A Mão Esquerda de Deus

A Mão Esquerda de Deus Paul Hoffman




Resenhas - A Mão Esquerda de Deus


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Vivi 10/08/2010

Quando a história se casa com o título, eu me caso com o livro!
Como já dizia Ken Watanabe: 'Se vc vai pro cinema com um manual completo de como assistir ao filme e o filme segue o manual de como um filme deve ser feito, isso não é entretenimento!' Na minha opinião, isso vale o mesmo para os livros.

O livro tem que ser surpreendente, te prender na história do início ao fim, te trazer material para comentar sobre e além disso, te pressionar a terminar e ao mesmo tempo te deixar triste por finalmente virar a última página.

A mão esquerda de Deus é exatamente assim! Apesar de ser um livro para meninos, cuja aventura sombria (e bastante violenta, devo acrescentar!) gira em torno de 3 meninos que fogem do Santuário onde eram torturados e tratados como animais desde pequenos, a história tem uma visão romântica que vai conquistar qualquer público romântico.

A história de Thomas Cale (o personagem principal) se passa numa época que teoricamente seria a Inglaterra dos tempos medievais (numa realidade paralela, óbvio), mas que poderia se passar tanto em Roma na era dos imperadores como na Mongólia junto com os seguidores de Genghis Khan! É atemporal e completamente real. Você percebe a sutileza dos detalhes em tudo que Cale vive. É fácil se identificar com os personagens!

Thomas Cale é um menino atípico, embora tenha a inteligência e força brutal heróicas comuns nos livros de 'guerreiros'. A diferença é que Cale é obscuro, não tem absolutamente nenhum carisma e faz inimigos com muita facilidade e foi ensinado a não confiar em ninguém. Algo nele chama muito a atenção das pessoas, mas não para o bem e isso te intriga o tempo todo. Vc acha que ele pode fazer uma coisa e ele acaba te surpreendendo.

Esse livro é o primeiro de uma trilogia (cujo detalhe só descobri quando estava terminando - para aumentar o meu desespero) e promete uma vasta sequência de informações sobre o passado de Cale e das manobras enigmáticas dos Redentores...

Alguém me falou uma vez que não gostava muito de livros que falavam de religião e que, por isso, temiam ler este. Devo dizer que apesar dos Redentores serem o equivalente aos padres na época da Inquisição, e o Santuário resguardar sentimentos sagrados pelo 'enforcado' que seria o equivalente a Jesus, e toda a história girar em torno de um rapaz que pode ser o 'Anti-Cristo' em pessoa... a religião é um mero acaso.

Peço desculpas pela audácia da resenha, mas não consegui me conter. Não posso me segurar quando vejo em minhas mãos o poder de divulgar um dos melhores livros que li nos últimos tempos! Eu realmente gostei muito e espero ansiosamente pela continuação... Mas admito que não é um livro de gostosa leitura no sentido da diversão. O livro é pesado e traz referências bastante fortes a assuntos que podem incomodar algumas pessoas. E digo mais: É sério quando afirmo que este é um livro para meninos. Hehe.

Mas, desde já, deixo bem claro: Quem gosta de ler livro bom, não vai se arrepender!
Dominique 21/08/2010minha estante
Queroooo lê-lo!!! Mais minha lista está cada dia mais extensa. O que fazer? Excelente resenha!!!


Marcel 18/12/2011minha estante
Tá na minha estante (real) só aguardando a oportunidade. Fiquei com mais vontade de ler! Boa resenha!


TSBovaris 27/01/2012minha estante
Estou pela metade do livro e até agora concordo integralmente com tuas palavras e emoção.


Alan Ventura 13/03/2012minha estante
Sensacional, se não fosse essa sua resenha, creio que jamais colocaria "A Mão Esquerda de Deus" em minha lista de desejados. Parabéns.


Leandro 16/12/2012minha estante
"A MÃO ESQUERDA DE DEUS" é fascinante...primeiro pelo cenário que se passa (ler sinopse) e depois pelo mistério que envolve o garoto chamado Thomas Cale e a sociedade dos Redentores...é um dos meus livros preferidos....


