As considerações iniciais do livro A Abertura dos Portos na Bahia remetem à "lei da ilegalidade", tema que o autor considera extremamente sedutor, no estudo do período colonial, apenas aflorado nas páginas iniciais do trabalho em consideração.
Lembra, por oportuno, que o desrespeito em relação ao comércio clandestino era tamanho que chegava a ponto de burlar leis, decretos, alvarás, cartas régias e avisos. O monopólio do pau-brasil, reservado à Coroa, não era levado na devida conta, nele se envolvendo comerciantes e capitães de navio. Daí W. Pinho concluir que portos fechados não significavam portas trancadas. Com efeito, impedir e policiar portos brasileiros era uma tarefa onerosa, difícil de ser cumprida, pois os "culpados" do comércio clandestino jamais eram identificados.