Livy 12/05/2011
Um livro curto e grosso!
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Surpreendente. É assim que eu definiria o livro. De início eu tinha a impressão de que o livro seria uma comédia ou sátira, uma "novela". Mas me enganei.
Com uma narrativa inteligente e uma trama muito bem desenvolvida, Felipe Pena nos envolve na psique humana e nos sentimentos dos personagens.
De forma simples e sem rodeios nos mostra como "funciona" a mente humana com personagens que precisam de psiquiatra urgente! rsrsrs.
Brincadeiras a parte, gostei muito do livro. Vamos ser sinceros, a capa não chama a atenção, mas tem tudo a ver com o tema.
Uma coisa que eu acho que faltou, é a descrição de alguns personagens que foram um pouco vagas. E mais uma coisa, Felipe não nos poupa não! Sua linguagem é direta e em alguns momentos até explicita, em outras usando gírias, mas tudo dentro do contexto do livro, e da mente dos personagens. Adorei o jeito inovador de mesclar a psicologia com a narrativa do livro.
O mistério do crime, nos deixa loucos, a ponto de desconfiar de tudo e de todos. Uma sacada bem inteligente, foi no penúltimo capitúlo, em que o autor nos faz, por um breve momento, duvidar da certeza. Como ele mesmo diz no livro: "a única certeza é a dúvida e vice-versa".
Uma personagem de que gostei muito foi a Raquel. Se drama pessoal nos envolve e nos faz torcer pra que algo bom aconteça por ela. Ainda falando dos personangens, realmente o que você percebe é que cada um está mais preocupado consigo, e tem um sentimento que poderiamos dizer, define o livro e o titúlo "o marido perfeito mora ao lado", porque esses personagens não se contentam com o que tem, e buscam sempre "mais".
Uma outra coisa que devo ressaltar, e achei muito interessante foi os títulos dos capitúlos (casais, terapeutas, libido, ego, ansiedade, terapia, obsessão, compulsão, histeria, transferência, terapia, édipo, ética, terapia, perversão, aversão, diversão, terepia, loucura, sanidade, desejo, dor, terapia, fantasia, memória, narcisismo, angústia, persona, sublimação) UFA!
Vou colocar um trecho do livro, que ao meu ver, define bem o contexto:
"Desejar é um verbo intransitivo. O desejo é autônomo, autosuficiente, independe do objeto desejado. Não que o objeto não seja importante, mas ele é apenas secundário diante da pulsão, que nunca se satisfaz. Para toda demanda explícita existe uma outra, implícita, que é inalcançavel, pois sempre se renova. Por isso, nunca estamos satisfeitos. O carro do ano só vale se for o carro do ano que vem. Para um milionário, o importante é o milhão seguinte. Quem compra o primeiro apartamento, logo quer reformá-lo ou se mudar para um bairro melhor. A satisfação está no que falta, não no que existe. Postanto, a busca é eterna, não se realiza. "