Henggo 30/06/2023
E acabou...
Maratonar Aline sempre foi um desejo, pois adorava as tirinhas que comecei a ler ainda adolescente. Quando vi a oportunidade de comprar a série completa, não pensei duas vezes. Não me arrependo, mas, confesso, foi meio decepcionante...
Já no terceiro volume percebi que a série perdia fôlego. Melhotou no quarto, mas, a partir do quinto volume, devaiu. Perceba: continuava com seus momentos engraçados, sim, porém, não tão brilhantes. Ao menos, não na minha opinião fecal.
Entendo que o processo de produção contínuo, diário, de tirinhas não é algo fácil. O artista precisa de muita criatividade e paciência para chegar a esse ponto. E, uau!, Aline tem MAIS DE 2000 TIRINHAS! É incrível. Mesmo assim, para mim, foi impossível não perceber o cansaço a cada novo volume.
E sei que isso se deve ao fato de, ao invés de ler uma tirinha por dia, eu ter lido todas de uma vez. Sinto que alguém que tenha tido a experiência diária, a conta gotas, de pouquinho em pouquinho, vivenciou Aline do modo como deveria.
Apesar de tudo, desse cansaço que sinto agora, é impossível não aplaudir os quadrinhos de Adão Iturrusgarai. Em uma sociedade tão hipócrita, que rejeita falar sobre sexo enquanto os filhos fazem barbaridades nas ruas, Adão não teve medo de abordar assuntos fortes e de ser irônico mesmo com temas polêmicos. É inspirador e de uma coragem sem igual.
Entre o cansaço e a ousadia, fico com a segunda opção.