como encontrar uma razão para viver.
O Dr. apresenta três maneiras de se encontrar esse sentido:
? A vida tem sentido a medida que se concretiza alguma obra útil para algo ou que tenha serventia a uma pessoa. Agindo assim, o homem realiza o seu sentido.
? Sentido se acha fazendo experiências em dedicar-se a servir a uma causa ou a uma pessoa. Em última análise essa dedicação chama-se amor.
? Sentido se acha também no confronto com um destino impossível de ser mudado. Esse destino pode ser uma doença incurável, uma morte ou uma catástrofe da natureza. Na medida em que o homem, nestas situações de limite, não se deixa quebrar, até nelas pode se achar sentido.
E também nós é apresentada a Logoterapia, que é a escola psicológica de caráter fenomenológico, existencial e humanista.
Segundo a logoterapia o ser humano pode enfrentar tudo, menos a falta de sentido, discutir o sentido da vida sem realizá-lo é negá-lo e quando nós começamos a realizá-lo não precisamos mais procurar.
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Manuela222 23/07/2023

Nhe
Esse eu li pra uma prova de filosofia e como todos os livros de filósofos nao gostei e nao entendi nada
Monick.Vasconcelos 23/07/2023minha estante
Continua em busca de sentido ?


mafesuhadolnick 23/07/2023minha estante
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkamiga




AndrAa58 24/11/2023

Fiquei com gostinho de quero mais...
O livro está dividido em duas partes. Na primeira, “Em Busca de Sentido”, o autor relata sua experiência e observações enquanto prisioneiro em um campo de concentração nazista. Na segunda parte, “Conceitos Fundamentais da Logoterapia”, Frankl discorre sobre as bases de sua terapia existencial, a logoterapia. Ele traça comparações com outras abordagens, faz distinções entre várias formas de neurose, exemplificando com alguns casos, atribuindo-as à incapacidade de encontrar um sentido e um senso de responsabilidade em suas existências.

Ao finalizar a leitura, fiquei com um gostinho de quero mais. Seria enriquecedor poder aprofundar mais nos conceitos da logoterapia. A obra me deixou na fronteira entre o estoicismo e o existencialismo.

O estoicismo influenciou algumas terapias contemporâneas, como a cognitivo-comportamental, que se baseia na premissa de que o significado que atribuímos aos eventos é a causa dos efeitos que sofremos, ou seja, nossos sentimentos e motivação para ações. Segundo essa visão, não temos influência sobre os fatos externos, apenas sobre como reagimos a eles. Já a psicanálise existencial se concentra no absurdo da vida humana, na aleatoriedade da existência, afirmando que buscamos significado e sentido em uma vida que, por natureza, é desprovida de sentido.

Frankl e sua logoterapia destacam-se ao propor que a busca de sentido é a razão fundamental de nossa existência. Esse sentido é dinâmico, abrangendo diversos aspectos da vida humana e está intrinsecamente relacionado às vivências e aos valores que desenvolvemos ao longo de nossa jornada. A logoterapia difere das abordagens mencionadas ao ser orientada para o exterior, enfatizando que “o verdadeiro sentido da vida deve ser descoberto no mundo, e não dentro da pessoa humana ou de sua psique como se fosse um sistema fechado”.

Segundo Frankl, existem três caminhos principais para encontrar o sentido da vida. O primeiro consiste em criar um trabalho ou realizar uma ação. O segundo está em experimentar algo ou encontrar alguém; em outras palavras, o sentido pode ser encontrado não apenas no trabalho, mas também no amor. O terceiro caminho permite transformar a tragédia pessoal em triunfo. Mesmo em situações desesperadoras, enfrentando destinos inalteráveis, podemos nos elevar acima de nós mesmos, crescer e, assim, transformar a nossa própria essência.

Confesso que me encantei com a filosofia de vida de Viktor E. Frankl. Estou ansiosa para aprender mais e, quem sabe, aplicar esses ensinamentos para me tornar uma pessoa melhor hoje do que fui ontem."
Patrick.Ramos 24/11/2023minha estante
Esse livro é incrível, um dos meus favoritos.


AndrAa58 24/11/2023minha estante
Acho que também entrará nos meus favoritos, Patrick. Vou ter que reler ;-)


Emerson Meira 24/11/2023minha estante
Resenha maravilhosa Andréa! ????? Logoterapia é muito interessante mesmo. Pretendo me aprofundar um dia e sei que posso começar por esse livro ?


AndrAa58 24/11/2023minha estante
Obrigada, Emerson. Acho que essa resenha foi a que mais demorei para fazer, ficou rondando na minha cabeça por muito tempo. É uma boa entrada na logoterapia mas, não aprofunda muito, principalmente em relação às técnicas terapêuticas. Se centra nos conceitos básicos e fundamentais e, como chegou na logoterapia e a aprimorou.


Fernanda.Rettore 24/11/2023minha estante
Adorei sua resenha! ????


AndrAa58 25/11/2023minha estante
Obrigada Fernanda. Estou aprendendo com você ?




Richard@1295 31/01/2021

Que livro excelente pra refletir e observar nossas vidas. Recomendo pra todos que querem avaliar um pouco a si mesmos. O mais interessante é ler o relato de um homem que passou por uma das maiores atrocidades da história e mesmo assim apresenta oportunidades de ver a vida de outra forma. Libertador!
Pedro Moreira 04/02/2021minha estante
Parece ser interessante! Vou dar uma olhada depois


Richard@1295 04/02/2021minha estante
Recomendo!




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