Malone Morre

Malone Morre Samuel Beckett




Resenhas - Malone morre


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arthur966 23/01/2022

viver. falo disso sem saber o que quer dizer. tentei sem saber o que estava tentando. talvez tenha vivido, afinal, sem saber.
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Na Nossa Estante 31/10/2016

Antes de mais nada gostaria de avisar: escrever sobre Malone Morre não foi um exercício fácil. Samuel Backett abriu mão de todos os artifícios tradicionalmente facilitadores da leitura, o texto não é divido em capítulos, os parágrafos são longos, nem sempre ele respeita as regras da gramática em um texto difícil de adjetivar.

Nele conhecemos Malone, um homem já idoso, doente, preso em uma cama de um lugar indefinido, pode ser um hospital, asilo, manicômio, casa de repouso... Ele não sabe onde se encontra, nós também não sabemos. Estando em dias de morrer, Malone se mune de lápis e caderno e para preencher seu tempo ocioso escreve o inventário de seus poucos bens e histórias aleatórias sobre personagens igualmente aleatórios, os quais podem ter ligação com seu passado ou não.



Nada é claro ou óbvio em Malone Morre. Se as histórias contemporâneas pecam pelo excesso de explicações, os autores e autoras constantemente fazendo questão de explicar milimetricamente ao leitor todas as suas intenções ao expor seus personagens a essa e aquela situação, Beckett não libera nada. Há ao nosso dispor apenas o personagem principal e sua viagem psicológica através das histórias absurdas criadas por ele, as descrições milimétricas do quarto onde vive, a paisagem vista de sua janela, os seus pertences. Se tudo aquilo tem significado implícito, se há alguma critica a realidade, se cabe problematização ou não, se há sentido para tudo isso... Bem... Cabe ao leitor a responsabilidade de ligar os pontos, procurar sentidos, descobrir se há genialidade na história realmente ou os elogios ao autor são vazios e o "Imperador está nu"¹.

Para mim, evidente mesmo no texto de Samuel Beckett são sujeitos marginais: pobres, mendigos, doentes, subempregados, habitantes daquele mundo existente abaixo da linha da pobreza. Ele aborda o cotidiano dessas pessoas de uma forma muito crua, assertiva, sem dramas, sem aquela romantização da vida tão corriqueiramente feita para arrancar lágrimas de nosso coração sensível. A vida, ou a sub-vida, dos miseráveis emerge da narrativa de Beckett como o que é: ABSURDA.

Todas as histórias contadas por Malone, quer façam parte do seu passado ou não, são absurdas. O próprio Malone e seu inventário de objetos pessoais equilibrados entre souvenir e lixo, esse homem idoso isolado em um quarto de um local desconhecido a ele mesmo, imobilizado em um cama sem contato com qualquer ser humano, é um absurdo. Malone Morre é chocante, cru, ABSURDAMENTE REAL, palpável, encontrável em qualquer esquina... Como pode??!?!?

Dito isso, preciso admitir, as 128 páginas de Malone Morre me soaram tão pesadas quanto por exemplo as mais de mil páginas de Os miseráveis. A temática dos dois livros são semelhantes, divergindo apenas quando Victor Hugo te mata de tanto chorar e Samuel Beckett só te deixar "absurdada" no canto, pensando em o quanto a vida é absurda.
____________________________

Notas:
¹ Referencia ao clássico conta de Hans Christian Andersen "A nova roupa do Imperador".

site: http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2016/10/malone-morre-resenha-literaria.html
Michel 25/06/2019minha estante
Gosto de ler boas resenhas e a sua está ótima. Precisamente as mesmas sensações que tive ao término desta leitura. Gosto de acompanhar bons resenhistas, pois sou um eterno aprendiz... Estarei visitando o site e seguir seus trabalhos.

Abraços!!




