Fora da Lei

Fora da Lei Angus Donald




Resenhas - Fora da Lei


28 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Zorobabel 31/08/2022

Muito bom! Se voce gosta de coração valente vai amar esse livro!
Introdução

Infelizmente eu ignorei esse livro por um bom tempo por causa das resenhas que li, resenhas essas que nem de longe eram caprichadas e me levaram ao equivoco de adiar a compra desse excelente livro, pensado que era algo ruim ou genérico. Graças a Deus ele entrou em promoção na Amazon eu comprei, só pelo fato de ser uma ficção histórica. Fiquei surpreso com o livro porque ele é realmente muito bom! Se você gosta de Cornwell, Iggulden, ou ama Coração Valente como eu, tem aqui um prato cheio.

Enredo
Nesse livro acompanhamos o Alan Dale, um garotinho ladrão que por força das circunstâncias acaba tendo que integrar um grupo de homens que fazem uma espécie de justiça paralela, sob a tutela de seu Lorde, Robert Odo. Passamos então a conhecer melhor esse grupo e seu líder, Robin Hood. Aqui não temos absolutamente nada de Disney, somos apresentado a um lorde astuto, muito carismático e ao mesmo tempo frio, o desenvolvimento da história é excelente, sempre tem algo acontecendo e a escrita é muito fluida, Robin me lembra em muitos momentos William Wallace de coração valente. Nada aqui é descrito de qualquer jeito e conseguimos sentir o magnetismo que emana do personagem, quase como um Walter White de Breaking Bad ou Don Michael/Vito Corleone do poderoso chefão. Nos sentimos incluídos nesse mundo porque vamos nos desenvolvendo junto com Alan, que vai se tornando um jovem adulto, sob a tutela indireta de Robert. Vamos conhecendo as pessoas e o modo de vida daqueles que estão a margem da sociedade liderados por Robin, passamos a conhecer os espiões, professores, guerreiros, arqueiros, religiosos, financiadores e apoiadores do bando o que por sua vez deixa o mundo cada vez mais atraente. Alan não é um prodígio, é um garoto comum, esperto e muito safo que lida com as situações utilizando as capacidades que tem. Além disso temos alguns plot twists que são muito bons! A astúcia de Robin é muito satisfatória e as soluções e descrições de batalhas são maravilhosas. O livro é repleto de violência mas tudo é bem encaixado e tem um propósito na narrativa, a brutalidade não é posta como um prazer, mas como um fardo desagradável porém necessário para sobreviver nesse mundo corrompido.

Personagens

O desenvolvimento de personagem é excelente! O protagonista é cheio de nuances, ele tem medo, é covarde, corajoso, corrupto, fiel, gentil e escroto. Vamos odiar ele em alguns momentos e sentir pena em outros. Nada aqui é gratuito, não tem aquela coisa de treinou dois dias e se tornou o melhor guerreiro, ou melhor arqueiro ou músico. Alan tem que ralar muito para fazer algo de modo minimante decente, Inclusive o inclinamento do personagem é muito mais para um bardo do que para um guerreiro. Os outros personagens são bem desenvolvidos também e fazem a gente gostar deles, temos o taciturno e articulador, Hugh, o caloroso e voz da consciência, Tuck, o poderoso e fiel João pequeno(que parece Hamish de coração valente) e a cereja do bolo, Robin, como eu disse aqui descrito como um líder carismático, cruel, magnético, apaixonante e repulsivo, cativante e estratégico, não espere um Robin subindo em arvores com meia dúzia de crianças e vagabundos, aqui ele é um líder, bem articulado, com muitos espiões, contatos e estratégias, com uma mente tão ou mais afiada que a espada. Robin tem muito de William Walace de coração valente, em carisma, liderança, articulação e estratégia

Aspectos físicos (Fonte, Diagramação, qualidade do papel, conforto de leitura)

O Livro é muito bonito, a diagramação é impecável, o papel é muito bom e a fonte é bastante confortável, a tradução é excelente apesar de alguns raríssimos deslizes, mas nada que comprometa a diversão.

Divertimento

O Livro é incrivelmente divertido e gostoso de ler, a leitura é fluída, o desenvolvimento é muito bom, realmente nos sentimos naquele mundo, nos sentimos parte do grupo de Robin. Esse livro me fez abandonar o celular e o Videogame, fiquei triste quando acabou, pois poderia facilmente ler o dobro ou triplo de páginas.