Sara Felippi 31/12/2012minha estante
droga!
Lá vou eu comprar MAIS UM LIVRO de Natal que faltou.
ahuauhhuahuauha

Valeu!bj


Sheila 19/01/2013minha estante
Caramba, que resenha convincente! Muuuuito boa. Indo à livraria do Shopping agora ver se encontro esse livro.


ComendoMiojo 16/06/2013minha estante
Ótima resenha, mas queria corregir uma coisinha. Ele não é um "anti-cristo", mas sim a parte "revoltada" de Deus para com a humanidade. Estou lendo o segundo livro As Últimas Quatro Coisas e logo no começo o Bosco fala isso pra ele. Mas ficou muito boa sua resenha, parabéns.


Vanuza 08/01/2023minha estante
Caramba. Supriedentemente bom




Fabio Pedreira 02/06/2020

Demorou um tantinho pra engrenar, mas engrenou
O Santuário dos Retentores é um local sagrado, nele os Lordes Redentores ensinam aos meninos que lá habitam, que eles devem honrar a memória do Redentor Sagrado ou então irão queimar pela eternidade no inferno.⁣

Tudo isso é posto através da violência, espancamento, torturas e outras crueldades. Além disso, ninguém tem a permissão de sair do local, os acólitos que fogem são "agraciados" com a morte.⁣

Mas as coisas se complicam quando três garotos descobrem muito mais do que deviam, e a fuga é a única esperança.⁣

A Mão Esquerda de Deus é o primeiro volume de Dark Fantasy lançada pela Suma. É um livro onde a crueldade humana é levada ao extremo. Impossível ler e não sentir raiva dos Redentores e seus atos.⁣

No início admito que o livro demorou um pouquinho a engrenar, mas depois ele tomou um rumo interessante. Ainda assim, não é um livro que - pelo menos nesse primeiro volume - conte com muita ação. E também não é uma fantasia com seres mágicos, mas nem por isso deixa de ser muito bom.⁣

Aqui a coisa é toda levada para o lado real, com estratégias de guerra e lutas de espada. O principal responsável por isso é o protagonista Thomas Cale, um jovem que consegue prever qualquer movimento de seu adversário, tornando-o praticamente uma arma viva.⁣

Envolvido em tramas políticas, batalhas e conspirações, A Mão Esquerda de Deus é um ótimo livro para quem gosta do gênero, recomendo.
Aline ig @escape.abacharel 02/06/2020minha estante
Gostei da resenha ??


Fabio Pedreira 02/06/2020minha estante
Vlw ???


Carola Shimoki 08/06/2020minha estante
?


Fabio Pedreira 08/06/2020minha estante
?




SerslaEX 05/08/2010

Quando alcancei a página de número 97 postei o seguinte comentário:
"Até agora uma narrativa repetitiva, pouco articulada e longe do esperado, alimentada apenas pela curiosidade de saber o que o jovem Cale carrega com ele... Espero que melhore da metade do livro em diante e se torne surpreendente como o esperado."
Infelizmente meu desejo não se realizou e o livro se mantém e termina (ao meu ver) da mesma maneira que começou; de forma insípida.
Talvez a minha impressão sobre o livro possa ter sido esta, uma leitura à muito aguardada e desejada, talvez pela mídia alardeando de tamanha forma o lançamento da obra, talvez, talvez...
O fato é que a mim, desagradou e longe do esperado, foi uma história a baixo da média, mas nem tudo esta perdido (mais um talvez), a jornada do jovem Cale esta apenas começando, porem como diz o dito popular: "Gato escaldado tem medo de água fria", o próximo número eu pego emprestado antes de comprar.
Rick 01/09/2010minha estante
Somos dois, vou pegar emprestado antes de comprar.
Eu, ao contrário, gostei do começo do livro. Um pouco depois da metade para o final, foi difícil para ler.