André Vedder 05/12/2020

Denso...
Minha primeira leitura de Beckett e a experiência foi boa, mas não inteiramente. Faltou algo. Talvez maturidade minha para compreender melhor a proposta do autor.
Mas o fato é que o enredo gira em torno de um personagem que se encontra em um quarto, debilitado e isolado, e tudo são divagações, histórias, lembranças (reais ou inventadas) que o autor vai nos passando.
É um livro curto, mas em compensação muito denso e amargo. Beckett não propõe explicar, mas sim nos joga em um emaranhado de especulações de onde nos brinda com ótimas passagens que fez valer a pena a leitura.

"O medo da queda faz fazer tolices. É um desastre. Revivê-lo, refletir sobre ele e tirar lições, é sem dúvida o que tenho de melhor a fazer no momento. É dessa maneira que o homem se distingue dos primatas e vai, de descoberta em descoberta, sempre mais alto, rumo à luz."
Valeska 08/07/2021minha estante
É uma trilogia. O primeiro é Molloy. Talvez devesse ter lido Molloy primeiro, para uma melhor compreensão.


André Vedder 09/07/2021minha estante
Eita, não sabia Valeska. Obrigado.




Loren 06/02/2017

Quando a edição faz a diferença
Eu não conhecia Samuel Beckett, e não conheço a proposta / corrente literária do qual o autor faz parte. A edição da Folha de São Paulo o descreve como "um dos maiores escritores da segunda metade do século XX", ganhador do prêmio Nobel de 1969, e sem grande introdução à obra em si.
Existem livros que não dependem de introdução prévia, de informação sobre o autor e contexto da obra, ou da boa vontade do leitor.
Este não é um desses livros.
Uma história curta, não convencional, e que oscila entre momentos em que o leitor se vê afetado pela narrativa, e outros - muitos outros - em que não é possível o mínimo envolvimento com a obra.
Aqui fariam toda a diferença textos de apoio que preparassem o leitor para o conteúdo do livro, que o contextualizassem historicamente, para que este pudesse ser absorvido no que tem de melhor para oferecer. Em suma, colocassem o leitor no estado de espírito necessário para Malone morre. Sem isso, é uma edição crua, que provavelmente só será plenamente aproveitada pelos já iniciados em Beckett.
Matheus.Rocha 19/12/2018minha estante
concordo com tudo que você disse. O livro não é, nem um pouco, envolvente.


Michel 25/06/2019minha estante
De fato, eu o classificaria como consequencial, não serve como leitura iniciante do autor, o que foi o meu caso...




Rafael 06/12/2021

"... há peras que só amadurecem em dezembro."
Malone morre está longe de ser um livro fácil de ler. Algumas partes chegam a causar tédio, o mesmo sentimento que acomete o personagem principal, por diversas vezes, ao longo desse pequeno livro. São poucas páginas. Acredito que as primeiras são as mais difíceis e as mais confusas. Malone, se esse é o seu real nome, está em um quarto, preso em sua cama, com poucos pertences disponíveis, dentre eles um bastão que permite acessar a sua comida e o seu penico, para as necessidades mais básicas, um lápis desgastado e um caderno em mau estado, o qual serve para narrar seus devaneios e registrar suas histórias relacionadas (ou não) a sua vida. Sua morte é questão de tempo e sua memória é bastante falha. Como na maior parte das histórias em fluxo de consciência, o leitor é desafiado a concluir o livro. Confesso que havia abandonado essa obra na primeira tentativa de leitura! Mas, com a sua retomada, acabei sendo surpreendido positivamente com a parte final do livro, em especial com o romance de Molly e Saposcat, digo, Macmann, personagens das histórias narradas por Malone, que se deparam com uma paixão súbita na reta final de suas vidas. A frase destacada no subtítulo dessa resenha é usada pelo autor para se referir a esse relacionamento tardio.
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roses in winter 11/02/2024

Malone morre - 2024
Achei bem paia e confuso, que bom que é um livro curto.
não gostei e não recomendo também, duas estrelas.
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Pandora 14/10/2016

Antes de mais nada gostaria de avisar: escrever sobre Malone Morre não foi um exercício fácil. Samuel Backett abriu mão de todos os artifícios tradicionalmente facilitadores da leitura, o texto não é divido em capítulos, os parágrafos são longos, nem sempre ele respeita as regras da gramática em um texto difícil de adjetivar.