Minhas impressões
Esse livro me deixou muito feliz pois há tempos eu buscava uma leitura que fosse boa como crônicas saxônicas de Cornwell ou o Imperador de Iggulden. Sou apaixonado por Coração Valente e esse livro me lembro o filme muitas vezes. A escrita é muito boa, muito fluida e prazerosa, as descrições são na medida certa, você consegue sentir o ambiente, os personagens são bem desenvolvidos e carismáticos. Talvez o livro tenha sido prejudicado pelo fator Disney, ao pegar esse livro e ler Robin Hood, muitas pessoas, especialmente adolescentes imaginem algo como Percy Jackson, Nárnia, contos de fadas juvenis ou aquele arqueiro clichê de hollywood interpretado por Russell Crowe. Esse é um livro adulto para quem gosta de ficção histórica e o nome Robin Hood não faz a menor falta. Se fosse um livro sobre a Inglaterra medieval talvez fizesse o sucesso merecido, não por falta de qualidade pois o livro é incrível, o Robin é incrível, mas pela expectativas que as pessoas possam criar. Gostei mais desse livro do que das Crônicas de Artur do Cornwell.

Prós - Enredo bem construído, narrativa fluída e envolvente, desenvolvimento e construção de personagens na medida certa, ambientação caprichada, descrição de combates empolgantes, diversão, qualidade de escrita, imersão, diagramação, papel e fonte. Me surpreendeu muito, tudo é bem ambientado, desenvolvido e construído na medida certa, não nos sentimos cansados durante a leitura e nem com vontade de pular para a próxima pagina sem ler.

Contras - Ao meu ver apenas dois pontos não foram tão bons, mas não chegam nem de longe a estragar a experiencia. 1- Robin participa de um ritual que achei desnecessário, entendo a importância de mostrar a religião pagã, mas penso que ele poderia ser um expectador assim como o protagonista foi. A segunda coisa é que há duas menções sexuais no livro que não me agradaram, não pelo sexo em si, porque isso faz parte da humanidade e da vida, mas acho que o autor ou tradutor poderia ter usado palavras mais amenas, pelo fato da narrativa em muitos momentos optar usar metáforas, soou muito esquisito e deslocado o uso de uma palavra chula de forma gratuita, sendo que na própria cena a construção foi mais voltado a sinônimos. Não é pelo nome em si, é apenas pelo fato de não se encaixar no padrão narrativo, porém isso não compromete negativamente a experiencia, acontece apenas duas vezes e poderia ser ajustado na tradução.
Carla 31/08/2022minha estante
Achei seu comentário muito rico , com o seu ponto de vista do livro da uma vontade imensa de ler o livro e sentir a mesma emoção, cada detalhe é opinião destaca coisas surpreendentes , sua visão crítica da uma curiosidade imensa de ler o livro , parabéns pela linda resenha


Antonio 31/08/2022minha estante
Po Mano que resenha top, vou ler com certeza!


Murilo Bustamante 31/08/2022minha estante
Tu já leu o segundo livro? Quando lê faz a resenha tbm


Aline Maya 31/08/2022minha estante
O Robin é incrível né? E além de tudo ainda canta, kkkkk


Milla.Resende 31/08/2022minha estante
Finalmente alguém escreveu uma resenha decente sobre esse livro, li cada resenha grotesca aqui no Skoob inclusive duas das mais votadas não sei qual foi a pior, Uns querem Robin Hood da Disney e o outro queria um Livro didático, reclamou que Robin foi inventado, mas todos esses caras normalmente são, Artur é uma lenda, Robin uma lenda, Sharpe nunca existiu, Uthred nunca exisitu, Nicolas Hook foi inventado a partir de um nome numa lista de soldados


Jean 31/08/2022minha estante
Primeiramente parabéns pela resenha! Muito bem detalhada, e com uma opinião bem sincera. Muitas das resenhas que encontro fazem você nem querer ler o livro que poderia ser muito, mais muito bom, más a sua realmente é surpreendente.
Em poucas linhas lidas já me fez ter ainda mais vontade de ler o livro, estou ansioso para que o meu livro chegue logo para que eu possa lê-lo...


Lore 01/09/2022minha estante
Engraçado como a experiência da leitura é única para cada pessoa, o bom que agora esse livro tão bom tem uma resenha positiva e bem escrita ???


