"O fantástico, como tudo, se rotiniza. Mas, sem ele, como inventar? Como, sem romper o ramerrão com a modificação inesperada, fazer fluir a fábula? A arte do mágico parece ser a de esconjurar a esterilidade sem sentido do mundo e propiciar a germinação do conto. O seu discurso, em que o desejo parece ter livre passagem, vencidos os obstáculos pelas modificações fantásticas, realiza uma trajetória abstrata e desligada das obrigações de verossimilhança realista. Próximo do mito, a sua transformação constante instaura o reino insólito onde tudo pode acontecer, mesmo as coisas mais absurdas."
Contos / Ficção / Literatura Brasileira