Julia G 28/05/2012Last Sacrifice - Richelle MeadResenha publicada originalmente no blog http://conjuntodaobra.blogspot.com
“- Não – ele disse gentilmente. – Seu cabelo é bonito também. Tudo em você é. Você era incrível quando nos encontramos pela primeira vez e, de alguma forma, inexplicavelmente, você se tornou ainda mais. Você sempre foi energia pura e crua, e agora você controla isso. Você é a mulher mais incrível que eu já conheci, e estou feliz por ter tido seu amor em minha vida. Lamento ter perdido isso. – Ele ficou pensativo. – Eu daria qualquer coisa – qualquer coisa – no mundo para voltar ao passado e mudar a história. Para correr para os seus braços depois de Lissa ter me trazido de volta. Para ter uma vida com você. É tarde demais, é claro [...]” (tradução livre)
Assassinato. Amor. Ciúmes. E o último sacrifício.
Palavras escritas na contra-capa de Last Sacrifice, carregadas de poder, e que falam tanto sobre o livro.
ATENÇÃO! Há spoilers dos livros anteriores. Se quiser conhecer um pouco mais da série, leia as resenhas de O Beijo das Sombras, Aura Negra, Tocada pelas Sombras, Promessa de Sangue e Laços do Espírito.
Acusada pelo assassinato da rainha Tatiana, Rose se sente enclausurada na prisão. Ela sabe que tem pouco tempo, já que só há uma opção para os que traem a coroa: a execução. A única fuga imediata que ela tem, a princípio, é observar o que se passa na cabeça de Lissa. Até que sua melhor amiga resolve bloqueá-la, e Rose se surpreende com o porquê.
Com um plano típico de Rose, seus amigos se unem para ajudá-la a fugir da prisão e da Corte. Lissa, Eddie, Christian, Mikhail, Abe, Adrian, e até Dimitri, se envolvem nessa missão. Mas apenas Dimitri e Rose teriam algo a perder ficando na Corte. Por isso, somente os dois saem de lá como fugitivos, para se abrigarem, junto com Sidney, em um local afastado e seguro, de acordo com algumas imposições de Abe. Isso os daria tempo para que aqueles que permaneceram no centro do poder Moroi pudessem provar a inocência de Rose e salvá-la da morte.
O problema é que ficar de braços cruzados esperando não é algo que Rose pode suportar. Ela tem que agir. E a única maneira de ela fazer isso, no momento, é desvendar se a carta deixada por Tatiana é verdadeira, e chegar à única pessoa que poderia dar a Lissa voz entre a realeza de sua sociedade.
Last Sacrifice, último volume da série Academia de Vampiros, de Richelle Mead, tem todos os elementos que tornaram apaixonantes os livros anteriores: muita ação, aventura, mistérios, romance. A mistura que tanto me agradou na escrita da autora norte-americana está presente também nesta obra, mas infelizmente não senti que tenha chegado perto de ser tão bom quanto os anteriores. Não, não me entendam mal. Eu amei! Mas amei porque eram meus personagens favoritos, minha história favorita, e porque me manteve grudada até a última página, como sempre.
Apesar de algumas boas surpresas – das grandes, para ser sincera –, o livro foi mais ou menos aquilo que eu já esperava. A solução para todos os conflitos iniciados nos “capítulos” anteriores, e mais uma sessão de erros e acertos de nossa protagonista. Tudo bem que a Rose nunca foi nada comum e que, mesmo com alguns vários atos falhos nos livros anteriores, ela erra sempre buscando aquilo que quer – e isso eu tenho que admirar. Gostei e não gostei do rumo que tomou a história. Que era aquilo que eu queria, era. Mas acho que poderia ter sido de outro jeito, menos doloroso. Só que, como eu já disse aqui, Richelle não economiza em sofrimentos para os personagens; ela destrói tudo, para depois consertar.
Neste livro, vê-se e compreende-se mais da magia do Espírito, os usuários deste, Strigois que voltam à vida. É possível compreender um pouco mais as atitudes de Dimitri no livro anterior e passar a não julgá-lo. É possível perceber a fragilidade de Adrian por trás de sua indiferença forçada. E é possível ver a força e a determinação, a fidelidade aos valores em que acreditam, por trás de cada personagem desta série.
E no final, senti como se não tivesse acabado. Pareceu mais uma reticência do que um ponto final. Para a Rose, com certeza já não há mais história; para a Lissa, talvez não. Mas não se pode dizer o mesmo para nenhum dos outros. Não há um final para o Adrian, não para o Eddie, não para a Sidney, e, definitivamente, não para a Jill. Como eu descobri mais tarde, é exatamente por isso que eles são os pontos centrais do Spin-off Bloodlines, que bom... preciso dizer que quero ler?!
Já sinto aquele vazio típico pelo fim de uma série que eu tanto amo, só não posso dizer que não valeu cada vírgula. Com certeza sentirei falta de meus personagens favoritos, mas fico feliz de saber que poderei revisitá-los sempre que quiser, pois essa é uma série que vale muito ler e reler.