Resenhas - O corpo encontrado nas ruas

asaquebrada 23/09/2021

crescida no subúrbio do rio, saio mais atenta às miudezas desse território. tão bom ler História com poesia, com paixão, com luta. sigo encantada.

Amanda 12/07/2021

As Ruas...
Um livro cheio de pequenas histórias, abordando os temas que o autor mais gosta, macumba, escola de samba, futebol, comidas e mais macumbas.
De simples leitura.
Os últimos 3 capítulos são imperdíveis.

@salvejorgelucas 08/06/2021

Viva as ruas!
Um salve para as ruas do meu Brasil. Em tempos tão obscuros, reconectar com as suas talvez seja a forma de achar uma saída.

Diogo1909 03/03/2023

O saudosismo das ruas
Simas consegue nos transportar para as ruas de um Rio de Janeiro quase em extinção. Um Rio de Janeiro das crianças, do futebol, das brincadeiras ?analógicas?, do barzinho, das crenças, do carnaval original e não do Rio de Janeiro da insegurança, do trânsito atropelado e das catástrofes naturais e políticas. Me deixou com vontade de voltar ao Rio assim que possível, mesmo sabendo que o Rio que eu encontrarei não será o Rio saudoso que Simas nos descreveu!

Rachel 26/03/2021

Esse livro foi um acalanto na alma nesse tempo difícil pelo qual passamos. Muito maravilhoso, o único defeito é que acabou. Recomendo demais.

liicca 02/09/2021

Conhecer literalmente as ruas e todas suas tantas faces e toda sua importância nos contando um pouquinho de cada um que foi marginalizado, gratidão por tantas palavras lindas e que tocam no nosso íntimo!

Debora 19/09/2020

Uma boa descoberta da quarentena
Comecei a ler este livro com seu autor no início da pandemia, acompanhando seu Instagram. A cada dia ele lia um capítulo. Ele parou, lendo e falando de outros livros e assuntos. Eu segui, devagar. E, a cada leitura, de capítulos curtos e concisos, eu fui aprendendo mais e mais. E o último, sobre a umbanda, fecha todo um entendimento do Rio-Brasil e seu funcionamento. Um bom e lindo aprendizado!

Nick 27/02/2021

Que livro incrível! Ele tem uma pitada de carnaval, de samba, religião, futebol, de tudo que dá vida as ruas. É incrível perceber uma beleza de um cotidiano que forma a história do Rio de Janeiro. Estou encantada com o jeito que o Prof. Simas fala sobre as religiões afrobrasileiras, e também sinto vontade de procurar um pouco mais sobre tudo que foi me apresentado aqui. Maravilhoso!

Esteffane 12/11/2021

Na encruzilhada se faz a encataria que preserva a vida e a memória dos mais diversos Brasis. Onde os ensinamentos ancestrais continuam percorrendo esquinas, feiras, vielas, rodas de ciranda da molecada, enredos de samba vividos na Sapucaí, nos rios de Alagoas com seu Zé sofredor de amor transformado em Mestre Juremado (salve sua força!). É na rua, na encruza, onde os corpos encantados subvertem a lógica que amansa nossos desejos e mais profunda sapiência. Simas nos apresenta um Rio de Janeiro e um Brasil diverso, encantado e nutrido por ritos bantos e nagôs, forte e aguerrido como Seu Pena Branca com suas flechas invisíveis de cura espiritual. É a cosmogonia que não cabe e não se deixa caber em limitados conceitos higienizados, anti-popular. Seu livro é a vida que surge nas brechas das calçadas das cidades que insistem em acizentar e massacrar vidas e memórias dos nossos povos através de densas políticas de extermínio. Através de ridículas e agressivas passeatas bolsonaristas.
Voltemos nossos olhos e entendimento aos que resistem na encruza desde a invasão dessas terras, como diz Simas já no finzinho da sua encantaria; "Não vejo saída para a cidade e o país fora das lutas, saberes e fazeres cotidianos das mulheres e homens comuns, aqueles que dão sentido à aventura de prosseguir no escuro." p. 167

Me sinto agradecida por ser parte do corpo das ruas e encruzas que não descansa e não aceita um Brazil elitista. E mais ainda por receber ensinamentos de um Historiador como Simas.

Fabio.Mauricio 23/01/2023

O velho Maraca, a umbanda, o samba, tudo tão lembrado e tão incensado nessa homenagem às ruas, nessa homenagem a vida que se vive vivendo