Carlos 01/09/2022minha estante
Sinceramente eu achei ótimo, tanto os personagens como a história e o divertimento, aquilo que o senhor falou sobre esperar do livro ser como um conto de fadas, por causa do título, ajuda bastante, pois eu achava que seria nesse pique aí da Disney, mas ficou top a resenha do senhor.


Caellum 27/08/2023minha estante
QUE RESENHA!




Rodrigo Almeida 18/11/2010

Não basta situar a estória em um ponto da história para ser uma ficção-histórica.
O livro foi uma grande decepção.

Minha vontade era dar nota 2, mas dei 3 e vou explicar o porquê, na verdade gostaria de dar nota 2,5.

Se partirmos da premissa que o livro é uma ficção histórica, a nota seria 2.

Para quem já leu Bernard Cornwell, Conn Iggluden, Tim Willocks, Jack Whyte e Maurice Duron, chamar este livro de ficção histórica é uma afronta. Primeiro porque o livro conta a história de uma figura (robin hood) de quem pouco se sabe. Fazendo um paralelo com Cornwell e seu trilogia sobre Arthur, por mais que Arthur também seja uma figura que gera inúmeros questionamentos, toda a trama criada por Cornwell gira em torno de fatos históricos comprovados. Angus Donald, por sua vez, pega uma das lendas que mais gosta sobre Robin Hood, coloca-o em uma época que, segundo ele mesmo diz na nota histórica ao final, “escolhi situar minhas histórias no final do século XII e no princípio do XIII puramente porque os filmes e programas de televisão a que eu assistia quando estava crescendo estabeleciam os feitos de Robin nesta época” (sic. Retirado do próprio livro).

Dito isso, indubitavelmente, vejo que o autor escreveu uma história e colocou nela a figura de Robin Hood como chamariz, ou se preferir, como caça-níquel, o que é uma tristeza.

Por outro lado, se partirmos da premissa que o livro é uma ficção histórica, a nota seria 2,5.

A história é interessante, porém, absolutamente previsível! Durante acho que uns 10 capítulos, nada ocorre! Em um livro supostamente “capa e espada” isso péssimo! No entanto, mesmo não havendo embates, não há nenhuma trama rolando como pano de fundo.

Agora, não sei se o problema foi da tradução ou se o problema foi do Autor mesmo pois em certos momentos, os termos usados como analogia para certas situações são absolutamente risíveis! Além de, sem qualquer contexto, existem expressões chulas e apelativas, sei que, contextualmente, tais expressões seriam bem-vindas, mas simplesmente jogadas no texto, fica um pouco apelativo demais (e desnecessário). Como exemplo, cito a cena de sexo em que o personagem principal se envolve e quando uma curandeira precisa curar um ferimento em suas nádegas.

Ridículo! (não pensem que sou algum puritano, mas realmente, dei risada!)

Outro ponto absolutamente desconexos é a presença dos templários na trama.... Leiam e vejam, em nada os templarios do livro se parecem com os templários históricos. Fora de foco também, é a forte presença pagã, em plena Inglaterra do Seculo XII-XIII, não há razão para ela estar ali!

Agora, para fechar com chave de ouro, o mais ridículo de tudo, foi o diálogo final entre, Robin Hood, seu irmão Hugh, João Pequeno e o protagonista Alan Dale. O diálogo só me fez ficar com mais raiva do livro!

Para quem gosta de ficção histórica, o livro é sofrível, para quem gosta de literatura “capa e espada”, o livro é fraco.

Amigos, porque dei 3? Porque não dava para dar 2,5. Então como sou bonzinho, arredondei para cima!
Milla.Resende 31/08/2022minha estante
Li o livro e discordo de quase tudo que você disse, se a ideia é um livro com precisão histórica você devia ler didáticos, li vários livros de Cornwell inclusive Azincourt e não vi essa diferença que você colocou na sua resenha. Só concordamos com as palavras chulas serem fora de contexto, fora isso acho que talvez você tenha ficado decepcionado com o fato do personagem principal não ser como os de Cornwell que são sempre mais fortes, mais rápidos, mais inteligentes e mais sofridos.
Felizmente outro cara aqui escreveu uma resenha decente sobre esse livro. Tu reclamou que Robin foi inventado, mas todos esses caras normalmente são, Artur é uma lenda, Robin uma lenda, Sharpe nunca existiu, Uthred nunca exisitu, Nicolas Hook foi inventado a partir de um nome numa lista de soldados, além do mais o que você falou tá na nota histórica do autor.




