Ruan Ricardo Bernardo Teodoro 27/08/2023
A Religião do Homem
Neste livro, o professor Christopher Dawson explora a história das ideias que deram origem e nortearam as revoluções mais significativas dos séculos XVII a XIX, em especial a Revolução Francesa (1789), apontando para o elemento religioso que permeou o movimento.
Nesse sentido, a Revolução Francesa foi o resultado de diversos fatores sociais, econômicos e políticos e de movimentos históricos como o Iluminismo, o Liberalismo Político e o Idealismo Democrático. Ainda, seu principal fundador foi o filósofo J. J. Rousseau, o qual se tornou o "profeta da nova fé - a religião da democracia" (p. 74).
Com efeito, o aspecto religioso da Revolução pode ser percebido nas declarações dos líderes e mentes por trás do credo revolucionário, tais como Thomas Paine, Robespierre e outros. Desse modo, a religião dos revolucionários, "como o Cristianismo, era uma religião da salvação humana, a salvação do mundo pelo poder do homem tornado livre pela Razão" (p. 114)
Contudo, tais ideais de justiça e liberdade conviveram com o período do Terror, isto é, com a violência empregada pelos partidos revolucionários - particularmente pelos jacobinos - para a estabilização do novo governo, este fundado com a Declaração dos Direitos do Homem nas mãos e a cabeça dos inimigos políticos descoladas de seus corpos nos pés.
Por fim, salienta-se que, embora a Revolução Francesa tenha sido um movimento político, "ela também foi uma revolução espiritual" (p. 192) que buscava conquistar a liberdade, a democracia e a igualdade. Conclui-se, com isso, que a Revolução Francesa revela o seu grande paradoxo: ao depor a unidade cristã tradicional ela abriu caminho para um retorno à religião pagã da adoração do poder do homem (p. 27)