Lustrum

Um dos mais brilhantes oradores, políticos e juristas da Roma Antiga, Cícero formulou as bases do processo legal usado até os dias de hoje. A ascensão ao poder desse grande filósofo é contada pelo britânico Robert Harris na voz de Tiro, escravo e secretário de Cícero por quase quatro décadas. Um homem culto e cuidadoso, Tiro foi o inventor da escrita taquigráfica e escreveu diversos livros, entre eles a famosa biografia de Cícero, que se perdeu no colapso geral do Império Romano.

Em LUSTRUM, segundo volume da trilogia sobre Cícero iniciada com Imperium, Harris disseca o violento e traiçoeiro mundo da política romana, a corrupção, o lado sombrio da batalha pelo poder. O caminho de Cícero rumo à posição de cônsul e soberano de Roma, a luta para se manter no comando, as manobras, a troca de favores, as chantagens. A competição com rivais tão manipuladores e escorregadios quanto ele: o jovem César, favorito da plebe, Crasso, o homem mais rico de Roma, Pompeu, general que triunfou na Hispânia.

O ano é 63 AC. A expansão do Império segue estável, mas uma ameaça interna pode atrapalhar os planos de Roma. Um grupo de ricos conspiradores quer transformar a república numa ditadura. Com fabuloso talento oratório e muita esperteza, Cícero descobre e fulmina a insurreição, se expondo a grande perigo e, possivelmente, tentativas de assassinato. Motins, traição e perfídia são seu legado político, resultando em uma batalha com Julio César. Mas Tiro se mantém leal e astuto, ajudando o mestre em suas maquinações.

Autor do thriller O fantasma — transformado em filme por Roman Polanski —, Harris conhece como poucos o universo político: participou do projeto do Novo Trabalhismo, mas rompeu com o líder após o alinhamento da Inglaterra à guerra contra o Iraque levada a cabo por George W. Bush. É com essa visão afiada do funcionamento dos mecanismos do poder que Harris consegue recriar o universo de conspirações e intrigas de Roma enquanto República, décadas antes do nascimento Jesus.