Jessica 02/03/2014

Apesar de tudo, não parei de ler...
O livro é muito mal escrito e a tradução/revisão não ajuda. Francamente, não parei de ler apenas por se tratar de Robin Hood, um tema que realmente me agrada.
O narrador, apesar de ser um homem maduro tratando de suas aventuras de infância, não tem qualquer maturidade e a tentativa de evitar dicotomias entre bem e mal é extremamente forçada. Gostei de alguns personagens, como a Marian e Tuck, mas achei que a solução final para o traidor foi preguiçosa, além de clichê. Clichê, na verdade, seria uma boa definição para esse livro.
Infelizmente, não recomendo.
comentários(0)comente



Eden 06/10/2010

Evite
Tem tudo pra ser um bom livro... e não é. Apenas evite. Melhor pra você.
comentários(0)comente



Kevin.Souza 10/06/2020

Surpreendente!
Esse livro excede todas as expectativas que eu tinha sobre ele antes de iniciar a leitura.
É uma leitura muito profunda e tocante, do tipo que nos faz sentir raiva, pena, agonia, alegria e varios outros sentimentos conforme a história vai acontecendo.
Diferente do que imaginei antes de começar a ler, não é um livro típico sobre séculos anteriores, mostrando as partes incríveis de viver naquela época; mostra também as partes mais crueis da antiguidade.
comentários(0)comente



LOSK 05/02/2012

Me surpreendi,achei que tinha comprado um livro qualquer sobre um personagem interessante e descubro,que, na verdade comprei um ótimo romance sobre um excelente personagem.

Pra mim um dos únicos problemas do livro, é a capa dar ênfase ao Robin Hood, algum desavisado pode achar que ele é o personagem principal do livro o que não é o caso.

Já li várias histórias de garotos que se tornam cavaleiros em diversos livros...e achei a de Alan uma das melhores e mais divertidas.
Espero ansioso pelas continuações que ainda não chegaram no Brasil.

comentários(0)comente



Giovanni 15/07/2010

É um livro magnífico, pois conta a brilhante história de Robin Hood no mesmo estilo que o escritor Bernard Cornwell, que deixa o leitor preso ao livro do início ao fim!!! E o melhor: é uma série!!!
comentários(0)comente



Little Liz 04/06/2020

A história é contado em primeira pessoa por Alan Dale que conta suas aventuras como um fora da lei após sua mãe entregá-lo aos cuidados de Robin.
É uma história repletas de assassinato, traições,mas totalmente previsível.
Eu achei uma leitura interessante apesar de ser totalmente previsível,tem uma leitura de fácil entendimentos e acho também que ela deveria ser bem mais interessante por se trata do Robin hood e suas lutas contra a injustiça do rei e seus cavaleiros sobre Sherwood.
comentários(0)comente



R. Mesquita 30/12/2015

O livro é bom!
Eu li esse livro já tem uns anos e gostei bastante. A narrativa é boa e o personagem nem cativante. Me lembrou muito Crônicas Saxônicas, e se você é fã do Bernard Cornwell, vai gostar bastante dele. Pretendo ler a continuação em breve.
Não entendi porque teve gente que não gostou. Deve ser porque estão acostumados a outro tipo de gênero
comentários(0)comente



Fabricio268 28/05/2013

Uma flecha que acerta o alvo
Alan Dale, garoto de 13 anos, acostumado a cometer pequenos furtos para sobreviver, está perto de ser mutilado ou mesmo morto após ser pego em um dos seus golpes. Para fugir da punição, sua mãe pede ao famoso ladrão, Robin Hood, que o proteja. Seu pedido é atendido, Robin leva o garoto para a floresta de Sherwood, e assim, Alan é integrado como aprendiz ao grupo de foras da lei.
Tem início, então, uma jornada brutal, sangrenta, violenta e selvagem pela sobrevivência.
O enredo é forte, dinâmico e muito cativante.
Todo livro é narrado sob o ponto de vista de Alan, e com ele vivemos suas descobertas no perigoso mundo dos ladrões, a vida na floresta, tristezas, alegrias, ferozes duelos e batalhas, vitórias e derrotas.
comentários(0)comente



Nando 19/05/2012

O nome de Robin Hood e dos personagens da fábula que todo mundo conhece é usado só pra atrair a atenção pela fama que o próprio Robin possui na cultura ocidental, porém o livro nem precisaria desse artifício por passar longe de qualquer idéia de perfeição, extrema bondade e infalibilidade próprias de quase todos os heróis das lendas.