Araggorn 10/09/2010minha estante
É verdade. Leio sei lá quantos livros por mês e é difícil pra mim dar um nota ruim.
O livro parece sem vida. Como se o autor não soubesse dar vida e um perfil definido a cada um. A premissa da história fica em segundo plano.


Rafaela 28/10/2010minha estante
Comprei esse livro com uma grande espectativa...
Fiquei muito decepcionada, tinha tudo para ser uma grande historia, mas se tornou chata e repetitiva, tive uma grande dificuldade para terminar....
o proxima ediçao pego em uma troca ou emprestado.


TSBovaris 27/01/2012minha estante
O livro caiu em minhas mãos sem que eu esperasse ou tivesse expectativa sobre sua leitura, então talvez por isso esteja eu gostando, mas de fato é uma obra juvenil.


Leonardo 21/03/2013minha estante
Concordo... o Paul perdeu a chance de criar uma obra prima, já que a idéia é bacana...
Me irrita como ele explora mal momentos importantes da história os resumindo e prolonga certos fatos desinteressantes. ..


Ana Carol 18/04/2013minha estante
Eu tinha expectativas, pois a história tinha tudo para ser boa... mas fiquei com a impressão de que o autor não tem muito fundamento. Ele não insere o leitor aos poucos no mundo do livro, ele apenas inventa algo, do nada, quando acha que a história anda meio sem graça, como um contador de história faria para um ouvinte (será que deu pra entender meu ponto de vista?? rsrsrs). Como por exemplo, a primeira vez entre o Tomas e a Arbel, totalmente decepcionante, achei que ele iria explorar mais a relação difícil entre os dois. Enfim, não achei ruim, mas está longe de ser um dos melhores.




Renata CCS 09/12/2013

Faltou uma mão direita para Paul Hoffman

Gosto de literatura fantástica para “dosar” com a realidade (literária ou não), quando esta última chega a me deixar levemente embriagada. Um dos motivos para a compra de A MÃO ESQUERDA DE DEUS foi esta, além de ter encontrado uma promoção do tipo pague-um-leve-dois do mesmo autor. Neste pacote, arrematei também o segundo livro da trilogia ‘As Três Visões’ escrita por Paul Hoffman.

A história se passa em uma época não definida, mas que nos remete a um cenário medieval, e somos levados ao Santuário dos Redentores, um lugar isolado, desolador e violento, dominado pelos Lordes Redentores que devotam sua vida ao Redentor Enforcado que é uma espécie de santo e mártir. Além dessa devoção, os Redentores treinam militarmente meninos a partir de 7 anos para vencer uma guerra travada há séculos contra os hereges. Thomas Cale é um desses meninos que há muito tempo foi levado para aquele lugar. Aparentando 14 ou 15 anos e conhecendo apenas a violência e frieza dos Redentores, ele é o mais frio e indiferente dos garotos, porém muito inteligente, extremamente forte e sagaz. Após Cale presenciar uma atrocidade cometida por um dos Redentores, consegue fugir do Santuário com seus amigos Henri e Kleist, levando consigo a garota Riba que, supostamente, seria a próxima vítima do Redentor em questão. Como há um interesse especial por Cale pelo Redentor Bosco, os garotos passam a ser perseguidos enquanto vislumbram um mundo completamente novo fora das muralhas do Santuário.

O protagonista Cale está envolto de um ar sombrio, uma mistura de inocência e violência. Um herói contraditório que não tem medo de nada. Como desconhece o mundo dos homens fora do Santuário dos Redentores, não nutre sentimentos de amizade, alegria ou desejo. Livre, chega a se apaixonar, mas a sua relação com Arbell não é convincente, deslocado dentro do contexto da história, além de inverossímil para adolescentes, meio adulto e sexual. E não é só isso o que me incomodou neste livro. Os personagens são toscos, as reviravoltas são aleatórias e sem propósito aparente. Há momentos importantes onde faltou aprofundamento enquanto outros, sem relevância, são detalhados demais. Algumas relações humanas e políticas ficaram mal desenvolvidas ou exageradas, e muitas questões levantadas simplesmente caem no esquecimento.

