O Livro chama a atenção do leitor para o fato de que, nos primeiros anos de 1500, os historiadores e cronistas da Corte de Lisboa incumbi- dos de descreverem o descobrimento do Brasil, eram, na verdade, profissionais ligados, de alguma forma, à administração do rei D. Manuel, o Venturoso, ordenador da viagem de Cabral. Assim, eles “optaram” pela versão do evento casual que obedecia a decisão do soberano de esconder a intencionalidade. Em “1500-1501, A Intriga do Descobrimento”, o historiador Roberto Lopes – autor do elogiado “O Código das Profundezas” e de “Anjos e Safados no Holocausto (1938-1939)” – interpreta dezenas de evidências colhidas, entre outras fontes, nos arquivos do Instituto Camões, de Lisboa.
Para ele, “a vinda do Capitão-mor Pedro Álvares Cabral ao Brasil foi tratada como um segredo de Estado, e resulta, claramente, do jogo nos bastidores políticos da realeza europeia. É isso também que explica a decisão do rei de Portugal de manter ‘a nova do achamento’, como os portugueses diziam à época, no mais absoluto sigilo”.