O que chama atenção é a crueza dos fatos que o autor descreve, abordando exatamente o que se espera daquela época... relatos fascinantes e muitas vezes chocantes... a brutalidade das guerras, os abusos das autoridades, o desespero de quem vive no campo a mercê de quem tem o poder.

Livro muito bom... espero que publiquem logo as continuações.
comentários(0)comente



Milla Cinemaniac 17/09/2023

Após ser pego roubando no mercado de Nottingham, o jovem Alan Dale se vê obrigado a deixar sua família para viver sob a proteção dos notórios fora da lei da Floresta de Sherwood. O líder do grupo é o infame Robin Hood, que surge na trama como um guerreiro forte e sedento de sangue, capaz de despertar, ao mesmo tempo, medo e admiração entre seus rivais e vítimas.Em pouco tempo, Robin torna-se o mentor de Alan e, ao lado de seus companheiros, o ensina a lutar e a vencer. Mas o Senhor da Floresta é um homem impiedoso, e, ao perceber isso, Alan passa a questioná-lo e a temer que seu protetor se torne seu assassino. Lealdade, poder, vingança e fé estão em jogo neste suspense onde o herói também pode ser vilão.De batalhas sangrentas e perseguições alucinantes a banquetes dignos da nobreza, Fora da lei é uma história de ação que mergulha fundo na fascinante lenda de Robin Hood.
comentários(0)comente



Andreia Santana 09/01/2011

Procura-se Robin Hood!
Como uma narrativa no estilo capa e espada, ambientada na Alta Idade Média, Fora da lei é uma boa diversão. Mas como suposta biografia do verídico personagem histórico Robin Hood, o livro não passa de engodo. Fica igualmente na promessa a ideia de que o modo de contar histórias de Angus Donald pode assemelhar-se ao envolvente mundo de cavaleiros e arqueiros, tão bem recriado por Bernard Cornwell na saga O Arqueiro ou na trilogia Rei do Inverno (sobre as novelas arturianas). Não passa nem perto. Embora o trabalho de Donald tenha seus méritos próprios.

Fora da lei peca por prometer mais do que pode cumprir. O livro seduz o leitor com o juramento de que ao mergulhar em suas páginas, irá conhecer a origem do maior bandido de todos os tempos, Robin Hood, príncipe dos ladrões, senhor de Sherwood. No entanto, a história, narrada por Alan Dale, membro do bando de Robin, peca por passar mais tempo contando fatos e arrependimentos da vida do narrador do que revelar quem foi o seu mestre de ladroagem. O leitor se frustra e passa boa parte da história procurando Robin Hood.

Esse Robin Hood mostrado pelos olhos de Alan Dale, aliás, nada se parece com o herói encarnado por Errol Flyn ou Kevin Costner, nas versões cinematográficas da vida do salteador mais temido da Grã-Bretanha: um nobre espoliado de seus bens e que se alia aos fora-da-lei para vingar-se do perverso príncipe João Sem Nome – usurpador do trono de Ricardo Coração de Leão - e de seu principal assessor, o famigerado xerife de Nottingham. De quebra, o bom moço, para redimir-se da bandidagem, sempre segue o lema de roubar dos ricos e distribuir entre os pobres camponeses explorados pela nobreza.

Nada disso, o Robin Hood de Angus Donald é só o filho caçula de um barão (ou seja, já não herdaria nada devido à tradição de morgado – os bens vão para o filho mais velho), egoísta, cruel, chegando mesmo à perversidade, fugitivo da lei por ter cometido assassinato e que mantém relações extremamente ambíguas com os camponeses que supostamente deveria proteger. Está mais para o líder de um grupo de mercenários, que vende proteção às aldeias que podem pagar do que para um herói que trabalha por amor à causa. Nos tempos de hoje, ele seria um chefe de milícia num morro carioca.