O livro até possui uma boa história, mas a maneira do autor contá-la me causou certa indisposição com o todo. Longe de possuir o talento da escrita de Patrick Rothfuss, Paul Hoffman até ensaia boas passagens, mas não deslancha. Há um argumento latente muito bem pensado e situações atraentes, mas ambos não são bem utilizados pelo autor. Pelos rumos que a história vai tomando fica a impressão de que Hoffman muda de intenção várias vezes, nos encaminhando para outra direção simplesmente por ter deixado aquela ideia de lado.

Enfim, é uma narrativa que, se bem desenvolvida, poderia ter nos presenteado com uma boa história de fantasia, mas faltou a destreza necessária para Hoffman que, sem dúvida, não soube dosar a mão.
Jules 09/12/2013minha estante
O livro até prendeu a minha atenção no início, mas logo começa a ficar sem sentido, com uma narrativa bem confusa. Gostei de sua comparação com Patrick Rothfuss pq nem de longe se compara ao ótimo "O Nome do Vento".


Carol 05/01/2014minha estante
também estou achando muito chato


Lídia Souto 03/11/2016minha estante
Tbm tive a mesma sensação, principalmente com alguns personagens que começaram a ter atitudes tão inesperadas que de repente pareciam ser outros. A impressão é que o autor não se decidia quanto ao perfil psicológico deles. A premissa foi boa, mas a história não convenceu, não consegui nem terminar o primeiro livro. Quem sabe se ele tivesse condensado tudo em um único volume e trabalhado melhor a história...




Janaina Vieira - Escritora 12/06/2012

Gato por lebre.
Decepcionante! Comprei esse livro por causa da capa — super instigante — e do texto da orelha, mas infelizmente me decepcionei já nos primeiros capítulos e parei de ler. Recentemente retomei, na esperança de que a história deslanchasse, mas nada disso aconteceu.

O livro tem sérios problemas de tradução, que o revisor tb não arrumou, como expressões coloquiais descabidas, uma vez que tudo é narrado em terceira pessoa, o que não permite certas liberdades linguísticas. A história se pretende grandiosa e grandiloquente, mas não diz nada, não ensina nada, não acrescenta nada a coisa alguma. O texto é sofrível demais e a trama completamente previsível quando mergulhamos na leitura. Os personagens não são carismáticos, não envolvem e nem dão motivos para serem admirados ou até mesmo odiados.

A capa e o título prometem uma história sombria, misteriosa e forte, mas na prática nada disso acontece. Os Redentores, que parecem estar na trama para meter medo e pavor, parecem na verdade arremedos de vilões, pois da metade para a frente a narrativa se perde deles e envereda por outros assuntos pra lá de explorados na literatura de fantasia. E sem nenhum mérito, o que é pior.

Não indico a leitura desse livro a ninguém, muito menos as continuações, pois — pasmem — trata-se de uma trilogia!?
Amauri 07/02/2013minha estante
Expressa exatamente minha opinião. Historia boba, o arco do garoto na floresta não acrescenta nada a historia.




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Rafaela 28/10/2010

A Mão Esquerda de Deus
Nunca levei tanto tempo para ler um livro!!!
Falar que estou decepcionada...fato!!!
O livro conta a historia de Thomas Cale(14/15 anos), passou sua vida no Santuario(faz o inferno parecer um paraiso), com os Redentores(padres que são crias do capeta), os acólitos(assim são chamadas as crianças) sao treinadas, cruelmente, para a guerra do Fronte Ocidental. Acontece um evento no Santuario e Cale foge com Henri Embromador e Kleist, seus “amigos”. Cale e sua trupe sao capturados pelo cla Matterazzi, que domina grande parte das terras, elessao levados para Menphins, onde Cale conhece Arbell e se apaixona...
Ate ai a historia e legal, por isso ganhou duas estrelas, mas dai por diante, so Jesus salva!!! Cai na mesmice, lutas que poderiam ser tudo são narradas de modo insosso, inverossimel...uma luta muito aguardada era a de Cale com o Solomon, que foi rapida e insipida; como um cla como os Matterazzi, que são treinados na arte da guerra, podem perder o rumo na batalha final? e Arbel? Grande amor o dela!!!
Sei que ée uma trilogia, o primeiro livro e só uma apresentação...mas tinha tudo para ser excelente. Espero que a continuação não decepcione também.
Laís 08/02/2013minha estante
Concordo com vc, Rafaela...
Li esse livro e fiquei esperando algo q nunca aconteceu, minha impressão foi q eu perdi a alguma coisa... :/
A história em si é interessante, mas a narração deixa muito a desejar....




