Anita Blanchard 25/01/2014“Ain’t you jus’ darlin’?”Eu não sou uma pessoa de contemporâneos, sejam eles YA ou adultos. Ninguém nunca vai me surpreender lendo um Nicholas Sparks ou uma Sarah Dessen da vida. Mas vez ou outra algum contemporâneo me chama a atenção, como foi o caso de “Anna e o Beijo Francês” (tão adorado, que eu tive de ler, e também adorei!) e de “The Statistical Probability of Love at First Sight” (engraçadinho, mas não tão marcante quanto o primeiro). Cheguei a “Sloppy Firsts” pela resenha da Nathalia C no blog Nem um Pouco Épico, conhecido carinhosamente como NUPE, que me conquistou pelos trechos selecionados do livro. E acabei ficando na mesma que ela: eu quero ser amiga da Jessica Darling porque ela é demais!!
E sobre o quê é a história? Sobre Jessica Darling, 16 anos, tentando se achar, tentando se conhecer. Simples e doce assim (tudo bem, às vezes, nem tão simples e doce assim!). Ela tem que lidar com a perda da melhor amiga, que se mudou de cidade, e com “amigos” na escola com os quais ela não tem nada em comum, e com uma família que não a entende; todos esperando que ela seja algo que ela não é. Numa situação como essa, resta a Jessica a escolha de lutar contra si mesma e tentar se encaixar ou lutar contra as expectativas dos outros e arriscar ficar sozinha.
Em algumas partes eu confesso que fiquei incomodada com o modo preconceituoso como a Jessica via as outras pessoas, se achando superior a elas; toda vez eu tinha que fazer um esforço mental para me lembrar que ela tem 16 anos, e quem nunca julgou as pessoas dessa forma aos 16? E aos 20? E aos 30?... Mas, conforme a história caminha, e a Jessica vai deixando seus sentimentos mais claros aos outros, ela vai percebendo também que ninguém é só aquilo que ela pensava ser, está todo mundo no mesmo barco, aos tropeções, tentando se achar, até o Paul Parlipiano!
Apesar de todas as dúvidas e desencontros dessa fase, a narrativa do livro é muito gostosa, divertida e leve. Temos somente a visão da Jessica escrevendo como se aquilo fosse um diário, com direito a cartas para a amiga Hope, que está longe. Há uma passagem em que ela reflete sobre quem poderia estar lendo aquele relato, se seria ela mesma mais velha. Dá vontade de dizer: “Somos nós, Jessica, por favor, conte mais!”. A idade da personagem principal faz com que a narrativa tenha muitas gírias e abreviações que te deixam completamente perdida, às vezes, pois a leitura, infelizmente tem de ser em inglês, uma vez que ele não foi publicado no Brasil. Mas nada que te faça querer desistir.
O “par” da Jessica no livro é totalmente diferente do que você esperaria ver em um YA, ele definitivamente não pode ser considerado um príncipe, e uma das primeiras interações deles na história é tão surreal e pouco romântica, que chega a ser hilária.
Acredite, se você ainda não leu “Sloppy Firsts”, você não sabe o que está perdendo. Se você não lê em inglês, é hora de começar a insistir para as editoras brasileiras publicarem. Eu tenho certeza que a Jessica vai te conquistar também.