spoiler visualizarDeryhan 10/08/2023
Viceral, mórbido e apaixonante.
Eu não sei como começar a escrever essa resenha, Punpun é como uma piscina funda e eu uma criança travessa que não se contenta com o raso, então, começo a nadar na área dos adultos segurando pelas bordas, às vezes a força falha ou minha mão escorrega e lá estou submerso, sem conseguir respirar, me angustio: como nas cenas do Punpun com sua ?tia?, a reação dele de vazio após aquela sequência de atos excruciantes, no qual cada passada de olho pelos balões e quadros a gente vai ficando mais incrédulo com o que está acontecendo ou como solidarizo(quase choro) a dor da sua mãe instável emocionalmente ou me identifico com a depressão do seu tio. Mas, também, existem os momentos no qual a gente submerge do fundo da piscina e vemos cenas como: a felicidade, mesmo que passageira, da Sra. Onodera no hospital tentando concertar tudo (torci muito por ela) ou a do Punpun se perdendo dentro de si ao olhar aquela pintura do céu (quantas vezes me perdi entre as estrelas), além da hipocrisia e a verborragia daquele menino revoltado com o sistema. Esse volume sobe o tom sombrio da estória, revela outros perspectivas de acontecimentos passados e expõem a mudança dramática da infância para adolescência, seja a nossa necessidade de se sentir aceito, as nossas pretensões sobre mudar o mundo ou como somos estupidamente guiados por impulsos idiotas e culpa assoladora e, principalmente, sobre como instável e solitária pode ser a vida. No final do volume, eu acredito que mais me afoguei do que consegui respirar lendo esse mangá. Foi incrível