Nele conhecemos Malone, um homem já idoso, doente, preso em uma cama de um lugar indefinido, pode ser um hospital, asilo, manicômio, casa de repouso... Ele não sabe onde se encontra, nós também não sabemos. Estando em dias de morrer, Malone se mune de lápis e caderno e para preencher seu tempo ocioso escreve o inventário de seus poucos bens e histórias aleatórias sobre personagens igualmente aleatórios, os quais podem ter ligação com seu passado ou não.

Nada é claro ou óbvio em Malone Morre. Se as histórias contemporâneas pecam pelo excesso de explicações, os autores e autoras constantemente fazendo questão de explicar milimetricamente ao leitor todas as suas intenções ao expor seus personagens a essa e aquela situação, Beckett não libera nada. Há ao nosso dispor apenas o personagem principal e sua viagem psicológica através das histórias absurdas criadas por ele, as descrições milimétricas do quarto onde vive, a paisagem vista de sua janela, os seus pertences. Se tudo aquilo tem significado implícito, se há alguma critica a realidade, se cabe problematização ou não, se há sentido para tudo isso... Bem... Cabe ao leitor a responsabilidade de ligar os pontos, procurar sentidos, descobrir se há genialidade na história realmente ou os elogios ao autor são vazios e o "Imperador está nu"¹.

Para mim, evidente mesmo no texto de Samuel Beckett são sujeitos marginais: pobres, mendigos, doentes, subempregados, habitantes daquele mundo existente abaixo da linha da pobreza. Ele aborda o cotidiano dessas pessoas de uma forma muito crua, assertiva, sem dramas, sem aquela romantização da vida tão corriqueiramente feita para arrancar lágrimas de nosso coração sensível. A vida, ou a sub-vida, dos miseráveis emerge da narrativa de Beckett como o que é: ABSURDA.

Todas as histórias contadas por Malone, quer façam parte do seu passado ou não, são absurdas. O próprio Malone e seu inventário de objetos pessoais equilibrados entre souvenir e lixo, esse homem idoso isolado em um quarto de um local desconhecido a ele mesmo, imobilizado em um cama sem contato com qualquer ser humano, é um absurdo. Malone Morre é chocante, cru, ABSURDAMENTE REAL, palpável, encontrável em qualquer esquina... Como pode??!?!?

Dito isso, preciso admitir, as 128 páginas de Malone Morre me soaram tão pesadas quanto por exemplo as mais de mil páginas de Os miseráveis. A temática dos dois livros são semelhantes, divergindo apenas quando Victor Hugo te mata de tanto chorar e Samuel Beckett só te deixar "absurdada" no canto, pensando em o quanto a vida é absurda.
____________________________

Notas:
¹ Referencia ao clássico conta de Hans Christian Andersen "A nova roupa do Imperador".

site: http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2016/10/malone-morre-resenha-literaria.html
Walkí­ria Silva 13/04/2018minha estante
undefined


Pandora 14/04/2018minha estante
Como?


Walkí­ria Silva 14/04/2018minha estante
Oi, Pandora! Esse "undefined" às vezes aparece quando abrimos a resenha para ler, mesmo sem digitarmos nada, não sei o motivo também. Rsrs. Eu estava olhando as resenhas sobre esse livro
ontem.


Walkí­ria Silva 14/04/2018minha estante
Livro ontem*


Pandora 14/04/2018minha estante
Aaaah! Entendi!


