Maxie 19/03/2010
Merecia um final melhor
Eu li este livro em apenas 2 dias. É uma daquelas histórias que te prende completamente.
O Protagonista Matt é um clone do grande comandante de um pequeno pais chamado Opium, que foi criado entre o antigo México e os USA. Quando jovem, o homem, chamado El Patrón chamou os governos do México e dos USA e lhes disse: “Vocês têm dois problemas, o tráfego de drogas e os imigrantes ilegais. Eu posso resolver ambos para vocês. Concedam-me um trecho de terra entre seus dois países e eu vou manter os ilegais fora de suas fronteiras e vou plantar drogas, mas prometo que elas não serão distribuídas em nenhum de seus territórios.”
Por incrível que pareça, os governos concordaram. Assim nasceu um império que durou mais de 100 anos. E como ele controlava os ilegais? Todas as pessoas capturadas recebem um implante no cérebro que as torna pouco mais do que zumbis, capazes apenas de obedecer ordens e cumprir tarefas pré-determinadas.
Usando partes de clones e outras tecnologias médicas, El Patrón conseguiu viver até 148 anos.
Nesta sociedade os clones são injetados quando bebês com uma substância que destrói as funções superiores de seus cérebros. Mas El Patrón preferia seus clones inteligentes para ter o prazer de olhar a si mesmo como ele era em sua juventude. E estes clones, educados e inteligentes, eram usados mais tarde para repor as partes de seu corpo que falhavam. Ele criou sete desses clones, Matt seria o último, a “nona vida” de El Patrón.
O livro segue Matt desde seu nascimento até seus 14 anos, mostrando sua relação com o mundo ao seu redor e a relação das outras pessoas com ele. Para esta sociedade, clones eram considerados animais, não-pessoas, coisas que podiam ser possuídas e destruídas á vontade.
O livro é muito bem escrito e vale a pena ser lido. Minha única ressalva é quanto aos capítulos finais. Fiquei com a sensação de que a autora não sabia como terminar sua história e acabou fazendo uma colagem. O final propriamente dito é absurdamente anti-climático. Fiquei com a sensação de que a autora criou um grande número de personagens e não sabia o que fazer com eles depois, então inventou um jeito de lidar com todos eles ao mesmo tempo. Sem falar em novos personagens importantes que surgiram do nada, no final do livro.
Foi como se ela tivesse escrito duas histórias diferentes, ou tivesse pensado o livro em dois volumes e depois teve que juntar as histórias em uma só. Ficou estranho, como um quebra-cabeça que não encaixou direito.
O livro merecia um final melhor.