Albarus Andreos 03/01/2012

Prepare-se para ser maltratado!
A Mão Esquerda de Deus (Editora Suma de Letras, 2010) escrito pelo inglês Paul Hoffman, foi um livro muito difícil de resenhar. Difícil pela sua dualidade, hora boa e criativa, hora mal ajambrada e simplista, por ter passagens muito boas e soluções pífias no que se refere ao enredo. O livro narra a agonia de Thomas Cale, um jovem acólito de uma sanguinária seita de inspiração católico-medieval, com um viés crítico extremamente exagerado quanto à violência e a corrupção reinante entre seus “padres” (o uso de termos pejorativos, o apelo a rituais e o jargão católico é que sugerem a correlação com a Igreja).

O livro possui uma boa história (mas que se perde do meio em diante, com o romance entre Cale e Arbell Materazzi e uma história sem muito sal). Há um argumento latente muito bem pensado e um vocabulário muito rico, mas ambos não são realmente bem utilizados pelo autor/ tradutor em muitas passagens. Algumas são muito bem escritas, como aquela em que Cale enfrenta em luta singular Solomon Solomon, o expoente da casta dominante local, os Materazzi, mas há outras em que a coloquialidade (pelo menos na tradução da editora Suma) prejudica em muito a dramaticidade do enredo. O autor optou por construir um narrador que constantemente se comunica com o leitor, com perguntas tipo “...o que você acharia se tal coisa acontecesse?”, ou então com indefinições escorregadias como “...então ele achou que deveria fazer alguma coisa, seja lá o que fosse...”. Na minha opinião isso não soa bem, ensejando um raciocínio confuso que se choca com o narrador onisciente adotado à princípio, na obra.

Cale é surrado, humilhado, degradado e abusado tantas vezes enquanto esteve dentre as muralhas do Santuário (uma espécie de mosteiro onde foi levado desde criancinha) que não conseguimos imaginar como é que ele saiu dali uma pessoa normal (por mais anormal que se mostre depois, no transcorrer da trama, tal sua sagacidade, capacidade de luta e os momentos de non sense explícitos quando Cale se depara com objetos e palavras que nunca viu antes, devido ao isolamento a que os internos ao Santuário são submetidos). Aliás, o clima engendrado pelo autor não faz muito sentido mesmo: coisas que não combinam, como um exército extremamente preparado para o combate que sequer conhece o mundo exterior e o que pode ser comido ou não (de tão acostumado a comer lavagem, Cale constantemente vomita ao se deparar com um pedaço de bife na boca), ou a facilidade com que são descartados no rigor dos treinamentos, sendo que seria muito mais lógico tê-los vivos para enfrentar o inimigo (os Antagonistas, como são simplesmente descritos).

Paul Hoffman exagera tanto nestes maus-tratos que, mais uma vez, tira muito da credibilidade da trama. Um pouco menos de crueldade e sadismo seria mais plausível, dando-se aos Redentores um pouco mais de humanidade, o que nos remeteria simplesmente à loucura de aficionados e fanáticos. Do jeito que está deparamo-nos simplesmente como um antro homicida sem sentido, difícil de engolir. Não dá pra entender, na verdade, como é que o restante dos meninos (todos os acólitos no Santuário são meninos) simplesmente não tire a própria vida por não ter tido a sorte de morrer em alguma seção diária de espancamentos (e não são só as surras banais, a tortura psicológica também é brutal e desumana. Além disso, a comida é horrível e o sono pouco).