Walkí­ria Silva 14/04/2018minha estante
:)




BJekyll0 26/04/2020

"Não vou falar de meus sofrimentos.
Metido no mais profundo deles, não sei nada.
E aí que morro, à revelia de minha cerne estúpida.
O que se vê, o que grita é se agita são os restos. "
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EduardoCDias 05/05/2020

No mínimo estranho...
Livro nada fácil, onde um homem idoso, doente, se encontra preso em um quarto desconhecido, adivinhando sua morte em breve. Para passar o tempo mais rápido se põe a contar histórias absurdas e a fazer um inventário de seus parcos pertences, alternando lucidez e loucura, presente e passado.
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ClaudiaOSimoes 26/09/2012

Uma leitura pesada mas fácil
O narrador desta história está preso a uma cama, num hospital ou sanatório, essa informação não é específica. Começa por dizer que vai morrer, desabafando que não lhe sobra muito tempo. Malone vai descrevendo aquilo que vê, aquilo que sente em relação à vida e à morte. Malone observa outro rapaz e a sua família relatando o que acontece num caderno com um lápis. É um livro triste, com excertos maravilhosos. Citação: “Nada é mais real que nada”. Não é uma leitura fácil, completamente diferente do livro “À espera de Godot”. Este livro faz parte de uma trilogia, sendo este o segundo. Não li os outros, brevemente não pretendo ler, quem sabe no futuro. Uma leitura emocional e um tanto pesada.

Samuel Beckett é um autor extraordinário, uma agradável surpresa. Vale a pena conhecer.
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Adriana Scarpin 01/07/2016

De fato, este livro é estruturalmente brilhante (e aí também descobrimos qual foi a inspiração literária para Dalton Trumbo escrever Johnny Got his Gun), mas alguma coisa não me fez gostar tanto dele quanto Molloy.
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17/11/2016

Li esta edição procurando o trecho abaixo, mas não encontrei. Parece-me que este trecho é da tradução de Paulo Leminsky.
"Levei um tempão para encontrá-lo, mas eu o encontrei. Como o reconheci, não tenho a mais vaga ideia. E o que poderia tê-lo mudado tanto ? A vida, quem sabe, as tentativas de amar, de comer, de escapar dos que querem vingança. Escorrego para dentro dele, sem dúvida na esperança de aprender alguma coisa. Mas são camadas geológicas sem restos fósseis nem vestígios. Acabarei achando vestígios nesse terreno. Foi no coração da cidade que o encontrei sentado num banco. É quase um velho agora. Como o reconheci ? Pelos olhos, quem sabe ? Não, não sei como o reconheci, não vou me retratar de nada. Talvez nem seja ele. Pouco importa. Agora, ele é meu. É um ser ainda vivo e, é inútil dizer, do sexo masculino; vive essa vida crepuscular que é como uma convalescença, se é que minhas lembranças são minhas , e que você saboreia perambulando depois do sol, ou sob a superfície, nos corredores do metrô. Em volta, há o fluxo dos fodidos da vida, comprando passagens, carregados de bagagens, eternamente ali onde não é preciso, no momento em que não é preciso estar." ( Malone Morre. Samuel Beckett).Tradução de Paulo Leminsky. Círculo do livro.
Juliana 13/04/2018minha estante
Página 57 com esse final traduzido como "Por toda parte é a multidão dos de saco cheio, pegando as passagens, carregados de malas, eternamente lá no lugar errado na hora errada."




Ana 12/01/2023

A morte como único destino certo.
Malone Morre foi publicado em 1951 e é o segundo volume do que se considerou chamar a trilogia do pós-guerra do escritor irlandês Samuel Beckett. Aqui temos um senhor que não sabe onde está, não sabe quem é, não sabe que idade tem e nem como foi parar nesse lugar. É narrado em primeira pessoa e como este narrador está confuso e com falhas na memória ficamos completamente perdidos durante a narrativa que é considerada aporética, ou seja, cheia de aporias, questionamentos sem solução, becos sem saídas. Ele entra em muitas contradições, começa um assunto e depois o esquece, divaga em tom existencialista e absurdista, sobre a falta de sentido da vida, como a existência é absurda e na verdade não existe propósito nem possibilidade de entendimento dela. O que temos certeza aqui é que ele vai morrer, como já diz o título, está velho e a demonstração da decrepitude do seu corpo e de sua memória intercalam entre a piedade e o cômico. É quase como se ele tirasse sarro da sua condição porque sabe que em algum momento todos passarão por isso. É difícil de acompanhar sua linha de raciocínio porque ela é confusa e mistura passado e presente. Me lembrou Memórias do Subsolo do Dostoiévski. Foi meu primeiro contato com este autor e definitivamente não recomendo começar por este. É um autor difícil que necessita de releituras e estudo. Sinceramente, não foi uma experiência agradável.?
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Erika 08/11/2018