Biblioteca Álvaro Guerra 08/11/2022

O corpo encantado das ruas reivindica a riqueza dos saberes, práticas, visões de mundo, culturas e modos de vida que não podem ser domados pelo padrão canônico. Aqui, tambor e livro são tecnologias semelhantes.
Não é um livro sobre resistir, é sobre reexistir. Reinventar afetos, aprender a gramática dos tambores, sacudir a vida para que surjam frestas.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788520013922

davioved 16/04/2022

Potência das ruas
Simas fala, sobretudo, do Rio de Janeiro. Mas ao falar, transmite ao Brasil inteiro a noção de brasilidade que na verdade possui ?Brasis?. Brasis que ora se opõem, ora se atraem, ora se amam, ora se conflituam entre amor e ódio, cerveja e samba, ordem e bagunça, poder e popular, controle e liberdade. O protesto de Simas, é pelo popular e pela tradição da rua como potência de onde acontece a vida. Da vida que importa, singela, simples e popular. De quem realmente faz a história. Porquê enquanto a República era proclamada, a Independência era conquistada, o Estado Novo era implantado, e os poderosos tiravam proveito de cada episódio, havia um povo que sentia fome, passava perrengue, labutava dia e noite, fazia da rua casa, trabalho e festa, e compunha samba, tradição e cultura, subvertendo a ordem do sofrimento, convertendo a morte em vida, a tristeza em festa, e protagonizava a vida que verdadeiramente importa.

Cintia418 12/07/2023

Aí que delícia, que viagem no tempo, deu saudade das ruas de antigamente onde podíamos brincar, sentar no meio fio, aí quantas histórias maravilhosas, vale muito a leitura.

Gabriel 22/06/2023

O sarapatel das encruzilhadas é a gramática do tambor
Antes de tudo é inevitável deixar de pontuar como a experiência desse livro é fundamentalmente carioca. A excelência e carisma da escrita do Luiz Antonio Simas (comparada com a de João do Rio logo no material de apresentação) é convidativa e fresca para qualquer um, mas possui um têmpero familiar a quem é de casa. Como ele mesmo se apresenta, é o primeiro carioca de uma família nordestina e esta mistura desde cedo lhe permitiu o olhar aguçado aos locais exatos onde os diferentes se costuram, se misturam. Malandro junto com trabalhador, homens nas mesas dos bares, camelôs vendendo, churrascos de gato na rua com santos baixando na porta bandeira. O Rio se define pela indefinição, o que não é tão fácil de se trazer em palavras. A contradição é uma condição natural de grandes centros urbanos, uma disputa sem fim entre poderes sobre a cultura, sobre a experiência coletiva e quem tem direito a ela. O que parece destacar a cidade do Rio nesse aspecto talvez seja a dimensão deste confronto, espalhada por todos os cantos, incontornável mesmo nas áras mais gentrificadas. Seus valores estão sempre em jogo.

O livro de Simas se desmembra em diversos pequenos textos breves comentando paralelos, observando cronologias e celebrando as ruas dos muitos Rio de Janeiro que existem, atentando pra natureza de seu samba, de sua religiosidade, dos eres, pombagiras e caboclos que olham por seus protegidos. Contemplações sobre o futebol, sobre o carnaval, sobre tudo que entra em ebulição no asfalto são a regra. Diversos aspectos sociais que são herança de uma mestiçagem forçada por incontáveis violências provam o sabor pela vida dos descendentes de uma história tão bruta. O que os apontamentos mais importantes de Simas trazem é como esta cultura popular é, cada vez mais, engenhosamente cooptada, domesticada e comercializada como artigo de luxo, capricho de mercado turístico de uma lógica coorporativa que vê nas manifestações mais espontâneas um recurso de gerar receita. É o movimento que encarece os estádios de futebol e promove carnavais privéé, vindo de um poder político que buscou desde o início do século passado uma máscara francesa pra disfaçar seus traços africanos e lusitanos.

O texto de Simas é muito adequado e pertencente à cidade, tornando a leitura um passeio tão sofisticado quanto é ordinário em seu carinho pelo comum, pelo que surge da vontade corriqueira e não do mercado financeiro. O único desafio maior na leitura é que a sua tese sobre "o encantamento das ruas estar em crise", que é o ponto central, se espalha pelos diversos textos com as mesmas palavras, as mesmas conclusões, os mesmos chavões, ao ponto em que parece mais um vício literário de arrematar todo capítulo com uma grande frase de efeito quando a narrativa por si só já era o bastante. Fica a sensação de que esses textos mais foram enfiados juntos pela proximidade temática do que coordenam uma linha de raciocínio, tornando boa parte da leitura meio redundante, ainda que tenha menos de 180 páginas.

Reforço, é uma leitura agradável, cheia de pesquisa e cuidado acerca da história do Rio e suas mais modernas contradições e disputas de símbolos. É só que ele se repete demais, causando impressões equivocadas de que não há tanta confiança no leitor ou de que não há tanto a se dizer (não parece ser nenhum dos dois casos, mesmo). Enfim, uma leitura adequada para os que são letrados na gramática do tambor.

Julia Gusmao 05/02/2022

Impecável, poético, didático. É um livro que fala da poesia em constante transformação das ruas do Brasil, mais especificamente do Rio de Janeiro, como parte da nossa cultura, apontando diversas questões sociais e relações: corpo, mistério, memória, religião, dança,... É belíssimo, gostosinho de ler, dá aquela vontade de degustar mesmo, voltar, ler de novo,... Indico demais pra todes apaixonades pelas culturas que nos envolvem e especialmente pres apaixonades por carnaval que esse ano de 2022 continuam na saudade.