Hoffman quer sugerir que os garotos são submetidos à lavagem cerebral, o que não é plausível também, já que indo parar no Santuário tão pequenos, não precisariam de lavagem cerebral, mas apenas do condicionamento nos moldes dos preceptores já que o que é dito às crianças pequenas é assimilado por elas como uma esponja. Ficamos boiando, na verdade, procurando uma razão para tudo aquilo e pouco convence o argumento que “justifica” a crueldade por parte dos Redentores de que assim os “soldados” estariam mais aptos a lutar, assassinar e esquartejar sem temer o inimigo (e outras baboseiras do tipo). Algo simplista demais, na minha opinião, sem qualquer fundo plausível e necessário para agregar verossimilhança à narrativa. O autor abusa assim da nossa boa vontade como leitores e nos pede uma chance. Se você concordar então seguimos...

Cale dá o maior azar quando descobre um Redentor fazendo uma atrocidade danada em meninas (que, sabe-se lá Deus como são enfiadas na história) e o mata, mesmo depois de ter passado dez anos refinando sua habilidade de permanecer impassível e cuidando do próprio rabo, levando tapa na cara e controlando sua fúria ninja-budista-master-jedi. Aí tem de fugir e leva a menina que sobrou e mais dois companheiros de treinamento/ maldição junto dele. Mas ao cair no mundo externo ao Santuário, veem-se em um ecossistema totalmente estranho, Memphis, a cidade em que chegam após a fuga e ficam por aí, se muito mais o que fazer. Talvez o autor peque por isso, já que não temos um objetivo maior na trama. A história por si, não acolhe os seus argumentos iniciais e os utiliza para armar uma trama interessante depois. Tudo o que vimos até aqui não é depois utilizado para agregar valor. Ficamos num lenga-lenga cansativo, o namorico de Cale a raiva dos Materazzi, e a história não anda.

Hoffman até ensaia boas passagens, mas não deslancha (estranhamente, já que fica evidente que sabe escrever). Cria situações atraentes mas, incompreensivelmente, não desembocam em mais passagens boas e se perdem como se ele não soubesse onde chegar. Na verdade, os rumos que a história toma parecem mostrar que o autor titubeia e muda de intenção várias vezes. Parece que estamos nos encaminhando para uma direção quando ele simplesmente deixa aquela ideia de lado.

É a maneira do autor contar a história que me causou tanta indisposição com o todo. O texto, se bem desenvolvido, poderia ser muito melhor mas, definitivamente, faltou uma mão direita para Hoffman e o resultado parece-se muito com o amadorismo de um escritor a quem ainda falta a destreza necessária (desculpem os trocadilhos mas não pude evitar!). Aquela velha máxima repetida para autores iniciantes de que “menos é mais” (ou seja: "escreva com mais simplicidade e economia textual para atingir um resultado mais claro e preciso") se mostra definitivamente inadequada aqui. Afinal, escrever não é só acertar onde por as vírgulas e acertar o gênero das falas, mas criar um mundo e quanto melhor e mais detalhadamente o fizermos, melhor a criação!

Os personagens são de uma planura tosca, as reviravoltas absolutamente aleatórias e sem propósito. Perde-se tempo demais falando em comida, em como os Materazzi e os Redentores são exímios, mas na hora do “vamo-vê”, são completamente subjugados pelo super-herói Thomas Cale, ainda um adolescente, que é capaz de matar oito guerreiros Redentores que deveriam ser homens treinados e capazes (como o método de treinamento sugere) e fazer os Materazzi de bobos, com sua habilidade de luta inacreditável. Mas ai surge uma explicação para a perícia sobre-humana do herói: ele teria sofrido um ferimento na cabeça que lhe deu um reflexo extraordinário, podendo antecipar os movimentos do inimigo, mais ou menos como o Homem-Aranha (bater a cabeça faz isso tudo???).