Claustrofóbico
Fica claro que no fim resta nada... só histórias.
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Michel 14/08/2019

Um autor que ainda não descobri
Se você costuma usar resenhas de livros como orientação e sugestão de leitura, creio que esta não lhe servirá de nada. Menos ainda atente-se à pessoalidade da nota inserida ao término da mesma. Sim, pois talvez eu tenha cometido o equívoco venial de começar a ler Samuel Beckett por este MALONE MORRE. Trata-se aqui de uma obra subjetiva e multifacetada, que embora eu aprecie bastante o estilo, esta me foi uma leitura demasiado esgotante.

A trama é narrada pela personagem do título; um homem velho, moribundo, aparentemente debilitado e preso a uma cama de um confinamento que pode ser um hospital, manicômio ou similar. O cara possui apenas sua visão limitada do quarto, uma janela com restrita permissão visual, alguns poucos pertences os quais ele usa um lápis para escrever sobre aleatoriedades e, acima de tudo, suas infindáveis incertezas.

Malone não sabe onde se encontra, muito menos sabe dizer qualquer coisa sobre si mesmo com plena convicção. Externaliza seus pensamentos de maneira desordenada e é exatamente isso o que resume a leitura de seus relatos: desordem e mais desordem. Encontrar instantes de coerência ou permissividade aqui é algo incerto, talvez impossível. Samuel Beckett mantém a linguagem hermética por toda a trama, não nos fornecendo nada e encerrando de forma igualmente enigmática.

Por toda a leitura eu tentei alcançar o escopo psicológico do narrador, um homem claramente desprendido de qualquer forma de absolutismo, condição geralmente compreendida por aqueles que se encontram em situações similares a da personagem: o flerte progressivo e determinante da finitude.

Seus relatos começam com certa lógica, mas logo descaem para o absurdo. Quando descreve lugares, pode-se intuir tanto como uma visão distorcida do ambiente como uma mera metáfora. É notório como praticamente tudo e todos são sofríveis, personagens em limites extremos, insanos, feios, excluídos. Outras vezes somos remetidos aos arquétipos propositais do narrador, ou suas lembranças nebulosas e pouco confiáveis, ou estamos mesmo diante da tentativa de se narrar a miséria do ponto de vista de um miserável do modo mais cru que já li na vida.

Por vezes eu tive que fazer pausas por imaginar que havia perdido o foco da atenção. Relia, muitas vezes, páginas inteiras já lidas e a desordem perdurava imponente na minha cabeça. Contudo, durante toda a leitura havia um elemento que jamais se afastava de mim: a noção da indigência do ser. Seja a indigência do próprio narrador, de suas desafortunadas personagens ou de nós leitores, determinados a seguir acompanhando com nossa precária falta de percepção do que nos é mais acessível: a condição da penúria.

Seja lá o que Samuel Beckett quer nos passar com seu MALONE MORRE, a mensagem incutida na obra certamente me escapou. O fato é que em nenhum momento a trama segura na mão do leitor; é como se ela nos dissesse: terás que percorrer sozinho o vale dos indigentes. E faltou-me maturidade para tal.

MALONE MORRE é uma leitura complexa e inclemente que até mesmo a gramática parece querer nos confundir. Não é inacessível, mas carece sobriedade e desprendimento. Difícil de ser recomendada por seu teor sugestivo e impossível de ser resenhada... Enfim, esqueça tudo o que disse aqui.

site: Outras resenhas no site: https://dimensaoreluzente.blogspot.com/
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