spoiler visualizarnanda :) 18/09/2023
A Megera Domada: benditas sejam as adaptações nada fiéis!
“É certo. Como dizeis, entre batatas podres não há o que escolher.”
Eu, realmente, não sei o que me deu para ler essa história. Já li “Muito Barulho por Nada”, do Shakespeare, e não me lembro de ter achado a história ruim. Não tinha nada para ler, estava vendo várias coisas sobre “10 Coisas que Eu Odeio Sobre Você”, resolvi ler essa peça.
E, com todo respeito aos clássicos britânicos e ao Jack Edwards, mas que porcaria é essa? Essa peça é terrível. Ela é chata, ela é mal finalizada, os personagens não fazem sentido nenhum… Enfim, não foi nada agradável.
Acho que o ponto principal do meu desgosto foi a forma como o Petruchio “doma” a Catarina. Realmente, eu não consigo pensar em forma melhor de amaciar ela do que deixando a mulher sofrendo, sem comida, andando de um lado para o outro, a mercê de um louco! Eu entendo que era para ela “provar do próprio veneno”, mas, sinceramente, isso não é passado para o espectador de uma forma decente. É terrível, desconfortável de ler, e é pior do que eu esperava.
E, no final, aquela loucura dá certo! E ela dá uma “lacrada” em cima da outras esposas! Mostrando como ela é uma ótima esposa por ser completamente submissa ao Petruchio. Pelo amor, ele faz uma aposta em cima dela, como se ela fosse um cavalo! Eu sabia que essa obra iria ser problemática, já que, né, é antiga, mas eu não achava que seria tanto! Qual é o objetivo?
Esse foi outro aspecto que eu não gostei na peça, como mal temos a oportunidade de ver a Megera, no caso, a Catarina. Ela mal tem falas na história! E, apesar de eu saber que são tempos diferentes e tudo mais, acho que nem para a época ela era tão ruim assim. Ou, pelo menos, é o que eu vejo, do pouquíssimo que vemos ela.
A outra trama, com o Lucêncio e a Bianca, apesar de também não ser as mil maravilhas, era muito mais interessante do que a de Petruchio e Catarina. Todo o rolê do Trâncio se passando de Lucêncio, e e os problemas que isso traz são engraçados de ver. A estrela dessa resenha vem unicamente da cena onde o Vivêncio discute com o professor disfarçado dele.
Mas, além disso, há uma primeira trama que é completamente esquecida! O que aconteceu com o tal do bêbado que estava sendo enganado, tratado como nobre e tudo mais? Nunca mais vemos de novo! Fica completamente esquecido, nem uma cena final onde eles desmontam a fantasia ou eles comentam sobre a obra que eles acabaram de ver. O que faz sentido, nem eu gostaria de estar comentando sobre isso aqui!
Em um geral, todos os personagens, são, no mínimo, desinteressantes, e são porcamente desenvolvidos. Também não sei porque ele teve que colocar tantos, com nomes tão parecidos! Foi muito confuso com tantos homens presentes na trama.
Por mais que a escrita fosse um pouco confusa, já que é antiga, esse foi o menor dos meus problemas na trama. As falas enormes me incomodaram um pouco, mas nada demais, e a divagação dos personagens no meio da fala não era nada que eu não esperava.
Enfim, odiei essa história em todos os sentidos. Sei que é meio esquisito eu ficar aqui, julgando Shakespeare, mas eu não consigo ver o valor cultural dessa obra. Ela é chata! Ela é problemática! Ela é mal acabada! A única coisa que ela serve é para ter inspirado o filme, e, ainda bem que ele não tem nada a ver com a história.
Esperava um romance questionável mas bonitinho, e recebi um homem tratando uma mulher como um cavalo.