Tudo o que o autor constrói de interessante no início, de repente vira um romance interminável onde Cale descobre finalmente o que é amar (aprendeu sozinho, embora nunca, em nenhum dia de sua vida pregressa, tenha sido tratado sequer com respeito, o que deveria tê-lo transformado em um animal; onde soube o que é o amor eu não consegui descobrir. O detalhe é que ele se apaixona por uma pessoa do sexo oposto (ufa!), já que, até uns dias antes, ele sequer havia visto uma mulher de verdade!). Bizarro como o apelo sexual pelo sexo oposto simplesmente aconteceu “pelo destino inexorável da natureza humana”.

IdrisPukke (assim mesmo, sem espaço ente o “s” e o “P”) é um mistério, não por ser um personagem misterioso, mas porque não dá para entendê-lo, saber a que veio ou seu caráter. É um general que passou por reviravoltas estapafúrdias que hora o mostram como um bom conselheiro, hora um bufão. Estranho...

Riba é inacreditável como os demais mas parece mais condizendo com alguém confinada do mundo externo e que um dia se vê nele. Patética (por se achar linda embora seja vista por todos como “gorducha”), parece se sair bem demais na função de “embelezadora” das garotas Materazzi. Só não dá para entender como é que o autor as define como lindas e deslumbrantes se precisam de uma “embelezadora” alienígena para isso (já deveriam ter os próprios métodos e as próprias “embelezadoras”, certo? Portanto, tratar a outra como inadequada ou extravagante, deveria ser a regra). Apesar disso, Riba se dá muito bem...

E os médicos... Hoffman se refere a eles apenas para ressaltar o quanto são incompetentes, e até Cale, um tosco que cresceu à base de pancadas, parece saber mais sobre como curar feridas!

Hoffman, sem dúvida, não sabe dosar a mão.

O tropeço do escritor se ressalta quando faz pessoas inadaptadas (Como Cale, Kleist, Henri e Riba), que deveriam ter uma dificuldade muito grande em se dar bem por alguma razão, saírem-se muito melhor que a maioria de nós na mais variadas situações como se imbuídos de um dom especial. São, portanto, personagens altamente incríveis (no sentido de não serem críveis...).

Na capa, abaixo do nome do autor, podemos ver as costumeiras críticas que acompanham estes romances de fantasia: “O seu portal dourado para o desconhecido” diz o Daily Express. Já o Daily Telegraph diz “Visceral e envolvente”. Parecem frases feitas que eles simplesmente copiam e colam em todos os livros. Enfim, não o aconselho a ninguém que queira um bom livro de fantasia para passar uma tarde chuvosa e muito menos para aqueles que queiram degustar um livro como rezam os bons preceitos da escrita. A Mão Esquerda de Deus é uma obra realmente canhestra (ops... olha outro trocadilho aí).
nerito 27/01/2012minha estante
E olha que você nem citou os erros crassos do próprio autor, que chega a errar nomes de personagens (seria a tradução?) e até mesmo muda a cor dos olhos da Riba. E esse foi só um exemplo...




Aline.Momm 01/08/2021

Bom para quem gosta do gênero, não funcionou para para mim.
É um livro com tema interessante, a história prometeu muito, tanto que foi a sinopse que colocou muita expectativa em mim.
Tiveram alguns momentos em que a leitura fluiu um pouco, lá pelos 60% do livro, mas logo parou novamente.
Achei bem monótono e repetitivo o fluxo da história inteira (principalmente das batalhas). Até os diálogos não foram tão interessantes, para mim.
Não consegui me apegar a nenhum personagem (o único que mais gostei foi IdrisPukke), e nem ao romance.
Enfim, a história não me prendeu já que em nenhum momento eu fiquei curiosa sobre o que viria a seguir e não aconteceu nenhum plot twist interessante.
Estou em dúvida se lerei o segundo livro (que já tenho comprado)
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Samyta 24/06/2010

Surpreendente
Por mais que a temática não seja do tipo que eu gosto, não consegui parar de ler esse livro.
Paul Hoffman ganhou o meu respeito pela forma como construiu a narrativa, conseguindo manter o clima de dúvida e instigando o leitor a querer saber mais sobre a história e a índole de Cale, o protagonista.
É violento e forte em sua maioria, mas tem também um punhado de amor romântico e sentimentos nobres como amizade, lealdade e fé.
Gostei muito!
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Wagner Lemes 15/06/2011

