Algumas das hipóteses que a pesquisa rejeitou foram: os ricos são ricos porque trabalham muito mais do que os outros; são ricos porque controlam o tamanho da família; são ricos porque têm educação de qualidade e conseguem os melhores postos de trabalho; e assim por diante.
Quando essas hipóteses são cercadas, você chega no campo de especular. "O que a gente pode especular é que as pessoas são ricas, em parte, porque tiveram uma educação de elite, não só nível superior, mas nas melhores escolas. É possível especular algo em relação à herança de patrimônio e também o fato de se ter uma excelente rede de relações sociais e por isso ter acesso aos melhores postos de trabalho", aponta o pesquisador.
Apesar do tema estudado ser bastante abstrato, leva a uma conclusão clara: de que existe desigualdade no Brasil muito elevada e para reduzi-la será necessário fazer redistribuição de renda e não só distribuição do que crescer. "Você vai ter que transferir de um grupo para outro, o que significa afetar os grupos mais ricos. Para acabar com a pobreza, isso deverá ser seguido, é uma questão de aritmética e não só desejo político. Não é fácil resolver o problema, o fato é que o caminho está definido. Se ele é possível de ser seguido ou não, aí é outra história", conta Medeiros.