A violência do discurso e da atuação de Jean-Paul Marat, uma das figuras mais marcantes da Revolução Francesa, causava medo e repulsa e, ao mesmo tempo, admiração e respeito entre seus contemporâneos. Esta visão polêmica e apaixonada do "Amigo do Povo" - nome do jornal editado por Marat que acabou se tornando seu cognome - contaminou também os historiadores. Ele foi mostrado ou como um fanático sanguinário e principal incitador do terror revolucionário ou como um herói popular romantizado. Marat, de Olivier Coquard, explica as origens dessa disputa em torno de sua memória e mostra seu percurso intelectual como médico, cientista, pensador e político.