Mas tem seu carisma, sobretudo como líder guerreiro, treinado na arte de matar. Aos que gostam de boas narrativas de combate, Robin é aquele tipo de comandante casca grossa, mas que acima de tudo preza a vida dos homens de seu pequeno exército particular. Ambicioso, ele quer ser rico para comprar o perdão por seus crimes e voltar às boas graças da realeza, simples assim. Nada de muito idealismo. Imaturo no começo da história, vai amadurecendo a duras penas no decorrer da narrativa. Ah sim, embora com bem menos açúcar que na versão de Costner para o cinema, por exemplo, o romance com Lady Marion não falta à narrativa – e aqui o mérito do autor é para uma ótima demonstração do amor cortês medieval -, bem como não ficam de fora os carismáticos João Pequeno e Frei Tuck, esse último, na minha opinião, um personagem realmente interessante da obra de Donald.

Recriar um mito - É difícil recontar com criatividade uma história que todo mundo já conhece e que existe há séculos. Robin Hood é uma daquelas lendas que os trovadores cantavam nas feiras da Europa do século XIII. Recentemente, pesquisadores britânicos começam a suspeitar de que ele teria de fato existido e até tentam traçar paralelos entre as narrativas míticas do salteador e nobres do período. Mas há também uma corrente de estudiosos que acredita que não existiu um único homem, mas vários deles que se encaixam no perfil de fora-da-lei heroico e justiceiro. O contexto seria o feudalismo e suas relações desiguais e baseadas na exploração da maioria camponesa por uma minoria formada por nobres e clero.

Rebeliões, lógico, são esperadas numa sociedade assim. Algo semelhante ao coronelismo no Nordeste do Brasil, entre o final do século XIX e primeiras décadas do século XX, cujos desmandos teriam contribuído para a origem do cangaço e o surgimento de personagens como Lampião, Corisco ou Lucas da Feira, este último no sertão baiano.

Desse ponto de vista, Angus Donald, de fato, se esforça para fugir do lugar comum e montar uma trama apetitosa para situar as aventuras de Robin Hood. O livro – primeiro do que pretende ser uma série sobre a vida do bandoleiro - também tem o mérito de fazer uma boa reconstituição de época. E não falta material sobre a Idade Média para ajudar o autor a montar uma grande história ambientada no período, com destaque para os contrastes entre a vida miserável das aldeias e a pompa da corte. Mas ainda assim, não embala tanto quanto as narrativas de Cornwell, que literalmente transportam o leitor para aquele mundo masculino, conservador e de embates religiosos, quando a Igreja Católica pré-inquisitorial já batia de frente no combate aos chamados "cultos pagãos".

Angus Donald, ao menos nesse primeiro livro da série, traça esboços com bom potencial, mas que não se desenvolvem a contento, ao menos ficam aquém da expectativa desse leitor mais exigente e que já possui leituras prévias de romances de cavalaria e uma intimidade quase atávica com Robin Hood, construída em diversas versões da história tanto no cinema quanto na literatura.
comentários(0)comente



Vivi 08/09/2010

Maturidade leva tempo... e quanto tempo!
Alan já é coroa e resolve narrar a história de Robin Hood, desde quando o conheceu até uma batalha final épica que é fórmula clássica nos livros de Cornwell e Iggulden. Só que tem um probleminha básico aí. Angus não tem absolutamente nada de nenhum dos dois. Ele tenta escrever da mesma forma, talvez até seja um admirador, mas ainda é muuuuito imaturo.

O livro começa bem lento e só fica legalzinho mais pro meio. Em algumas partes vc fica até bem atento, só que as cenas que deveriam ter sido aproveitadas, não foram. O discurso é rápido e insólito. Nas partes chatas, desnecessárias, o cara vai lá e arrasta o assunto como se fosse a 8a maravilha do mundo.

Conclusão: É bacaninha, se vc gosta sempre de escutar novas versões sobre o tão falado Robin Hood. Porém, se o assunto passa batido dentro do leque de seus interesses, o melhor a ser feito é passar batido pelo livro também.

Até porque é uma série e o próximo narra a história dos dois indo de encontro às cruzadas com Rei Ricardo. De alguma maneira, não estou tão empolgada assim, apesar de adorar o assunto....

comentários(0)comente



Fabian" 08/02/2011

Sobre
Comprei o livro pensando que era sobre a vida de Robin Wood, como cita um resumo que li. É na verdade, a história de um dos soldados de Robin. É muito bom, indico, só que ele tem uma continuação, ainda não lançada! (:
jc matias 12/11/2019minha estante
dae fabileu




28 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR