Resenhas - Ideologia e Doença Mental - Ensaios Sobre a Desumanização Psiquiátrica do Homem

Romeu Felix 02/04/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
O livro "Ideologia e Doença Mental" de Thomas S. Szasz, publicado originalmente em 1970 e relançado em 1980, traz uma crítica contundente à instituição psiquiátrica e seu uso como forma de controle social. O autor argumenta que a psiquiatria, ao invés de tratar doenças mentais reais, é usada como ferramenta de controle social e político, criando uma ideologia que legitima a exclusão e o aprisionamento de indivíduos considerados desviantes ou perigosos.

O livro é dividido em duas partes, a primeira intitulada "Ideologia e Doença Mental", traz uma análise histórica e filosófica da psiquiatria e sua relação com a sociedade e a política. O autor argumenta que a psiquiatria se baseia em uma concepção equivocada de que a doença mental é uma entidade objetiva, com causa física e tratamento específico, quando na verdade é um conceito subjetivo e socialmente construído.

A segunda parte do livro, "Ensaios sobre a Desumanização Psiquiátrica do Homem", apresenta uma série de estudos de caso e críticas à prática psiquiátrica, mostrando como a instituição psiquiátrica tem sido usada para justificar a exclusão e o aprisionamento de indivíduos considerados desviantes. Szasz argumenta que a prática psiquiátrica é uma forma de controle social que busca impor padrões de comportamento considerados normais e corretos, muitas vezes com base em critérios morais e políticos.

O autor critica ainda a medicalização excessiva da sociedade, que transforma problemas sociais e políticos em problemas de saúde mental, e a utilização da psiquiatria como forma de controle do comportamento humano. Szasz defende que é necessário uma abordagem mais crítica e humanista da saúde mental, que leve em consideração as dimensões sociais e políticas do sofrimento humano.

"Ideologia e Doença Mental" é um livro fundamental para entender a crítica da psiquiatria e da medicalização da vida social e política, e para repensar o papel da saúde mental na sociedade contemporânea. Szasz propõe uma abordagem mais humanista e crítica da saúde mental, que respeite a diversidade humana e a autonomia dos indivíduos, e que não transforme problemas sociais em problemas de saúde mental.
Por: Romeu Felix Menin Junior.