A premissa de "A Mão Esquerda de Deus" realmente é muito boa mas o livro não convence.Cansativo, com personagens sem um pingo de carisma além de ter as piores descrições de batalhas que eu já li.O autor tenta dar um clima sombrio ao livro mas o efeito é o contrário,alguns trechos beiram o ridículo.Passarei longe da continuação dessa obra.
Mateus 09/07/2011minha estante
Pode deixar que vou passar longe desse livro xD




Camila Aranha 04/11/2020

Livro de fantasia sobre guerra e estratégia. É um livro interessante, pra quem gosta do gênero vai gostar bastantes. Achei que existem alguns erros de continuidade e talvez erros de tradução. Em certo momento diz que numa guerra um está a 800km (???) do outro, e eles correm de cavalo e a pé em direção ao outro para de atacarem. Não faz nenhum sentido percorrer 800km para isso. Se estivessem de carro, demorariam 8h pra chegar um no outro, quem dirá a pé e a cavalo.
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Thiago 01/07/2010

O livro começa prendendo a atenção, mas logo começa a ficar sem sentido, sem objetivo na história. Nem de longe se compara a Senhor dos Anéis! Me decepcionei.
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Leandro 21/09/2014

Uma mão sem dedos
Sendo direto, A Mão Esquerda de Deus é uma trilogia fraca e foi largamente criticado pelas suas falhas (vide as críticas feitas pelo The Guardian e The Telegraph). Incoerências, enredo e personagens mal trabalhados e até um pouquinho de falta de criatividade é o que se encontra nas páginas dessa obra.

Bom, pelo menos a capa é bem bonita!

Thomas Cale, o protagonista da história, é um dos melhores exemplos para a incoerência e superficialidade dos personagens. Paul Hoffman mais fala do que mostra com Cale. Apenas joga os fatos em cima do colo dele como forma de criar uma personalidade e muito coisa fica pouco convincente, bastante artificial. O romance dele com Arbell é um bom exemplo.

Claro que há alguns personagens interessantes e, numa certa maneira, até bem construídos como IdrisPukke e Henri Embromador, porém quando se olha para o quadro geral, grande parte dos personagens é bem superficial ou sem qualquer carisma (o próprio protagonista sofre bastante desse mal).

Quanto as incoerências, isso é o que não falta, principalmente quando o assunto é exaltar Cale para criar uma personalidade cativante ou os Redentores. Médicos que não conseguem curar feridas, um exército poderoso (Matterazzi) que é derrotado numa única batalha por um exército de Redentores muito menor e menos equipado (coisa que acontece nos livros seguintes também), etc. O autor, tal como faz com Cale como eu disse logo acima, apenas lança esses fatos para mover o enredo e o resultado fica bem forçado.

E se formos considerar a trilogia como um todo, a qualidade não muda. Há momentos bons aqui e ali, mas no geral, permanece a mesma história confusa, incoerente e com pouca criatividade.

Recomendo? Absolutamente não!
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Rubem 24/12/2014

Salada de frutas sem gosto
Pessoal, isso é um livro bem adolescente, não cometam meu erro, principalmente se vocês estão mal acostumados com Game of thrones e Malazan book of the fallen. O autor desesperado pra tentar causar algum impacto no leitor pede o tempo todo que se reflita sobre algo(geralmente coisas bem superficiais). Corre com a narrativa e não desenvolve personagem nenhum e isso inclui o protagonista que é um dos piores já criados. Realmente não estou entendendo tanta resenha positiva(que inclusive foi o que me manteve lendo até o final do livro, pensando que haveria alguma reviravolta para compensar o livro). Se vocês esperam tramas complexas corram desse aqui!
Leandro 17/01/2015minha estante
Se um dia você descobrir a razão, me conta porque eu também não entendi esse monte de 5 estrelas




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